quinta-feira, 29 de março de 2012

Proposta de matrícula

Entre os dias 16 e 20 de abril, os alunos regulares dos três campi da Universidade deverão encaminhar a Proposta de Matrícula para o primeiro período letivo de 2012. A Confirmação das Propostas deve ser efetuada de 27 a 30 de abril. Fique atento! Essas duas fases do processo são totalmente online através do Sagres Portal.
Para validar a matrícula, o aluno deve estar em dia com a biblioteca. É importante estar por dentro também do cronograma e das informações das próximas fases do processo de matrícula. De 7 a 11 de maio, acontece o Reajuste Presencial no colegiado de cada curso, obedecendo às normatizações e aos horários de atendimento do colegiado e da Secretaria de Cursos. Alunos com situação atípica de matrícula (processos acadêmicos, cursar disciplinas em outro curso ou horário e outros) têm os dias 9 e 10 de maio para comparecer ao colegiado do seu curso e à Secretaria de Cursos do campus para efetuar sua matrícula.
Para mais informações, confira o Edital 040/12


A terceira edição da revista Bahia Análise & Dados retoma a temática ambiental






A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria de Planejamento (Seplan), dedica a terceira edição anual da revista Bahia Análise & Dados ao tema “Biodiversidade”. A idéia é explorar as inter-relações entre a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável, com vistas à estruturação de arranjos socioprodutivos capazes de enfrentar os nossos problemas de desigualdade social e regional. Uma discussão particularmente importante para a Bahia, que conta com quatro biomas em seu extenso território, com uma variedade de ecossistemas de grande potencial para o desenvolvimento de uma economia verde e inclusa.
Para este número, a SEI estabeleceu uma parceria com o instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema). Visando fortalecer o conteúdo da revista, buscou-se juntar a responsabilidade da SEI na discussão de temas relativos ao desenvolvimento do estado com o papel do Inema na execução de ações relacionadas à Política Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.A segunda edição, com a temática Indústria no Brasil e na Bahia: Desafios e Tendências, recebe artigos até o dia 02 de abril, com lançamento previsto para julho. A terceira edição do ano, com o tema Biodiversidade, recebe os trabalhos até o dia 15 de junho, com lançamento previsto para outubro.A revista Bahia Análise & Dados Biodiversidade aceitará os artigos, para fins de apreciação, de 15 de março a 15 de junho de 2012.
Edições de 2012 - Com quatro lançamentos anuais, a revista Bahia Análise & Dados aborda temas atuais, de forma contextualizada, retratando a realidade do estado. A primeira edição de 2012, com o tema Macroeconomia e Desenvolvimento: Perspectivas e Novos Paradigmas será lançada em abril e já teve o prazo para submissão de artigos encerrado. A segunda edição, com a temática Indústria no Brasil e na Bahia: Desafios e Tendências, recebe artigos até o dia 02 de abril, com lançamento previsto para julho. A terceira edição do ano, com o tema Biodiversidade, recebe os trabalhos até o dia 15 de junho, com lançamento previsto para outubro.
Chamada de artigos para a revista Bahia Análise & Dados Biodiversidade
Data limite para recebimento de artigos: 15 de junho 2012
Data prevista para lançamento da publicação: 10 de outubro de 2012
Para conhecer o edital desta e de outras publicações da linha editorial da SEI acesse www.sei.ba.gov.br, no link Publicações, em Publique seu artigo.

Revista Bahia Análise & Dados Mudanças Climáticas

Greve geral tem adesão massiva na Espanha



A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos. Segundo as centrais sidicais CCOO e UGT, entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, adesão deve ficar entre 85 e 90%. Fábricas de automóveis estão praticamente paradas, setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos, 26 portos estão totalmente parados. Trabalhadores dos meios de comunicação também participam do protesto.

As principais centrais sindicais espanholas, CCOO e UGT, disseram na manhã desta quinta-feira (29) que a adesão à Greve Geral está sendo massiva e irá mesmo ultrapassar os números atingidos em setembro. Entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, a adesão deverá rondar os 85% a 90%, segundo avançam estas estruturas sindicais.

Segundo divulga a UGT e as CC OO em comunicado conjunto, as fábricas de automóveis estão praticamente paradas e o setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos. 26 portos da rede de Portos do Estado estão totalmente parados. No setor da aviação, 2300 voos poderão ser afetados pela paralisação e a empresa Transmediterránea prevê o cancelamento de atividades em 22 dos seus trajetos marítimos. Nas fábricas da Renault, SEAT en Martorell, Volkswagen Navarra, Ford Almusafes e Bosch Madrid, e Airbus en Toledo a adesão à greve é total.

Os grandes centros de abastecimento da Andaluzia, especialmente o Mercasevilla, o Mercabarna e o Mercavalencia, na Catalunha, e a plataforma logística de Mercadona em Leon encerraram portas e os setores da alimentação e o setor químico registam níveis de adesão que rondam os 80 a 90%. O turno da noite da fábrica da Repsol em Puertollano parou por completo.

No setor mineiro a adesão é de 100% e no setor têxtil atinge os 82%. A fáfrica da Inditex na Corunha encerrou por completo. Na recolha de lixo a adesão é de 95%, ascendendo a 100% em cidades como Madrid, Corunha, Zaragoza, Ceuta, Toledo, entre outras. No setor das limpezas a adesão foi, por sua vez, de 70%.

No que respeita à construção de infraestruturas, a greve chegou mesmo a parar por absoluto as obras da Adif e do prolongamento da linha 9 do metrô.

O setor postal regista uma adesão à greve de 74%, atingindo os 100% na Catalunha e os 98% na Andaluzia.

Também os meios de comunicação espanhóis optaram por aderir ao protesto. O Telemadrid, Canal Sur Televisión e o TV3 da Catalunha encerraram as emissões pelas zero horas do dia 29. A adesão na redação digital do diário Público é de 100%. No que respeita à imprensa escrita, regista-se uma adesão de 80% no El País e La Vanguardia e de 70% no resto da imprensa escrita da Catalunha.

Outro indicador que traduz o êxito desta Greve Geral diz respeito à diminuição do consumo de energia, que traduz a redução da atividade econômica. Cerca das sete da manhã, a procura já registava um decréscimo, face à semana anterior, de 23,37%, segundo a Rede Elétrica de Espanha.

Forte contingente policial
A greve tem sido acompanhada de perto por um enorme contingente policial que, inclusive, chegou a cortar os acessos em Madrid, junto ao Congresso.

Registaram-se alguns confrontos durante os piquetes da madrugada, que resultaram, segundo o Ministério do Interior, em dezenas de detenções e alguns feridos.

Os sindicatos denunciaram, entretanto, que os trabalhadores estão sendo alvo de pressões e chantagens por parte dos empresários e dos serviços públicos no sentido de não aderirem à greve.

Contra a reforma laboral e pelos serviços públicos
A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos.

Para os representantes da CC OO e da UGT, esta é uma mobilização “justa e necessária” perante a “regressão social” provocada pela política posta em marcha pelo atual governo.

Na Galiza também foi convocada pela Confederação Intersindical Galega uma greve geral para 29 de março. Para o País Basco e para Navarra, as centrais ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, também já teriam anunciado uma paralisação geral para este mesmo dia.

O protesto não merece o apoio do Partido Nacionalista Basco, sendo duramente condenado pelo Partido Popular.

O partido Esquerda Unida congratulou, por sua vez, a decisão das estruturais sindicais. Cayo Lara, citado pelo El Pais, defendeu que esta é uma “reforma duríssima, ante a qual o governo tem duas opções: ou negoceia com os sindicatos e partidos dentro do trâmite parlamentar ou terá mais mobilizações”.

Fonte ://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19865

quarta-feira, 28 de março de 2012

Desoneração pró-indústria representa renúncia fiscal de R$ 850 mi

Ministro Guido Mantega (Fazenda) anuncia extensão da redução de impostos para linha branca e inclui móveis e luminárias no pacote. Objetivo é aquecer a economia até que crescimento atinja 5% no segundo semestre. O desafio é grande. O IBC-Br de janeiro, prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada pelo Banco Central, registrou queda de 0,13% ante dezembro.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou nesta segunda-feira (26) a prorrogação, por mais três meses, da redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidentes sobre refrigeradores, congeladores, máquinas de lavar e secar de uso doméstico, e fogões de cozinha, itens da chamada linha branca.

A desoneração, que terminaria no dia 31 de março, foi agora estendida para 30 de junho. Durante esse mesmo período, o governo também reduzirá as alíquotas do imposto para móveis, laminados PET para revestimentos, papel de parede, luminárias e lustres. O decreto ainda será publicado no Diário Oficial. No total, a renúncia fiscal é estimada em R$ 850 milhões.

Com essas medidas, o governo pretende reaquecer gradualmente a economia, de modo a obter um crescimento de 5% do PIB nos índices anualizados do segundo semestre. Em entrevista coletiva concedida em São Paulo, Mantega disse que os setores beneficiados pela desoneração terão de manter o nível de emprego.

“Não deve haver nenhuma dispensa de trabalhadores e até deverá haver novas contratações. Os preços têm que diminuir e as vendas tem que aumentar nesses setores”, afirmou o ministro.

Segundo estimativa do Ministério da Fazenda, a desoneração que atingiu a linha branca representou renúncia fiscal de R$ 361 milhões até agora. Com a extensão do prazo, serão mais R$ 271 milhões. A redução de impostos para móveis e laminados PET significa economia de R$ 198 milhões para a indústria, e no caso de papel de parede, luminárias e lustres, outros R$ 20 milhões.

Essas desonerações, que no total alcançam R$ 850 milhões, somam-se a outras, realizadas também em dezembro para diversos setores. Na época, o governo reduziu tributos para produtos da construção civil; desonerou PIS/Confins de massas; reduziu o IOF para pessoa física; eliminou tributo para aplicação de estrangeiros nas debêntures de infra-estrutura; e barateou o IOF sobre aplicações de estrangeiros em renda variável na Bolsa de Valores.

Apesar de todas essas medidas, os indicadores da atividade econômica ainda desanimam. Considerado uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br de janeiro, divulgado também na segunda-feira pelo Banco Central, registrou queda de 0,13% ante dezembro, na série com ajuste sazonal. Um alento é que, na comparação com janeiro de 2011, o IBC-Br apresentou expansão de 1,44%, na série sem ajuste sazonal.

Fonte: www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19845

terça-feira, 20 de março de 2012

VIII Encontro de Economia Baiana recebe artigos para submissão

Está aberta a submissão de artigos para o VIII Encontro de Economia Baiana (EEB) a partir desta terça-feira, 20 de março. Nesta edição o Encontro terá como tema “Industrialização e Desenvolvimento: desafios e tendências”, e ocorrerá nos dias 20 e 21 de setembro em Salvador. Os realizadores do EEB são a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) e o Mestrado de Economia da UFBA.

A partir deste ano, além das três áreas premiadas anualmente Economia Baiana, Economia Regional e Financiamento do Desenvolvimento, será premiado também o melhor trabalho  sobre  o  tema do encontro, Industrialização e Desenvolvimento. Os trabalhos inscritos vão concorrer a uma premiação total de R$ 16.000,00 (dezesseis mil Reais).  O melhor produto de cada categoria receberá R$ 4.000,00 (quatro mil Reais), conforme avaliação da Comissão Científica do Encontro. As normas e procedimentos para submissão dos artigos estão disponíveis no site do VIII EEB, que pode ser acessado pelo 
www.mesteco.ufba.br.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Bahia Partners promove palestras gratuitas em Conquista

A centralidade da água na disputa global por recursos estratégicos

As grandes reservas hídricas como a bacia do Congo, Amazonas, o aquífero Guarani ou os grandes lagos de África central coincidem com a existência de grandes populações em expansão e fortes conflitos étnicos e religiosos. Além disso, grande parte dos países desta região se encontram fortemente pressionados pelo sistema financeiro internacional que tenta implantar uma gestão neoliberal dos recursos hídricos. O artigo é de Monica Bruckman.

ALAI AMLATINA - Duas visões contrapostas estão em choque na disputa global pela água. A primeira, baseada na lógica da mercantilização deste recurso, que pretende convertê-lo em uma commodity, sujeita a uma política de preços cada vez mais dominada pelo processo de financeirização e o chamado “mercado de futuro”. Esta visão encontra no Conselho Mundial da Água, composto por representantes das principais empresas privadas de água que dominam 75% do mercado mundial, seu espaço de articulação mais dinâmico.

O Segundo Fórum Mundial da Água, realizado em 2000 declarou, no documento final da reunião, que a água não é mais um “direito inalienável”, mas uma “necessidade humana”. Esta declaração pretende justificar, do ponto de vista ético, o processo em curso de desregulamentação e privatização deste recurso natural. A última reunião realizada com o nome de IV Fórum Mundial da Água, em março de 2009, em Istambul, ratifica esta caracterização da água. Um aliado importante do Conselho Mundial da Água foi o Banco Mundial, principal impulsor das empresas mistas, público-privadas, para a gestão local da água.

A outra visão se reafirma na consideração da água como direito humano inalienável. Esta perspectiva é defendida por um amplo conjunto de movimentos sociais, ativistas e intelectuais articulados em um movimento global pela defesa da água, que propõe a criação de espaços democráticos e transparentes para a discussão desta problemática a nível planetário. Este movimento, que não reconhece a legitimidade do Fórum Mundial da Água, elaborou uma declaração alternativa à reunião de Istambul, reivindicando a criação de um espaço de debate global da água nos marcos da ONU, reafirmando a necessidade da gestão pública deste recurso e sua condição de direito humano inalienável [1].

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em julho de 2010, a proposta apresentada pela Bolívia, e apoiada por outros 33 Estados, de declarar o acesso à água potável como um direito humano. Como previsto, os governos dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e o Reino Unido se opuseram a esta resolução, fazendo que perdesse peso político e viabilidade prática, na opinião de Maude Barlow, ex-assessora sobre água do presidente da Assembleia Geral da ONU [2]. Estes quatro países, e suas forças políticas mais conservadoras, aparecem como o grande obstáculo. O perigo para os operadores da água é grande, certamente, um reconhecimento da água e do saneamento como direito humano limitaria os direitos das grandes corporações sobre os recursos hídricos, direitos consagrados pelos acordos multilaterais de comércio e investimento.

Os governos da América Latina estão avançando no reconhecimento da água como direito inalienável e na afirmação da soberania e gestão pública destes recursos. A Constituição Política do Estado Plurinacional da Bolívia reconhece, em seu artigo 371, que o “a água constitui um direito fundamentalíssimo para a vida, no marco da soberania do povo”, estabelece também que “o Estado promoverá o uso e aceso à água sobre a base de princípios de solidariedade, complementaridade, reciprocidade, equidade, diversidade e sustentabilidade”.

Certamente, a disputa pela apropriação e o controle da água no planeta adquire dimensões que extrapolam unicamente os interesses mercantilistas das empresas transnacionais, colocando-se como um elemento fundamental na geopolítica mundial. Está claro que o planeta necessita urgentemente de uma política global para reverter a tendência do complexo processo de desordem ecológico que, ao mesmo tempo em que acelera a dinâmica de desertificação em algumas regiões, incrementa os fenômenos de inundação produto de chuvas torrenciais em outras. As consequências devastadoras que a degradação do meio ambiente está provocando e a gravidade da situação global que tende a se aprofundar colocam em discussão a própria noção de desenvolvimento e de civilização.

Os aquíferos e a preservação de ecossistemas
Há muito tempo as investigações hidrológicas dos ciclos globais da água vem demonstrando que 99% da água doce acessível do planeta se encontram nos aquíferos de água doce, visíveis nos rios, lagos e capas congeladas de gelo. Estas águas constituem sistemas hídricos dinâmicos e desenvolvem seus próprios mecanismos de reposição que dependem, fundamentalmente, das chuvas. Parte deste caudal se infiltra nas rochas subjacentes e se deposita debaixo da superfície, no que se conhece como aquíferos. Os aquíferos recebem reposição das chuvas, portanto são, em sua maioria, renováveis.

Dependendo do tamanho e as condições climáticas da localização dos aquíferos, o período de renovação oscila entre dias e semanas (nas rochas cársticas), ou entre anos e milhares de anos tratando-se de grandes bacias sedimentares. Em regiões onde a reposição é muito limitada (como nas regiões áridas e hiperáridas) o recurso da água subterrânea pode ser considerado como "não renovável" [3].

Os aquíferos e as águas subterrâneas que os conformam, fazem parte de um ciclo hidrológico cujo funcionamento determina uma complexa inter-relação com o meio ambiente. As águas subterrâneas são um elemento chave para muitos processos geológicos e hidroquímicos, e tem também uma função relevante na reserva ecológica, já que mantém o caudal dos rios e são a base dos lagos e dos pântanos, impactando definitivamente nos habitat aquáticos que se encontram neles. Portanto, os sistemas aquíferos além de serem reservas importantes de água doce, são fundamentais para a preservação dos
ecossistemas.

A identificação dos sistemas aquíferos é um requisito básico para qualquer política de sustentabilidade e gestão de recursos hídricos que permitam que o sistema continue funcionando e, do ponto de vista de nossas investigações, é imprescindível para uma análise geopolítica que procure pôr em evidência elementos estratégicos na disputa pelo controle e apropriação da água.

As grandes reservas hídricas como a bacia do Congo, Amazonas, o aquífero Guarani ou os grandes lagos de África central coincidem com a existência de grandes populações em expansão e fortes conflitos étnicos e religiosos. Além disso, grande parte dos países desta região se encontram fortemente pressionados pelo sistema financeiro internacional que tenta implantar uma gestão neoliberal dos recursos hídricos através de seu pessoal técnico para os quais as estações de tratamento de água, reciclagem e construção de mecanismos que evitem a contaminação dos aquíferos são gastos supérfluos [4].

Trata-se de um processo violento de expropriação e privatização do recurso natural mais importante para a vida. Apesar da centralidade da água potável para consumo humano, é necessário assinalar também a importância vital deste recurso para a agricultura, que afeta diretamente a soberania alimentar e para o processo industrial em seu conjunto.

Os maiores aquíferos da Europa se encontram na região euro-asiática, destacando-se, por sua dimensão, a bacia Russa, mais próxima à região polar. A Europa ocidental se vê reduzida a um único aquífero de médio porte, na bacia de Paris. Em quase todos os casos, as reservas de água da Europa padecem de problemas que afetam sua qualidade, o que ampliou drasticamente o consumo de água engarrafada, que se converteu em um item obrigatório na cesta de consumo familiar [5]. A Europa registra, proporcionalmente, a maior taxa mundial de extração de água para consumo humano: do total de água que se extrai, mais de 50% é utilizada pelos municípios, aproximadamente 40% se destina à agricultura e o resto é consumido pelo setor industrial.

A Ásia depende dos grandes aquíferos do norte de China e a Sibéria, mais próxima da região polar. Um dos casos mais graves é o da Índia, que junto com os Estados Unidos, tem uma das taxas mais altas de extração de água subterrânea do mundo.

A América do Sul possui três grandes aquíferos: a Bacia do Amazonas, a Bacia do Maranhão e o sistema aquífero Guarani, que mais parece um “mar subterrâneo” de água doce que se estende por quatro países do cone sul: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Pelo volume das reservas destes aquíferos e pela capacidade de reposição de água destes sistemas, a América do Sul representa a principal reserva de água doce do planeta.

As regiões mais críticas, por ter uma reposição limitada de água (menos de 5 milímetros de chuva por ano), são: o norte de África, na região desértica do Saara; a Índia; a Ásia central; grande parte da Austrália; a estreita faixa desértica que vai da costa peruana até o deserto de Atacama no Chile e a região norte do México e grande parte da região centro-oeste dos Estados Unidos. Nestas regiões, pode-se considerar a água como recurso não renovável. A África sub-saariana, o sudeste asiático, a Europa, os Bálcãs, a região norte da Ásia e a região nor-ocidental da América do Norte registram níveis moderados de reposição de água, entre 50 e 100 mm por ano.

A região de maior reposição de água do mundo é a América do Sul onde, em quase todo o território subcontinental, registram-se níveis de reposição de água maiores de 500 mm/ano, o que constitui o principal fator de abastecimento dos sistemas aquíferos da região. Esta altíssima capacidade de reposição de águas superficiais e subterrâneas é fundamental, não só para o abastecimento de água doce, mas também para a manutenção e reprodução dos sistemas ecológicos e da biodiversidade na região.

Fonte: www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19779

sexta-feira, 16 de março de 2012

País criou mil 150 mil vagas formais em fevereiro, mostra Caged

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Ministério do Trabalho mostram que foram criados 150.600 empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano, o que representa queda 56% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 347.070 vagas formais.
Este é o pior fevereiro desde 2009, quando foram criadas 47.807 vagas formais, segundo os dados do Caged. A série de pesquisa do Caged começou em 1992. Em 2010, foram criadas 258.475 empregos com carteira.
Esse é o segundo mês consecutivo de queda no crescimento. Em janeiro, foram criados 118.895 empregos com carteira assinada, uma queda de 21,82% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 152.091 de vagas formais.
"No acumulado do ano, o crescimento do emprego ficou em 0,78%, representando um incremento de 293.987 postos de trabalho. Com esse resultado, nos últimos 12 meses, o montante de empregos gerados atingiu 1.724.817
postos, equivalente à expansão de 4,73% no contingente de assalariados com carteira assinada do país", destacou o relatório do Caged.
Setor de serviços 
Segundo o Ministério do Trabalho, o setor de serviços gerou a maior parte dos novos postos, com a abertura de 93.170 do total de 150.600 vagas. Este foi o segundo melhor desempenho do setor para os meses de fevereiro.

O crescimento em serviços foi impulsionado pelo ensino, que com o início do período escolar, criou 41.062 ocupações, número recorde para o mês.
Os serviços de comércio e administração de imóveis geraram 19.845 postos, enquanto alojamento e alimentação criaram 16.741 postos. Por sua vez, os serviços médicos e odontológicos foram responsáveis pela criação de 8.071 postos.
Os transportes e comunicações disponibilizaram 6.787 postos. Instituições financeiras colocaram à disposição do trabalhador brasileiro 664 postos.
Construção Civil e indústria
O setor de consrução civil criou 27.811 empregos com carteira e registrou crescimento de 0,95% em relação a janeiro. A administração pública respondeu pela criação de 14.694 postos.
A indústria de transformação foi responsável pela criação de 19.609 postos de trabalho e cresceu 0,24% no mesmo período e obteve a terceira maior geração de empregos para o mês, dentre os oito setores de atividade econômica. O desempenho positivo do setor é atribuído à elevação do emprego em onze dos doze segmentos: calçados (5.562 postos), borracha, fumo e couros (4.933 postos), química (2.601), têxtil (2.256 postos), metalúrgica (2.132 postos).
O único ramo industrial que apresentou declínio no nível do emprego formal foi a Indústria de Papel e Papelão, com perda de 362 postos.
Comércio e agricultura
Os setores do comércio e da agricultura apresentaram resultados negativos em relação à janeiro. O primeiro perdeu 6.645 postos, enquanto o segundo perdeu 425 postos.
Segundo o ministério, a queda na agricultura foi proveniente da interação entre movimentos negativos e positivos em seus ramos de atividade: Enquanto o cultivo de laranja perdeu 9.290 postos de trabalho e as atividades de apoio à agricultura 1.698, o cultivo de cana de açúcar ganhou mais 8.558 o cultivo de soja ganhou mais 2.703 postos de trabalho com carteira assinada.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Dilma: 'vamos defender a indústria brasileira'

Autor: 

Quem imaginava uma presidente emocionalmente abalada, depois de chorar em público pela saída de um assessor, pode desistir. A Dilma Rousseff que entrou no salão do Palácio Alvorada para tomar café vinha lépida, feliz, rejuvenescida e entusiasmada com a visita a Hannover, Alemanha, para participar da Feira de Tecnologia.
Lá, conferiu os stands alemães, quase todos apenas com filiais de empresas coreanas.
Depois, os brasileiros, com sistemas criativos, inovadores. “Todo mundo tinha coisa bem legalzinha”, conta a mineira Dilma. Entusiasmou-se com o sistema de controle de voo da Embraer, com a apresentação de Marcos Stefanini, de uma empresa brasileira de TI, que mostrou o grande diferencial brasileiro: jeitinho, criatividade.
Foram 90 minutos de entrevista, interrompida por um telefonema de Lula que mostrou ter recuperado a voz.
A seguir, os trechos principais da entrevista. Nela, diz que a preocupação número um do governo, daqui para diante, será com o tsunami monetário e os riscos que traz para a indústria brasileira. “As condições do mercado mudaram”, avisa ela. E analisa também as marolas em torno da suposta crise da base política.

Como os países ricos estão tratando a crise

É importante analisar como os países ricos tratam a crise.
Comecemos pelos Estados Unidos. O governo Barack Obama assumiu que queria política de crescimento imediato e correção de rumos fiscais no médio prazo. O problema foi a derrota no Congresso que o obrigou a optar pelo "quantitative easing" (programa de expansão monetária). Empurraram a crise com a barriga, aumentaram a quantidade de dinheiro nos bancos, mas não rolaram as dívidas das famílias, o que poderia ter destravado o mercado interno. Só agora nas eleições, depois de quatro anos de crise, começam a rolar as dívidas das famílias.
O "quantitative easing" é um mix de política macro, com taxas de juros lá embaixo, expansão monetária acelerada e objetivo de segurar o lado fiscal. É evidente que por trás dela há a intenção de desvalorizar o dólar e melhorar o emprego interno.
O governo Obama foi levado a isso politicamente.
No caso da Europa, não: optaram por isso. O último relatório do BIS (o banco central dos bancos centrais) mostra que a estratégia visa dois objetivos principais: impede a crise bancária e ganha tempo para dois mecanismos: desvalorizar o euro e jogar a conta sobre países emergentes que têm câmbio flutuante. Mas, por outro lado, pode estar criando uma enorme bolha monetária.
Não há unanimidade no governo alemão com respeito ao tamanho da liquidez. Para eles foi importante para evitar um Lehman Brothers alemão, mas só isso. Não existe unanimidade na Alemanha nem sobre isso nem em relação à Grécia.
Por trás da expansão das bolhas, há o medo da inflação, pelo histórico alemão com a hiperinflação. Medo que nós compartilhamos.

A arbitragem com países de câmbio flutuante

No filme "Muito Grande para Falir", na cena final o Secretário do Tesouro Paulson pergunta a Ben Bernanke se estava satisfeito com o fato dos grandes bancos terem absorvido os empréstimos para rolar dívidas. Bernanke, quieto, responde: não tenho certeza se eles vão emprestar. De fato, não emprestaram: uma parte ficou depositada no próprio FED, outra parte foi devolvida.
No caso da Europa, são um trilhão de euros emprestados a 1% ao ano, que em breve entrarão na ciranda financeira. Irão investir em títulos da Itália e Espanha, aumentando sua exposição? Não: virão fazer arbitragem aqui e em outros países. Tem uma enorme bolha a caminho.
O problema é que essa desvalorização cambial artificial é a forma de protecionismo mais feroz que se tem. Há um discurso dos países centrais, de que são defensores do livre comércio. Mas praticam o protecionismo mais feroz que se tem. E essa desvalorização artificial da moeda não está regulada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Então não venham reclamar de algumas medidas absolutamente defensivas que o Brasil toma.
Hoje em dia, via tsunami monetária, está em curso no mundo a prática das desvalorizações competitivas, o que se chama de "empobreça seu vizinho".
É uma situação esquizofrênica na Europa, que não consegue uma solução de crescimento.
Muitos países estão com graus de desemprego do ponto de vista político incompatível com sistemas democráticos abertos. A dívida grega não é financiável, assim como a de Portugal. Como conviver com nível de desemprego que chega a atingir 45% dos jovens? Destrói o tecido social, tira das pessoas a esperança.

A estratégia brasileira

No Brasil, vamos ter que perceber duas coisas:
Primeiro, as condições do mercado internacional mudaram. Estamos vivendo situação diferenciada. Não se pode perder a consciência do tsunami monetário. Tem que fazer avaliação sobre as estratégias a serem tomadas, e não se faz de forma abrupta e apaixonada. Com muita cautela, frieza, tranquilidade, iremos acompanhar o desenrolar da situação e tomar as medidas cabíveis.
Não tenho como adiantar as medidas cabíveis, mas para o governo brasileiro esta é a questão principal.
Se perguntar hoje qual é o maior cuidado do governo, respondo: é acompanhar como o Brasil se defende dessas políticas que são abertamente protecionistas praticadas pelos governos desenvolvidos.

A necessidade do investimento no Brasil

A própria China está promovendo uma transição do modelo de exportações para o mercado interno. Não vão parar de importar, mas irão se situar de forma diferente no mundo.
Por todas as manifestações que lemos: acho que os chineses se sentiram muito fragilizados diante da crise dos seus maiores mercados. Não podem mais confiar só no mercado externo.
Wen Jiabao disse que o modelo era desequilibrado, insustentável, eminentemente desequilibrado: levará a impasses que terão que ser resolvidos.
A China caiu na armadilha do sobre investimento elevado, o que cria rigidez econômica muito forte. Agora, tentam fazer a versão.
No Brasil, ainda estamos na fase de acelerar investimento. Em breve pretendo fazer uma reunião pessoal com os maiores empresários do país sobre a questão do investimento. Uma parte da decisão depende da expectativa, do que Delfim gosta de chamar de "espírito animal". O Brasil oferece todas as condições.
Em todos os lugares que vamos são as mesmas avaliações dos empresários internacionais. No último dia na Alemanha tivemos reunião com Angela Merkel na ABDI (o equivalente à nossa Confederação Nacional da Indústria).
A reunião foi para que nos falassem como pretender investir no Brasil. Havia uma porção de setores, quase uma rodada de negócios. E todos eles vinham, diziam que tinham empresa tal, na área tal, e todo interesse em investir no Brasil. Hoje em dia a maior parte da população alemã é de aposentados e crianças. E o Brasil tem o bônus demográfico. Eles olham para isso, para nosso mercado, para a estabilidade macroeconômica e política, para nossa tradição de respeitar contratos.

Revertendo a queda na indústria

Aqui não temos dúvida de que a economia mundial caminha para recessão com excesso de liquidez. A China reduzirá crescimento para 7,5% com a clara intenção de reverter o modelo para dentro. Outros grandes países vão perseguir esse fortalecimento do mercado interno, com a possível exceção da Índia que tem um déficit externo muito complicado.
Temos que ter consciência disso.
A situação atual não é a mesma de 2011. Nós tínhamos absorvido a expansão monetária dos Estados Unidos que de uma forma ou outra foi encaixada. Agora é absolutamente diferente, é recessão com uma gigantesca expansão monetária acumulada e uma tendência a uma volta aos mercados domésticos.
Vamos ter uma política clara em relação ao Brasil, da qual o melhor exemplo é a revisão do acordo automotivo com o México. Foi feito em 2002, em outra conjuntura, na qual cabia o acordo. E está em vigor até agora, em condições não adequadas ao Brasil.
O Brasil vai institucionalmente tomar medidas para garantir que nosso mercado interno não seja canibalizado. Tem queda na indústria, mas dá para reverter. Não daria se deixássemos continuar por dois, três anos. Agora dá e vamos fazer o possível e o impossível para defender a indústria nacional.

O papel da redução dos juros pelo BC

A redução dos juros, pelo Banco Central, não é só para esquentar a economia brasileira. Cumprimento o BC porque a intenção maior é equilibrar a taxa interna com a internacional. Hoje em dia esse diferencial é responsável pela maior arbitragem que existe no mundo.
Iremos fazer isso sem comprometer a luta contra a inflação. 

Os fantasmas das falsas crises políticas

Existe uma forma quase fantasmagórica de cobrir a política. A imprensa vem falando em crise com a base aliada. Não existe crise. Os conflitos - que sempre existirão - têm a ver com os processos pelos quais exercemos o nosso presidencialismo. Tem que ser de coalizão, mas não deixa de ser presidencialismo.
No caso do Brasil, alcançamos grande maturidade nas relações executivo-legislativo e executivo-judiciário. Podemos nos vangloriar de ter certa estabilidade.
Por aqui seria inconcebível uma relação Executivo-Congresso do tipo democrata-republicano As diferentes opiniões que se estruturam dentro da sociedade brasileira não permitiriam isso.
Temos tradição de sermos obrigados, como políticos que somos, a olhar o interesse de todos: o que nos EUA às vezes me parece que não é o caso.
Ninguém aqui pode durante muito tempo só defender seus interesses específicos sem que haja  reação da parte da sociedade.
É sempre bom que tanto Executivo quanto Legislativo e Judiciário saibam que essa é exigência de postura de todos: presidentes, ministros, deputados, senadores e juízes. Esse é aspecto importante da nossa democracia e explica também porque, mesmo tendo eleições bastante atritadas, em alguns casos até duras, logo depois da eleiçao há como uma pacificação geral.
Ai do presidente que não falar em nome de todos os brasileiros e brasileiras. Em outros países do mundo não se vê isso.
Ao lado da coalizão há questão do interesse de todos, balanço do presidencialismo que fala em nome de todos e coalizão que são interesses partidários. É normal que se reivindique e se debata. É intrínseco a esse processo.
E partidos não podem arcar com ônus de inviabilizar acordos: são partes do acordo. Quando votam contra governo, são pontos muito específicos. Não tem desvio, conduta inadequada: que eles façam assim é da regra do jogo, que façamos de outro é da regra do jogo.

Fonte: www.advivo.com.br/blog/luisnassif/dilma-exclusivo-vamos-defender-a-industria-brasileira

sexta-feira, 9 de março de 2012

Inflação oficial desacelera para 0,45% em fevereiro, indica IBGE


A inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,45% em fevereiro, após subir 0,56% no mês anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para o mês de fevereiro desde 2007, quando o IPCA ficara em 0,44%.
No mesmo período de 2011, o indicador havia ficado em 0,80%. Em 12 meses, o índice, também conhecido como inflação oficial, acumula alta de 5,84%.
As principais influências para o resultado de fevereiro partiram das variações de preços relativos a alimentação e bebidas (de 0,86% para 0,19%) e a transportes (de 0,69% para –0,33%). No grupo de alimentos, as maiores quedas foram vistas nos preços de carnes (de -0,64% para –1,99%), tomate (de 8,09% para –16,96%) e açúcar refinado (de –0,75% para –3,67%), entre outros itens.
Quanto ao grupo de gastos com transportes, o maior impacto para o recuo no mês partiu das passagens aéreas, cuja variação de preços passou de 10,61% para –8,84%. Também exerceram influência os preços de ônibus urbanos, que desaceleraram de 2,54% para 0,72%, e as tarifas dos ônibus intermunicipais, cuja variação passou de 3,23% para 1,07%.
Seguiram o mesmo comportamento as taxas relativas a vestuário, que passou de 0,07% para -0,23%, "em período de liquidações no mercado", e ao grupo comunicação (de 0,21% para –0,17%).
Na contramão, o grupo educação apresentou grande aumento de preços, com variação de 0,39% em janeiro para 5,62% em fevereiro. O resultado reflete os reajustes típicos de início de ano, segundo apontou o IBGE, por meio de nota.
Ganhou força também a alta de preços de habitação (de 0,53% para 0,60%), saúde e cuidados pessoais (de 0,30% para 0,70%) e despesas pessoais (de 0,71% para 0,88%).
No grupo de despesas pessoais, a variação também foi significativa, de 0,74% para 1,78%.
INPCO Índice Nacional de Preços ao Consumidor  (INPC) também desacelerou a alta de 0,51% para  0,39%. O acumulado do índice do ano fechou em 0,90% e, em 12 meses, ficou em 5,47%. Em fevereiro de 2011 o INPC havia ficado em 0,54%.
Os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,21% em fevereiro, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,46%. Em janeiro, os resultados ficaram em 0,74% e 0,42%, respectivamente.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/03/inflacao-oficial-desacelera-para-045-em-fevereiro-indica-ibge.html

terça-feira, 6 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Piso do magistério sobe, mas nenhum estado cumpre integralmente

A partir do próximo mês, nenhum professor da rede oficial de ensino poderá receber menos que R$ 1.451



A partir do próximo mês, nenhum professor da rede oficial de ensino poderá receber menos que R$ 1.451. O novo piso estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) representa um aumento de 22,22%, se comparado ao valor pago em 2011. O reajuste é calculado com base no crescimento dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Um projeto em discussão na Câmara dos Deputados pretende vincular futuros reajustes às variações da inflação. A obrigação de cumprir o piso foi questionada na Justiça por diversos governadores, mas no final do último ano o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional os valores estabelecidos pelo MEC. 
A lei que estabelece o piso nacional do magistério foi aprovada em 2003. Ela determina que nenhum professor pode receber menos do que o valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), até hoje nenhum estado ou município a cumpre integralmente. 
Um dispositivo prevê que a União complemente o pagamento nos casos em que os governos municipais e estaduais não possuírem recursos necessários. Desde 2008, nenhum valor adicional foi repassado. Segundo o MEC, isso não ocorreu porque nenhum prefeito ou governador conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.

Tem cara de 1964, cheiro de 1964, mas é 2012… Ou não?


Além de previsível, por estranho que pareça julgo positiva a nova insubordinação de cerca de cem chefes militares da reserva contra a comandante-em-chefe das Forças Armadas, Dilma Vana Rousseff, que, coincidentemente, é também a presidente da República Federativa do Brasil, eleita em  31 de outubro de 2010 com 55.752.529 votos, os quais contabilizaram 56,05% do total de votos válidos.
Os militares da reserva – que muitos chamam de militares de pijama, mas que adotam discurso grandiloqüente e ameaçador que obriga a duvidar de que sejam só velhinhos mal-humorados – deixam ver que continuam dando tão pouco valor ao voto popular quanto davam há pouco menos de meio século, quando jogaram no lixo outros tantos milhões de votos e puseram o eleito para correr, após o que passaram a impedir que a sociedade expressasse seus desejos políticos devido a que certamente achavam que estes não seriam de seu agrado.
Como na época em que os militares aplicaram seu peculiar conceito de democracia, conceito esse que passava pela nulidade do voto popular, também temos hoje setores da imprensa falando pelos possíveis golpistas, mandando recados ameaçadores a quem a vontade dos brasileiros transmudou em comandante suprema das Forças Armadas.
Um peão que disputa com extensa fila de concorrentes o posto que Carlos Lacerda ocupou um dia, saiu recitando trecho dos Lusíadas em que a personagem de Camões recomenda “cuidado” aos portugueses, e faz isso no mesmo texto em que critica a presidente por ter exigido de cada uma das Forças Armadas que repreenda seus membros inativos e insubordinados.
Este blog vive recebendo comentários iguais. Recentemente, leitor postou que se Dilma tentar aprovar uma lei da mídia os seus amigos militares a derrubarão como derrubaram Jango Goulart. Esse tipo de comentário, neste blog, é freqüente. Alguns dos que postam essas coisas se dizem militares e dão a entender que são da reserva, apesar de que não dão seus nomes.
A diferença desses para o tal colunista é a de que este está ligadão a militares da reserva, aos amigos desses militares na política e, supõe-se – devido à grandiloqüência de suas ameaças –, também aos militares da ativa…
Nesse aspecto, julgo que esse episódio é positivo.  Há, na esquerda, uma moçada que não consegue sequer cogitar a hipótese de que hoje os militares ousariam deixar os quartéis para derrubar o governo, fechar o Congresso, estabelecer a censura, prender sem mandado, torturar e assassinar como ocorreu há quase 50 anos e durante os vinte anos seguintes.
Quem está certo, este cinqüentão ultrapassado ou a garotada confiante na força da nossa democracia? Eles que se entendam com o tal colunista que todos sabem que não passa de um boneco de ventríloquo, de forma a descobrirem se a sua ameaça a Dilma é só para contentar idosos preocupados em ter que prestar contas da valentia de há meio século ou se é algo mais.
De qualquer modo, é bom que tenha ocorrido essa insubordinação. Se realmente estivermos em 2012 em vez de em 1964, esses militares terão que baixar a bola, terão que adotar o silêncio a que a opção pela caserna os obriga constitucionalmente. Do contrário… Bem, prefiro nem descrever o contrário.
Neste momento, portanto, há que saber se essas pessoas que o Estado sustenta na aposentadoria podem ou não ser enquadradas nas leis que regem a nação por questionarem a legitimidade do Poder Legislativo para aprovar a Comissão da Verdade e por policiarem as opiniões da superior hierárquica.
De uma coisa podemos estar certos: o desenlace desse episódio revelará se estivemos brincando de democracia no último quarto de século ou se ela é para valer. Se houver o risco de o voto dos brasileiros ser novamente rasgado, pelo menos já iremos escolhendo logo entre lutar ou capitular diante da ditadura até então camuflada, pois é melhor um fim terrível do que um terror sem fim.


Charge

Maringoni