sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sem terra realizam mobilizações em Alagoas e Pernambuco


Agricultores denunciam situação de calamidade de municípios devido à seca e denunciam burocracia que impede acesso à auxílio emergencial
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na quarta-feira (27) o Edifício Walmap, onde fica uma das sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió (AL). Já nesta quinta-feira (28), os sem terra ocuparam as agências do Banco do Nordeste nos município de Bezerros e Pesqueira, em Pernambuco.

Em Alagoas, as famílias levaram até a Superintendente do órgão, Lenilda Lima, as preocupações em relação a despejos e infraestruturas de serviços necessários para a execução da reforma agrária. No estado, estão agendadas para o mês de julho uma série de reintegrações de posse em áreas de acampamentos do MST. As reintegrações voltam a ser tema de reunião nesta quinta-feira no Comitê Mediador de Conflitos Agrários, que acontecerá no Palácio do Governo do Estado com a presença do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC), da Vara Agrária, do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), do Incra, das Procuradorias e movimentos sociais do campo.

Em Pernambuco, os agricultores denunciam a situação de emergência vivida nos assentamentos e comunidades rurais em toda a região do semiárido do Nordeste, assolado por uma seca que tem sido considerada por muitos especialistas como a pior dos últimos 30 anos. Segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem e mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas. Só em Pernambuco, já são 72 cidades em situação de emergência. Para os sem terra, por um lado faltam políticas estruturantes para convivência com o semiárido, e por outro os governos têm sido incapazes de estabelecer políticas concretas e eficientes de combate aos efeitos da seca. 

Nesta quinta-feira, como resultado das mobilizações, um grupo da Direção Estadual do MST se reúne com representantes do Bando do Nordeste no estado. A pauta apresentada pelo MST reivindica ainda crédito para a estruturação da produção irrigada nas áreas com potenciais; fomento especial para estiagem, no valor de R$ 4 mil por família; acesso a recurso para a construção de cisternas; e a criação de assentamentos em todas as áreas ao redor dos canais da transposição do Rio São Francisco, conforme compromisso já assumido pelo Ministério da Integração Nacional.

As reivindicações fazem parte da rodada de mobilizações do MST iniciada nesta terça-feira (26).

Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/9957

MPF reclama no STJ contra Banco Central e instituições bancárias por atraso na entrega de informações sigilosas


Brasília – O Ministério Público Federal (MPF) pediu que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acione o Banco Central (BC) e algumas instituições financeiras que não atendem os prazos estabelecidos em ordens judiciais para a quebra de sigilo bancário nas investigações de combate à corrupção.
A informação é do subprocurador-geral da República Carlos Eduardo Vasconcelos, segundo quem “as ordens judiciais estão sendo sistematicamente descumpridas”, embora não exista qualquer previsão legal que subordine o cumprimento dos prazos “à conveniência, ao arbítrio, capricho ou às prioridades logísticas dos diretores das instituições financeiras”.
De acordo com o subprocurador, o questionamento ao STJ é feito nos autos de um inquérito que corre em segredo de Justiça, por meio do qual o MPF e a Procuradoria Geral da República (PGR) pediram ao BC e às instituições financeiras informações cujo prazo de atendimento foi fixado pelo STJ em 30 dias.
Conforme explica, algumas instituições atenderam prontamente à ordem judicial, outras o fizeram com atraso ou de forma incompleta, mesmo depois de insistentes gestões. O subprocurador cita especificamente os bancos Itaú e Santander, que não cumpriram a ordem judicial até o momento, apesar de transcorridos dez meses da requisição, e sem que o BC exerça seu poder de fiscalização sobre eles.
Segundo Vasconcelos, uma das instituições, que não quis identificar, apresentou dados incompletos e, numa segunda complementação, acusou movimentação de somas elevadas numa conta dada como "sem movimentação" na primeira remessa de dados. O subprocurador diz que a recorrência das demoras sugere a existência de “uma ação organizada de obstrução da Justiça, de caráter sistemático, para dificultar o atendimento às requisições judiciais de quebra de sigilo bancário”.
Essas obstruções, segundo ele, são de pleno conhecimento do BC, que “a tudo assiste, ministrando à opinião pública e à comunidade internacional a impressão de que o sistema financeiro nacional não se submete ao ordenamento jurídico nem ao Poder Judiciário, convertendo o Brasil, na prática, num paraíso fiscal”, ressalta Vasconcelos, em nota divulgada pela PGR.
Segundo ele, os dirigentes dos bancos que sonegam as informações incorrem em crime de desobediência, previsto no Artigo 330 do Código Penal, além de acobertarem a prática de crimes financeiros, por causa da reiterada recusa em prestar informações.
Para Vasconcelos, o presidente do BC, ao assistir passivamente à desobediência das instituições que lhe cabe fiscalizar, “converte-se, na melhor das hipóteses, em testemunha-chave dos crimes praticados pelos seus supervisionados”.
A nota da PGR explica que a metodologia simplificada utilizada para quebra do sigilo bancário é o Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba), desenvolvido e gerenciado pela Assessoria de Pesquisa e Análise (Asspa) da PGR para dar agilidade e eficiência ao processamento dos dados. Sistemática aprovada pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) e adotada pelo BC e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Além disso, Vasconcelos lembra que as instituições financeiras participaram da elaboração do modelo por meio da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), e estão vinculadas ao sistema também por meio de carta circular do BC, que retransmite as ordens de quebra de sigilo bancário e tem o dever de cobrar seu cumprimento no prazo indicado pela autoridade judicial.
O MPF pede que o STJ oficie aos diretores presidentes dos bancos que ainda não mandaram as informações, ou as mandaram de forma incompleta, e ao presidente do BC para que forneçam as informações que faltam, no prazo improrrogável de dez dias corridos, sob pena de multa diária. Requer também que o presidente do BC seja notificado a informar, no mesmo prazo, que medidas coercitivas pretende usar para coibir o descumprimento das decisões judiciais.

Qual projeto de lei é mais urgente: casamento civil igualitário ou criminalização da homofobia?

Várias pessoas têm me perguntado se, na minha opinião, o “casamento civil igualitário”, como pauta política da comunidade LGBT, é mais ou menos importante que a “criminalização da homofobia”. Eu sempre respondo que não há resposta precisa: ambas são importantes e não se opõem ou contradizem. O PLC-122 (que altera a Lei do Racismo, criminalizando a homofobia) está — faz muito tempo — esperando ser votado no Senado Federal, enquanto a PEC que legaliza o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, proposta por mim e pela deputada Érika Kokay (PT-DF) junto a parlamentares, está na Câmara dos Deputados, em fase de recolhimento de assinaturas. Ambas as iniciativas podem tramitar simultaneamente nas duas casas e, como deputado federal e ativista gay assumido e orgulhoso da luta da nossa comunidade pela liberdade e a igualdade e contra a discriminação e o preconceito, eu defendo a aprovação das duas.
No entanto, sempre respondo também que é legítimo debatermos, sim, qual desses projetos é mais urgente e deveria ser considerado prioritário estrategicamente. Qual deles é uma ferramenta melhor para combater, de fato, a homofobia? Qual deles ajudará mais e mais rápido a diminuir o preconceito? Qual deles será mais eficaz para reduzir a violência homofóbica? Qual deles terá um efeito mais rápido e poderoso para melhorar a qualidade de vida dos homossexuais, facilitar a saída daqueles e daquelas que ainda estão no armário, produzir uma mudança na percepção negativa e preconceituosa que milhões de pessoas ainda têm das minorias sexuais e garantir o acesso igualitário aos direitos civis que deveriam ser para todos e todas?
Em primeiro lugar, considero necessário esclarecer o que significa, para nós, gays e lésbicas, o direito ao casamento civil. Tem gente que pensa que se trata, apenas, de uma série de direitos materiais: inscrição do(a) parceiro(a) como dependente no plano de saúde, direitos migratórios, benefícios fiscais, acesso ao crédito como casal, adoção conjunta e reconhecimento da paternidade/maternidade, direitos trabalhistas, herança, pensão etc. Claro que tudo isso é importante — perguntem, se não, por exemplo, ao viúvo que foi expulso da casa onde morara durante décadas junto ao parceiro, quando os sogros que nunca o reconheceram como genro apareceram e reclamaram os bens que eram do casal mas, segundo a lei, eram apenas de quem morreu —, mas isso tudo poderia ser resolvido com leis específicas ou com um instituto separado, especial, como a “união civil” que existe em alguns países. No entanto, eu jamais votaria a favor da “união civil” ou de qualquer lei segregacionista, mesmo que, em troca de aceitar a segregação, a gente conquistasse aqueles direitos materiais e ficasse numa situação semelhante à dos casados. Reclamar os mesmos direitos com os mesmos nomes significa dizer, bem alto, que, numa democracia, não pode haver cidadãos de segunda, cujos direitos são regulados por leis também de segunda. O casamento civil igualitário, além de garantir direitos específicos, garante a igualdade perante a lei, a cidadania plena e o reconhecimento simbólico do Estado — e também vai ser, quando aprovado, um pedido de desculpas a gays e lésbicas, por tantos séculos de discriminação.
Que fique claro: o casamento civil igualitário não é apenas uma lei que reconhece direitos. É uma lei que diz que os casais homossexuais valem o mesmo que os casais heterossexuais, não são melhores nem piores e merecem o mesmo trato, a mesma proteção, o mesmo reconhecimento e a mesma celebração. Porque o casamento também é isso: uma celebração pública. E não há melhor forma de combater a homofobia que essa. A inclusão de gays e lésbicas numa instituição ordenadora na nossa cultura, o reconhecimento dos casados como casados e a celebração dos seus casamentos são também políticas educacionais. As crianças do amanhã nascerão num país em que essa barreira simbólica que nos deixava fora não existe mais e o Estado reconhece que somos cidadãos como qualquer um. Que, como cantava Cazuza, “eu sou mais um cara”.
É claro que a criminalização da homofobia, que o PLC-122 propõe é justa e necessária. E sou a favor dela mesmo não gostando do aumento do Estado penal que ela implica, pois, se o racismo é crime — e acredito que deve continuar sendo — a homofobia também tem de ser. Mas precisamos ser conscientes de que a desvantagem da criminalização é que ela sempre chega tarde, quando o crime já se cometeu; e já aprendemos, pelo que acontece com muitos outros crimes, que a pena não é muito eficaz para prevenir. A mudança cultural que o debate e a aprovação do casamento civil igualitário podem produzir é capaz de mudar a cabeça das pessoas. Pode prevenir e diminuir radicalmente a homofobia, fazendo com que a criminalização, algum dia, deixe se ser necessária. Foi isso que aconteceu em outros países onde o casamento civil igualitário foi aprovado.
Eu acredito, portanto, que a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo vai prevenir e combater a homofobia de maneira muito mais rápida, eficaz e profunda que a criminalização da homofobia. É por isso que a minha prioridade estratégica, como parlamentar, é essa. E acredito também que, depois da aprovação do casamento igualitário, o PLC-122 vai ser aprovado muito mais facilmente. E não vai ser o projeto que está nas gavetas do Senado faz muitos anos, bloqueado pela bancada fundamentalista, mas outro projeto muito mais avançado.
Por isso, repito: sou a favor do casamento civil igualitário e do PLC-122. Quero que ambos os projetos sejam aprovados e espero que o PLC-122 seja reformulado para ser mais avançado e eficaz. Contudo, acho que a prioridade estratégica deve ser o casamento. É nesse debate que se joga tudo. Se conseguirmos, o país vai começar a ser outro, a mudança cultural será enorme e as outras leis que nos faltam vão ser aprovadas mais rápido e com mais consenso. Além disso, teremos feito um grande serviço a todos os setores da sociedade que lutam por um estado laico, com liberdade religiosa e não-intromissão das igrejas nas políticas públicas e nas leis civis.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Enquete para escolha do filme do CinePET

Boa noite a tod@s!
O CinePET, que é uma das atividades do PET - Economia, será realizado em 12/07 (quinta-feira) às 16h e contamos com sua participação na escolha do filme e na atividade.
Segue a sinopse e algumas informações dos filmes que estão potos para votação. Devo lembrar-lhes que a enquete encerra-se às 00:00 do dia 05 de julho.

1 - A guerra do fogo
O filme retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos. O primeiro, que quase não se diferencia dos macacos por não ter fala e se comunicar através de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e acha que o fogo é algo sobrenatural por não dominarem ainda a técnica de produzi-lo; o outro grupo é mais evoluído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, como a habilidade de fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contato quando o fogo da primeira tribo é apagado em uma guerra com uma tribo hominídeos mais primitivos, que disputam pela posse do fogo e do território. Noah, Gaw e Amoukar (membros do primeiro grupo) são destacados então para uma jornada para trazer uma nova chama acesa para a tribo. Nesse caminho deparam -se com um grupo de canibais, e resgatam de lá Ika, uma mulher pertencente ao grupo mais evoluído. Do contato com essa mulher, os três caçadores do fogo aprendem muitas coisas novas, já que ela domina um idioma muito mais elaborado que o deles, assim como domina também a técnica de produção do fogo. Levados por diversas circunstâncias a um encontro com a tribo de Ika, percebem que há uma maneira diferente de viver; observam as diferentes formas de linguagem, o sorriso, a construções de cabanas, pintura corporais, o uso de novas ferramentas, e mesmo um modo diferente de reprodução.
França/Canadá, 1981, 100 minutos.




2 - A Banda 
Uma pequena banda da polícia egípcia chega a Israel. Eles vieram para tocar na cerimônia de inauguração de um centro cultural árabe. Porém, por causa da burocracia, falta de sorte e outros imprevistos, são esquecidos no aeroporto. A banda tenta se deslocar por conta própria, mas vai parar numa pequena e quase esquecida cidade israelense, em algum lugar no coração do deserto.
Israel/França/EUA, 2007, 87 minutos
 


3 - O incrível exército de Brancaleone
Brancaleone de Norcia é um cavaleiro errante que é contratado como líder de um pequeno e diversificado grupo que roubaram um pergaminho que lhes dava a posse do reino de Aurocastro. Mas a viagem até esse suposto reino dos sonhos é muito mais tortuosa que planejada.
Espanha/França/Itália, 1966, 120 minutos.


4 - O nome da Rosa
Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.
 França/Itália/Alemanha, 1986, 130 minutos 


5 - Tempos modernos
Um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospício, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada.
Enquanto isso, uma jovem, orfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, tem que realizar pequenos furtos para sobreviver (roubar um pão para comer). Após a morte do pai em uma manifestação, dois agentes do governo vão buscá-las para a adoção, mas a jovem foge.
Charles vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é tomado como o líder comunista por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser preso. Quando é libertado e depois de uma agradável estadia na prisão, decide fazer de tudo para voltar para lá e ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e estraga tudo. Mesmo assim, ele faz de tudo para ir preso, no entanto os dois acabam escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.
Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo. No meio da confusão, vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
A jovem consegue trabalho como dançarina num salão de música e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras.
EUA/França/Reino Unido, 1936, 87 minutos



6 - Wall street - Poder e cobiça
Nova York, 1985. Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem e ambicioso corretor que trabalha no mercado de ações. Após várias tentativas ele consegue falar com Gordon Gekko (Michael Douglas), um inescrupuloso bilionário. Durante a conversa Bud sente que precisa dar alguma dica muito quente para ter a atenção de Gekko e então lhe fala o que seu pai, Carl Fox (Martin Sheen), um líder sindical, tinha lhe dito, que a Bluestar, a companhia aérea para a qual trabalha, ganhou um importante processo. Esta informação não foi ainda divulgada oficialmente, mas quando isto acontecer as ações terão uma significativa alta. Gekko o adota como discípulo e logo Bud trabalha secretamente para Gekko, abandonando qualquer escrúpulo, ética e meios lícitos, pois só quer enriquecer. Bud obtém sucesso, o que faz seu padrão de vida mudar. Além disto se envolve Darien Taylor (Daryl Hannah), uma decoradora em ascensão, mas se os ganhos são bem maiores, os riscos também são. 
EUA, 1987, 126 minutos 



7 - Cidadão Kane
Cidadão Kane é supostamente baseado na vida do magnata do jornalismo William Randolph Hearst (publicamente, Welles negava), e conta a história de Charles Foster Kane, um menino pobre que acaba se tornando um dos homens mais ricos do mundo.
EUA, 1941, 119 minutos


8 - Aguirre, a cólera dos deuses
No século XVI, algumas décadas depois da destruição do Império Inca, uma expedição de conquistadores espanhóis, enfrentando a febre, os índios e as feras, entra na selva amazônica peruana e vai em direção ao rio Amazonas, em busca do Eldorado, o fabuloso reino de ouro. Lope de Aguirre (Klaus Kinski), um aventureiro ambicioso, derruba Pedro de Ursua (Ruy Guerra), chefe de seu grupo e persuade os soldados a abandonarem Pizzaro, comandante da expedição. Mais tarde, Gusman (Peter Berling ), o novo líder proclamado por Aguirre, é também eliminado. O conquistador assume o poder com fanatismo exigindo a obediência de todos com violência. Mas, aos poucos, a selva vai dizimando toda e expedição.
Alemanha/Peru, 1972, 91 minutos


9 - Giordano Bruno
O filósofo, astrônomo e matemático Giordano Bruno foi um dos maiores pensadores do Século XVI e um dos precursores da ciência moderna. Nascido em Nola (Itália), expulso da Ordem dos Dominicanos por suas ideias conflitantes com a ortodoxia religiosa, viajou por toda a Europa, tendo sido conselheiro de príncipes e reis.
Suas idéias metafísicas eram monistas e imanentistas, admitindo que acima de um deus imanente (a "alma do mundo"), haveria um deus transcendente, só apreendido pela fé, mas uma fé inteiramente naturalista, bem diversa da fé cristã.
Processado pela Inquisição de Veneza, preferiu retratar-se (como Galileu), mas seus inimigos conseguiram que fosse mandado a Roma, onde respondeu a novo processo.
O filme de Guiliano Montaldo retrata o processo romano, no qual Giordano Bruno recusou qualquer retratação, sendo condenado e queimado vivo no ano de 1600.
Além do desempenho seguro de Gian Maria Volonté, o grande destaque do filme é a fotografia de Vittorio Storaro. Usando archotes para iluminar as principais cenas, ele consegue efeitos visuais impressionantes, sobretudo na caminhada de Bruno para a morte, pelas ruas de Roma.
Itália/França, 1973, 115 minutos



10 - O grande ditador
Em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, judeus estavam sendo esmagados pelo preconceito alemão. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história: o ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e atrevido, este filme lhe causou sua expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma obra-prima única com uma das melhores mensagens anti-guerra já transmitidas ao homem.
EUA, 1940, 124 minutos


11 - Arquitetura da Destruição
Arquitetura da Destruição está consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema. O filme de Peter Cohen lembra que chamar a Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados pela sua estratégia de conquista universal. O veio artístico do arquiteto da destruição tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. Hitler queria ser o senhor do universo, sem descuidar de nenhum detalhe da coreografia que levava as massas à histeria coletiva a cada demonstração. O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.
Suécia, 1989,  119 minutos


12 - A classe operária vai ao Paraíso
Adorado por seus superiores por ser um trabalhador extremamente dedicado e odiado pelo mesmo motivo por seus colegas de trabalho, Lulu vive entregue aos sonhos de consumo da classe média, alienado em meio aos movimentos de protesto de sua classe, até que um acontecimento põe em xeque suas opiniões. 
Itália, 1971, 125 minutos

13 - O sétimo selo
Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.
Suécia, 1956, 96 minutos


 
14 - Brasil, o relato de uma tortura
O "Relato de uma tortura" é um documentário, rodado no Chile, que mostra o Grupo dos 70, que são os exilados brasileiros que sobreviveram a tortura cometida pela Estado durante a ditadura militar no Brasil, instituída em 1964. O vídeo apresenta os ex-presos narrando e demonstrando detalhes da época de horror e tortura que vivenciaram nos porões do DOPS. Os prisioneiros foram libertados na troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, que foi seqüestrado por guerrilheiros brasileiros, em 1970.
O vídeo traz relatos de situações inusitadas como uma cena em que algumas pessoas foram imobilizadas nuas com um jacaré andando por seus corpos. Já quem tinha esposa ou filhos pequenos, eram torturados na presença dos familiares para que delatasse os seus companheiros.
Em 1979, todos os criminosos foram anistiados. O filme tem fama de ser impactante e forte, pois resgata as histórias e memórias de um período de sombras do País.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Real avança como moeda do comércio globalizado

Acordo de swap de R$ 60 bi com a China e socorro de US$ 10 bi ao FMI reforçam peso da moeda brasileira no cenário internacional e ampliam argumento pela reformulação da cesta monetária que pode substituir o dólar


Ao completar a maioridade, tendo no currículo a façanha de superar a inflação e impulsionar a economia nos últimos 18 anos, o real aos poucos alça voo internacional. A moeda brasileira pleiteia agora a entrada na lista das unidades de valor nacionais da cesta monetária do Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecida como Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês).
O País negocia no âmbito dos Brics (grupo integrado também por Rússia, Índia, China e África do Sul) e do G-20 (as maiores economias) a abertura da SDR a moedas emergentes para substituir o dólar na condição de papel de pagamento universal comercial globalizado.
Nesse sentido, o país deu dois passos consistentes na semana. Firmou um acordo com a China eliminando a necessidade de contratação de swap (permuta de crédito) nas transações de bilaterais até R$ 60 bilhões, que na prática retira o dólar do caminho do comércio entre chineses e brasileiros, valendo apenas o yuan e o real como moedas de troca. O segundo passo foi o socorro de U$$ 10 bilhões concedidos as FMI, o segundo neste valor em menos de dois anos.
As ações dão fôlego à proposta feita pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em novembro de 2010. Na ocasião, durante a reunião do G-20, grupo formado pelas maiores economia do globo, Mantega aproveitou os holofotes do anúncio do primeiro empréstimo bilionário para sugerir o uso da SDR como moeda internacional. A ideia soou um tanto ousada: retirar do dólar o poder de intermediar o comércio mundial.
Perda de valor
A crise nos países desenvolvidos, com a moeda americana perdendo valor em meio à liquidez incentivada pelo governo Obama para impulsionar o consumo e os solavancos financeiros da Europa, é vista como positiva para o real e o yuan entrarem na SDR. A justificativa é de moeda brasileira está fortalecida pela resistência à crise internacional e a chinesa pelo fôlego de sua economia. Assim, podem reforçar o sistema global de pagamentos.
A proposta começa a soar como possível num momento no qual o Euro balança sem conseguir tirar a Europa da turbulência em seu sistema bancário e o dólar patina junto com o fraco desempenho da economia americana.
Resta saber se o Brasil terá força até 2015 para mudar o critério de moedas “livremente utilizáveis” definido pelo FMI em 2000, em ação apontada como decidida pelas atuais moedas de referência para não para barrar os emergentes e não perder influência no mercado global.
Ajuda dos hermanos
A chave para entrar na SDR, contudo, pode estar nos critérios “amplamente utilizada” e “amplamente negociada”, adotados pelo FMI no final do ano passado. É neste ponto que o Mercosul pode ajudar o real.
A liberação para transações com moeda local dentro do bloco econômico, formalizado no final de 2008, pode elevar a classificação de “negociada” e “utilizada” do real fora das fronteiras nacionais. Restrito ainda a Brasil e Argentina, o fluxo livre de pagamento em reais pode render créditos para a moeda brasileira alegar capacidade de circulação internacional ao FMI.
O governo brasileiro já tem, inclusive, a conta da evolução do emprego do real no território argentino. Segundo o Banco Central, as transações em reais atingiram 4.973 operações em 2011. Volume superior às 3.410 do ano anterior e quatro vezes maior que as 1.193 de 2009. Em dinheiro, as transações somaram R$ 1,64 bilhão no ano passado, contra R$ 1,26 bilhão em 2010 e R$ 453,5 milhões, em 2009.
O crescimento do uso de moeda própria no comércio exterior para pagamento em outros países ganhar novos contornos a partir do acordo firmado com a China. Por meio dele, o Brasil se aproxima de Pequim, mostrando afinamento diplomático e comercial ao FMI. E sinaliza ao fundo que o argumento aceito em 2000 para introduzir o euro na SDR, de que França e Alemanha são a musculatura econômica para segurar o bloco, vale para o real e o yuan: fortes separadamente e unidas comercialmente.

Fonte: http://economia.ig.com.br/2012-06-25/real-avanca-como-moeda-do-comercio-globalizado.html

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mobilidade para todos, é possível?

O sonho de uma era pós-automóvel é perfeitamente viável técnica e tecnologicamente sendo necessário fazer com que a indústria automobilística, voluntariamente ou não, viabilize o desenvolvimento tecnológico para energia limpa para os transportes públicos. E também é viável sob o ponto de vista econômico constituindo um fundo para investimento em transporte público, calçadas e ciclovias, como define a Lei da Mobilidade Urbana , em vigor desde abril de 2012. 

Se há um tema mais popular que o futebol no Brasil é o da mobilidade urbana. A maioria das pessoas nas conversas de bar, nos escritórios, em casa tem uma opinião a respeito de como melhorar o trânsito, os transportes coletivos, as calçadas, as bicicletas etc. Hoje, cidades médias e mesmo as pequenas já conhecem engarrafamentos diários. E nos grandes centros e cidades médias, os automóveis são responsáveis diretos pela baixa velocidade, aumentos dos custos das passagens dos ônibus.

Os congestionamentos constituem um fenômeno que vem se acumulando desde que a indústria automobilística se instalou no País nos final dos anos 1950, sempre beneficiada pelo poder público. Recentemente, as benesses do poder público vêm crescendo. Desde o início da crise internacional, em 2008, o governo federal, principalmente, mas também os governos paulista e mineiro injetaram recursos da ordem de R$ 14 bilhões para ajudar os bancos da indústria automobilística. Em maio de 2012, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nova renúncia fiscal em favor do setor, zerando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); desta vez, os cofres federais deixarão de arrecadar R$ 900 milhões nos três meses que durará a medida.

E, pior, o setor continua pressionando os governos – como se vê, com sucesso – para efetivar uma política de proteção do seu mercado, com subsídio ao preço da gasolina, diretamente ou via renuncia fiscal da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE/Combustíveis) em mais de R$ 3 bilhões anuais. Além disso, nos últimos anos, o governo federal elevou o preço do diesel a um índice mais de cinco vezes superior ao índice utilizado para a majoração do preço da gasolina, resultando disso um sobrelucro de R$ 2 bilhões anuais para a Petrobrás, pago, via tarifas dos ônibus, pelos usuários que dependem do transporte público.

O mais interessante é observar que a maior beneficiária dessa política, a indústria automobilística, age como se não tivesse nada a ver com a crise de mobilidade, marcada por um espaço viário urbano abarrotado e pela demora nos deslocamentos nas cidades, que alcança hoje todas as classes sociais e começa a deixar a mesa dos técnicos para ir aos gabinetes de prefeitos e governadores e mesmo para a Presidência da República.

O governo federal e vários governos estaduais estão dando os primeiros sinais de reação a esse quadro respondendo primeiro à pressão social dos movimentos populares. Em segundo lugar à crise de mobilidade, filha do modelo que universaliza a propriedade e o uso do automóvel, e que gerou um enorme crescimento da frota em plena crise mundial da indústria automobilística internacional. Também contribuíram as exigências da FIFA de que os investimentos em mobilidade da Copa 2014 devessem esquecer obras viárias para automóveis, concentrando-se exclusivamente em transportes público, calçadas acessíveis e sistemas para circulação das bicicletas.

Essa reação levou o poder público a destinar recursos para sistemas estruturais de transportes públicos sobre trilhos e corredores exclusivos de ônibus dotados de sistemas inteligentes de controle da frota, monitoramento da circulação e informação aos usuários (conhecidos internacionalmente como Bus Rapid Transit ou BRTs).

Do Governo Federal estão previstos no PAC da Copa (R$11,8 bilhões) e do PAC da Mobilidade – Grandes Cidades (R$32,7 bilhões), com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), para empréstimos a Estados, Municípios e setor privado, e contrapartidas estaduais e municipais. No mesmo sentido, estão previstos investimentos dos governos de Estado de São Paulo (R$45 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 10 bilhões). Espera-se que num período de três a seis anos esses sistemas estejam em operação consumindo da ordem de 100 bilhões de recursos públicos atendendo direta e indiretamente mais de 50 grandes cidades.

A sociedade precisa estar atenta e mobilizada, pois recursos alocados não significam sistemas de transportes operando, temos visto na história, obras inacabadas como o metrô de Salvador há 12 anos construindo 6 quilômetros. Deve-se também perguntar ao governo federal se sua política industrial de enfrentamento da crise continuará a ser a de promover novos incentivos a indústria automobilística sem exigir dela nenhuma contrapartida a não ser garantir empregos de metalúrgicos e incentivar o consumo de automóveis que traz poluição, efeito estufa, e aumento dos custos urbanos.

O sonho de uma era pós-automóvel é perfeitamente viável técnica e tecnologicamente sendo necessário fazer com que a indústria automobilística, voluntariamente ou não, viabilize o desenvolvimento tecnológico para energia limpa para os transportes públicos. E também é viável sob o ponto de vista econômico constituindo um fundo para investimento em transporte público, calçadas e ciclovias, como define a Lei da Mobilidade Urbana [1] , em vigor desde abril de 2012, com recursos provenientes de uma contribuição da venda de cada automóvel, da taxação da gasolina e uma política de taxação dos estacionamentos (com gestão pública) nas áreas centrais, e, ainda, quando possível e recomendável, a implantação de sistemas de pedágio urbano, como Londres e outras cidades estão fazendo.

Os instrumentos estão dados, mas será preciso pressão social e a coragem política dos governos para que se efetivem as promessas de investimentos em sistemas estruturais e também para reduzir o custo social, ambiental e econômico da presença tão massacrante nos automóveis em nossas cidades.

[1] Lei 12.587 que Institui as Diretrizes da Política Nacional da Mobilidade Urbana de 3/01/2012

(*) Nazareno Stanislau Affonso é coordenador Nacional do MDT - Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para todos e Coordenador do Escritório da ANTP em Brasília.

Fonte http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20307

segunda-feira, 18 de junho de 2012

G20 confirmará empréstimo ao FMI, apesar de atraso em reforma

Segundo fonte do grupo, esperava-se que a China contribuísse com cerca de US$ 60 bilhões, com Rússia, Brasil e Índia fornecendo US$ 10 bilhões cada.

Os líderes das principais economias do mundo estão prontas para confirmar que farão novos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para combater a crise, apesar de algumas nações emergentes estarem frustradas com o ritmo lento de conquista de mais poder no credor global.
A cúpula do G20 no México nesta segunda-feira e na terça-feira será ofuscada pela crise da dívida da Europa, que ameaça apertar os próprios fundos de resgate da região, destacando a necessidade de uma proteção maior no FMI.

Continua incerto, no entanto, se todos os líderes que participam da cúpula irão assinar um tamanho específico de contribuição para o Fundo.
O vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, disse no domingo que Pequim irá contribuir para os US$ 430 bilhões em novos recursos para o FMI, que foi acertado entre ministros das Finanças em abril, mas não informou uma quantia específica.
"Nós estamos completamente confiantes de que o FMI atingirá o objetivo de aumentar seus fundos em US$ 430 bilhões e a China irá contribuir com certeza", disse Zhu a repórteres no resort mexicano de Los Cabos.

O ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, disse esperar que a China diga com quanto irá contribuir durante a cúpula do G20, uma ação que pode impulsionar outros países em desenvolvimento a fazer o mesmo.
As nações emergentes China, Rússia, Brasil e Índia não divulgaram em abril com quanto dinheiro irão irão contribuir para o FMI, e buscaram conectar qualquer nova contribuição com reformas de votação no FMI, dando-lhes mais poder no Fundo.
A maior parte do dinheiro extra ao FMI virá da Europa. O Fundo destacou que a quantia não é para ajudar apenas países europeus, mas também países afetados por turbulências causadas pela crise da zona do euro.
Uma autoridade do G20 afirmou à Reuters que esperava-se que a China contribuísse com cerca de US$ 60 bilhões, com Rússia, Brasil e Índia fornecendo US$ 10 bilhões cada.

 Fonte: http://economia.ig.com.br/criseeconomica/2012-06-18/g20-confirmara-emprestimo-ao-fmi-apesar-de-atraso-em-reforma.html

domingo, 10 de junho de 2012

Enquete para escolha do filme do CinePET

Boa noite a tod@s!
O CinePET, que é uma das atividades do PET - Economia, será realizado em 14/06 (próxima quinta-feira). E contamos com sua participação na escolha do filme e na atividade.

A enquete com 13 nomes de filmes está ao lado direito da página, e nesta postagem possui a sinopse de cada um deles.


1 - Trabalho Interno
Em 2008, uma crise econômica de proporções globais fez com que milhões de pessoas perdessem suas casas e empregos. Ao todo, foram gastos mais de US$ 20 trilhões para combater a situação. Através de uma extensa pesquisa e entrevistas com pessoas ligadas ao mundo financeiro, políticos e jornalistas, é desvendado o relacionamento corrosivo que envolveu representantes da política, da justiça e do mundo acadêmico.

2 - A guerra do fogo
O filme retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos. O primeiro, que quase não se diferencia dos macacos por não ter fala e se comunicar através de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e acha que o fogo é algo sobrenatural por não dominarem ainda a técnica de produzi-lo; o outro grupo é mais evoluído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, como a habilidade de fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contato quando o fogo da primeira tribo é apagado em uma guerra com uma tribo hominídeos mais primitivos, que disputam pela posse do fogo e do território. Noah, Gaw e Amoukar (membros do primeiro grupo) são destacados então para uma jornada para trazer uma nova chama acesa para a tribo. Nesse caminho deparam -se com um grupo de canibais, e resgatam de lá Ika, uma mulher pertencente ao grupo mais evoluído. Do contato com essa mulher, os três caçadores do fogo aprendem muitas coisas novas, já que ela domina um idioma muito mais elaborado que o deles, assim como domina também a técnica de produção do fogo. Levados por diversas circunstâncias a um encontro com a tribo de Ika, percebem que há uma maneira diferente de viver; observam as diferentes formas de linguagem, o sorriso, a construções de cabanas, pintura corporais, o uso de novas ferramentas, e mesmo um modo diferente de reprodução.

3 - O incrível exército de Brancaleone
Brancaleone de Norcia é um cavaleiro errante que é contratado como líder de um pequeno e diversificado grupo que roubaram um pergaminho que lhes dava a posse do reino de Aurocastro. Mas a viagem até esse suposto reino dos sonhos é muito mais tortuosa que planejada.


4 - O nome da Rosa
Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.

5 - Tempos modernos
Um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospício, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada.
Enquanto isso, uma jovem, orfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, tem que realizar pequenos furtos para sobreviver (roubar um pão para comer). Após a morte do pai em uma manifestação, dois agentes do governo vão buscá-las para a adoção, mas a jovem foge.
Charles vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é tomado como o líder comunista por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser preso. Quando é libertado e depois de uma agradável estadia na prisão, decide fazer de tudo para voltar para lá e ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e estraga tudo. Mesmo assim, ele faz de tudo para ir preso, no entanto os dois acabam escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.
Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo. No meio da confusão, vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
A jovem consegue trabalho como dançarina num salão de música e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras.


6 - Cidadão Kane
Cidadão Kane é supostamente baseado na vida do magnata do jornalismo William Randolph Hearst (publicamente, Welles negava), e conta a história de Charles Foster Kane, um menino pobre que acaba se tornando um dos homens mais ricos do mundo.


7 - Aguirre, a cólera dos deuses
No século XVI, algumas décadas depois da destruição do Império Inca, uma expedição de conquistadores espanhóis, enfrentando a febre, os índios e as feras, entra na selva amazônica peruana e vai em direção ao rio Amazonas, em busca do Eldorado, o fabuloso reino de ouro. Lope de Aguirre (Klaus Kinski), um aventureiro ambicioso, derruba Pedro de Ursua (Ruy Guerra), chefe de seu grupo e persuade os soldados a abandonarem Pizzaro, comandante da expedição. Mais tarde, Gusman (Peter Berling ), o novo líder proclamado por Aguirre, é também eliminado. O conquistador assume o poder com fanatismo exigindo a obediência de todos com violência. Mas, aos poucos, a selva vai dizimando toda e expedição.


8 - Giordano Bruno
O filósofo, astrônomo e matemático Giordano Bruno foi um dos maiores pensadores do Século XVI e um dos precursores da ciência moderna. Nascido em Nola (Itália), expulso da Ordem dos Dominicanos por suas ideias conflitantes com a ortodoxia religiosa, viajou por toda a Europa, tendo sido conselheiro de príncipes e reis.
Suas idéias metafísicas eram monistas e imanentistas, admitindo que acima de um deus imanente (a "alma do mundo"), haveria um deus transcendente, só apreendido pela fé, mas uma fé inteiramente naturalista, bem diversa da fé cristã.
Processado pela Inquisição de Veneza, preferiu retratar-se (como Galileu), mas seus inimigos conseguiram que fosse mandado a Roma, onde respondeu a novo processo.
O filme de Guiliano Montaldo retrata o processo romano, no qual Giordano Bruno recusou qualquer retratação, sendo condenado e queimado vivo no ano de 1600.
Além do desempenho seguro de Gian Maria Volonté, o grande destaque do filme é a fotografia de Vittorio Storaro. Usando archotes para iluminar as principais cenas, ele consegue efeitos visuais impressionantes, sobretudo na caminhada de Bruno para a morte, pelas ruas de Roma.


9 - O grande ditador
Em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, judeus estavam sendo esmagados pelo preconceito alemão. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história: o ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e atrevido, este filme lhe causou sua expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma obra-prima única com uma das melhores mensagens anti-guerra já transmitidas ao homem.



10 - Arquitetura da Destruição
Arquitetura da Destruição está consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema. O filme de Peter Cohen lembra que chamar a Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados pela sua estratégia de conquista universal. O veio artístico do arquiteto da destruição tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. Hitler queria ser o senhor do universo, sem descuidar de nenhum detalhe da coreografia que levava as massas à histeria coletiva a cada demonstração. O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.


11 - A classe operária vai ao Paraíso
Adorado por seus superiores por ser um trabalhador extremamente dedicado e odiado pelo mesmo motivo por seus colegas de trabalho, Lulu vive entregue aos sonhos de consumo da classe média, alienado em meio aos movimentos de protesto de sua classe, até que um acontecimento põe em xeque suas opiniões.  

12 - O sétimo selo
Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.



13 - Brasil, o relato de uma tortura
O "Relato de uma tortura" é um documentário, rodado no Chile, que mostra o Grupo dos 70, que são os exilados brasileiros que sobreviveram a tortura cometida pela Estado durante a ditadura militar no Brasil, instituída em 1964. O vídeo apresenta os ex-presos narrando e demonstrando detalhes da época de horror e tortura que vivenciaram nos porões do DOPS. Os prisioneiros foram libertados na troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, que foi seqüestrado por guerrilheiros brasileiros, em 1970.
O vídeo traz relatos de situações inusitadas como uma cena em que algumas pessoas foram imobilizadas nuas com um jacaré andando por seus corpos. Já quem tinha esposa ou filhos pequenos, eram torturados na presença dos familiares para que delatasse os seus companheiros.
Em 1979, todos os criminosos foram anistiados. O filme tem fama de ser impactante e forte, pois resgata as histórias e memórias de um período de sombras do País.










O "fim da euforia" com o Brasil

Mesmo com a preguiça de fazer grandes mudanças, país pode surpreender os mal-humorados de turno
ESTÁ NA MODA dizer que passou a "euforia com o Brasil", euforia que se tornara forte entre 2008 e 2010. A bem da verdade, não há euforia nem bom humor em quase lugar algum do planeta, nem mesmo em relação a China ou Índia.

Também se tornou moda dizer que é quando a maré baixa que se nota quem estava nadando nu.

Mas quão pelados estamos? O que a euforia do fim da década passada ou a depressão de humor neste primeiro biênio dilmiano dizem sobre nossos problemas reais?

Parte do azedume com o Brasil é "moda ao contrário". Deriva do fato de que o país deixou de render dinheiro fácil aos rapazes do mercado financeiro. Com juro a mais de 10% e câmbio se valorizando sem parar, a vida era risonha e franca.

Com juro caindo a 8%, desvalorização do real, variação excessiva do câmbio e imposto pesado para tirar dinheiro daqui, perdemos a graça. Como os rapazes do mercado fazem o cotidiano da mídia mundial, ficamos mal na foto.

Crescer menos obviamente não ajuda. Passamos de 4,5% ao ano na segunda metade da década passada para os prováveis 2,5% do primeiro biênio de Dilma Rousseff. Intervir demais em mercados (finanças) e empresas (Petrobras, "campeãs nacionais") também não pegou bem. O governo ser incapaz de investir é outro problema.

Era ilusão imaginarmos que podíamos correr a 6%. Mas será tão difícil voltar a algo perto dos 4%?

Economistas-padrão, que quase todos torcem o nariz para as políticas lulo-dilmianas, dizem que se esgotou o "modelo petista". Nem "modelo" houve, mas a crítica observa que ele se valeu: 1) em parte dos benefícios das reformas feitas nos anos FHC, que renderam frutos um pouco mais tarde; 2) do aumento de renda derivado da alta de preço das nossas exportações principais ("efeito China"); 3) do rapidíssimo aumento do crédito, que, enfim, criou uma ilusão sobre as possibilidades do aumento do consumo, desfeitas agora com a alta da inadimplência, por exemplo.

É tudo em parte verdade.

Os críticos esquecem outros aspectos do "modelo", como o aumento do mercado doméstico, em parte impulsionado por transferências sociais ("Bolsas") e aumentos do salário mínimo, e a estabilização das contas externas (com a acumulação de reservas em moeda forte). Enfim, esquecem que o país mudou de patamar. É menos faminto, é social e politicamente mais estável e não quebra a cada tumulto mundial.

Faltam "reformas", "mudanças estruturais", dizem. É verdade, seja lá qual for o conteúdo que se dê ao jargão. Mas trata-se de coisa difícil de fazer, política e tecnicamente: reduzir impostos e dívida pública (não dá para fazer os dois ao mesmo tempo), melhorar a educação (coisa para uma década, com sorte, engenho e arte), trocar gasto de custeio por investimento no governo etc., para ficar no mais óbvio.

Dados a nossa tendência à ignorância (não gostamos de estudar ou de inovação) e gosto por jeitinhos, "transições transadas" e arranjos de meias medidas, é de fato difícil pensar em arrancadas. Mas destravar uns investimentos públicos, dar um tempo no aumento de salário e renda via mão pesada do Estado e simplificar burocracias já podem nos fazer crescer um pouco mais de 3,5% ou 4%. Não é lá tão difícil.

vinit@uol.com.br

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O mundo imaginário da sucessão do Ipea

Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriu-se a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita. Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos.

Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo.

A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.

A presidência do Ipea é um cargo concorrido. A sucessão de Pochmann é notícia desde que este professor da Unicamp anunciou a disposição de disputar a prefeitura de Campinas pelo PT. Em sua gestão, o Instituto ampliou o raio de atuação, abriu-se para áreas além da economia, aumentou o leque de trabalhos e passou a assessorar não apenas o governo federal, mas também administrações estaduais e municipais, além de fornecer subsídios a entidades da sociedade civil e aos poderes Legislativo e Judiciário. Com pouco mais de seiscentos pesquisadores, o Ipea é uma das maiores instituições de pesquisa na América Latina. Possui uma representação em Caracas e em breve terá outras na Argentina e no Paraguai.

Sucessão de vetos
A imprensa entrou no jogo, comprando informação por metro e vendendo por quilo.

O repórter João Villaverde, do Valor Econômico (29 de maio) apurou o seguinte sobre a secessão no Instituto:

“Os três nomes indicados por Pochmann (Vanessa Petrelli, Leda Paulani e Jorge Abrahão) não entusiasmaram Dilma, que já decidiu também negar a candidatura a [Ricardo] Paes de Barros, apoiada pelo ministro Moreira Franco. (...) Dilma comunicou a Moreira Franco na semana passada que prefere Paes de Barros na SAE, e não na presidência do Ipea. Além disso, Pochmann vetou o nome de Paes de Barros”.

Faltou Villaverde explicar como um funcionário de segundo escalão como Pochmann pode impor veto a um ministro e à presidenta da República.

O jornalista praticamente nomeou o sucessor. Trata-se do professor da UnB, José Luís Oreiro. Quem lê a reportagem do Valor fica sabendo que o economista era o candidato preferido das seguintes lideranças: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Henrique Eduardo Alves, Lindbergh Farias (PT-RJ), além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do vice-presidente da República, Michel Temer.

Lindbergh contestou a informação. “Meu candidato é o candidato de Marcio Pochmann”, disse o senador no final de semana.

Zerando o placar
Dois dias depois, o repórter Raymundo Costa, do mesmo jornal, vendo que não havia fumacinha branca em canto algum, zera o placar. Em primeira mão, ele noticia que:

“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (...) será presidido interinamente até o ministro (...) Wellington Moreira Franco, indicar um titular para o cargo. A atual diretora de Estudos de Políticas Econômicas do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, será a interina. Ela foi indicada pelo economista Marcio Pochmann”.

Mas Moreira Franco já não havia escolhido um nome, que fora “vetado” por Pochmann? E Vanessa Petrelli não é aquela que “não entusiasmara” Dilma?

Mais adiante, Costa relata:

“Na véspera, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, telefonou para Moreira para perguntar se ele tinha um nome para indicar. Moreira respondeu que sim. Não havia indicado, para não precipitar os acontecimentos, enquanto Pochmann prepara sua desincompatibilização para concorrer em outubro”. E o ministro teria completado: “Não tive nenhum problema em nomear a indicação do Marcio”.

O caso passou a se assemelhar a um filme policial com trama rocambolesca, nos quais a certa altura não se sabe mais quem matou e quem morreu. Moreira Franco, que indicara Paes de Barros agora diz à ministra Gleisi Hoffmann que não indicou ninguém “para não precipitar os acontecimentos”. Quem apurou errado, Villaverde ou Raymundo Costa?

O gozado é que em 14 de fevereiro de 2011, há um ano e meio, o jornal O Estado de São Paulo, em uma matéria intitulada “Ministro decide tirar Pochmann do Ipea”, contava o que se segue:

“O ministro (...) Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do comando do Ipea. (...) Moreira Franco, apurou ontem o Estado, ainda está conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria”.

Agora ficou confuso. Se Moreira Franco buscava nomes em fevereiro do ano passado, como agora a imprensa informa que ele não quer “precipitar os acontecimentos”?

Asas à imaginação
Apurar notícias, ser enredado por boatos e noticiar algo a ser desmentido no dia seguinte compõem o cotidiano de um repórter. Isso se exacerba num centro de variados interesses como Brasília. Mas não é preciso exagerar. A jornalista Rosana Hessel, no Correio Brasiliense de 28 de maio, resolveu dar asas à imaginação:

“O objetivo de Dilma é colocar no lugar de Pochmann um técnico que consiga recuperar a imagem antiga do órgão, independente e respeitado pelas pesquisas que realiza. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto chegou a ser chamado por vários economistas de máquina de propaganda. Hoje, encontra críticos dentro do próprio governo. Em abril de 2011, por exemplo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desqualificou um estudo do Ipea que denunciava o passo lento das obras de ampliação dos aeroportos nas cidades que sediarão a Copa de 2014, mostrando que pelo ritmo das obras apenas 4 dos 12 aeroportos ficariam prontos”.

Em um parágrafo, Rosana desmente a si mesma. Primeiro diz que o Ipea deixou de ser “independente e respeitado” e virou uma “máquina de propaganda” do governo. Na frase seguinte fala que o ministro Gilberto Carvalho desqualificou um estudo do Ipea”. Se é chapa-branca, por que um ministro ataca o órgão?

Rosana Hessel fecha a matéria com chave de ouro: “A presidente quer indicar pessoa com perfil técnico e sem aspirações políticas”. Perfil técnico e sem aspirações políticas era a mais perfeita tradução de economista Dilma Rousseff ao ser nomeada ministra das Minas e Energia, em 2003.

O que tais matérias demonstram? Entre outras coisas que quando jornalistas se prestam a ser portadores de recados de lobistas, difusores de boatos e escritores de ficção, quem perde é o jornalismo. E cá entre nós, a atividade não anda em seus melhores dias no Brasil.

Em tempo: a economista Vanessa Petrelli, indicação de Marcio Pochmann, é a nova presidenta do Ipea.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20270

Debate de lançamento do livro "Nova classe média?", de Marcio Pochmann

A Boitempo Editorial promove nesta quarta-feira (6), um debate de lançamento do livro "Nova classe média?", de Marcio Pochmann. Além do autor, o debate contará com a presença de Roland Veras Saldanha Jr. (FEA-PUCSP) e Jason T. Borba (FEA-PUCSP). O evento acontece no auditório 117A do prédio novo da PUCSP, às 19h30. No dia 26 de junho, é a vez do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região receber o debate de lançamento. A entrada nos dois eventos é gratuita e sem necessidade de inscrição.

São Paulo - Neste mês de junho, Marcio Pochmann participa de dois debates de lançamento do livro "Nova classe média?", um estudo sobre a mobilidade na base da pirâmide social brasileira durante o início do século XXI, publicado pela Boitempo. O primeiro evento acontece nesta quarta-feira (6), às 19h30, na PUC-SP. O evento faz parte da Semana de Economia Política e Cenário da Mudialização e do Desenvolvimento, e contará também com a presença de Roland Veras Saldanha Jr. (chefe do Departamento de Economia da FEA-PUC-SP) e Jason T. Borba (coordenador do GECOPOL, grupo de pesquisa do Departamento de Economia da FEA-PUCSP). O segundo debate de lançamento acontece no dia 26, às 19h, no Sindicato de Metalurgicos de Campinas e Região.

A entrada nos dois eventos é gratuita e sem necessidade de inscrição.

Nova classe média?
Ex-Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann lança, pela Boitempo, um estudo sobre a mobilidade na base da pirâmide social brasileira durante o início do século XXI. Nova classe média? analisa as recentes transformações na sociedade e refuta a idéia de surgimento de uma nova classe no País, muito menos a de uma nova classe média.

O resgate da condição de pobreza e o aumento do padrão de consumo, afirma Pochmann, não tiram a maioria da população emergente da classe trabalhadora. Para ele é preciso a politização classista do fenômeno para aprofundar a transformação da estrutura social, sem a qual a massa popular em emergência ganha um caráter predominantemente mercadológico, individualista e conformista sobre a natureza e a dinâmica das mudanças socioeconômicas no Brasil.

Pochmann faz nesse livro “uma reflexão sobre transformações recentes ocorridas no país, com a volta do crescimento econômico, e as características das ocupações e das relações de trabalho na base da pirâmide social. E em cada um dos capítulos, defende pontos de vistas que não são consensuais entre os especialistas, o que torna ainda mais importante a sua leitura”, afirma José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Unicamp e autor do texto de orelha. Em contraposição à visão predominante, que busca explicar o atual processo pela emergência de uma nova classe média, o livro mostra que, apesar dos avanços recentes, a dinâmica das ocupações e do rendimento requer algo mais do que a inserção das pessoas no mercado de consumo.

A análise dos dados mais recentes mostra que a melhora dos indicadores na distribuição da renda do trabalho e de seu aumento na participação da riqueza gerada concentra-se, fundamentalmente, na base da pirâmide social, o que revela também os seus limites. O economista aponta que no Brasil as ocupações formais cresceram fortemente durante a primeira década de 2000, especialmente nos setores que têm uma remuneração muito próxima ao salário mínimo: 94% das vagas criadas entre 2004 e 2010 foram de até 1,5 salário mínimo. Juntamente com as políticas de apoio às rendas na base da pirâmide social brasileira, como elevação do valor real do salário mínimo e massificação da transferência de renda, houve o fortalecimento das classes populares assentadas no trabalho.

“O adicional de ocupados na base da pirâmide social reforçou o contingente da classe trabalhadora, equivocadamente identificada como uma nova classe média. Talvez não seja bem um mero equívoco conceitual, mas expressão da disputa que se instala em torno da concepção e condução das políticas públicas atuais”, sugere Pochmann na apresentação do livro. Nesse sentido, o autor aponta o fortalecimento dos planos privados de saúde, educação, assistência e previdência, entre outros, como consequência de uma reorientação das políticas públicas para a perspectiva fundamentalmente mercantil, baseada na interpretação da classe média (nova). Com isso, recoloca-se a necessidade de construir serviços públicos de qualidades e de uma efetiva estruturação do mercado de trabalho (emprego de qualidade e protegido) em nosso país, aspectos decisivos para enfrentar a precariedade no setor.

Fonte:http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20283

segunda-feira, 4 de junho de 2012

PIB baiano registra expansão de 4,8% no primeiro trimestre de 2012

A economia baiana encerrou o primeiro trimestre de 2012 com expansão real de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao igual período do ano anterior. Esse índice é reflexo dos bons resultados acurados em todos os grandes setores da economia, em especial o setor da Indústria (4,7%), seguido por Serviços (4,1%), e Agropecuário (2,6%). Os cálculos foram realizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).

Na comparação sazonal com o trimestre imediatamente anterior, o PIB baiano apresentou aumentou 1,7%, enquanto o 4º trimestre de 2011 expandiu 0,8%. O diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, ressalta que os números foram significativos principalmente na comparação com a média nacional, que no ajuste sazonal não ultrapassou 0,2%, por exemplo: “O resultado aponta perspectiva de deslocamento da economia baiana, bem como dos principais pólos nordestinos, em relação o panorama nacional. Porém a tendência é que esse comportamento seja conjuntural, e no segundo semestre o conjunto da economia nacional se equipare à média nordestina”.

Os resultados positivos no trimestre também foram perceptíveis no saldo da balança comercial, estimado em US$ 584,2 milhões, superior em relação ao ano anterior em 2,7%. Já no emprego, o estado contabilizou um saldo aproximado de 12 mil postos de trabalho com carteira assinada no período, o suficiente para posicionar a Bahia em primeiro lugar em relação ao nordeste e em nono no ranking nacional.

O material analisado pela SEI apontou os investimentos industriais previstos entre 2012 e 2014. Nesse período o estado deverá atrair um volume na ordem de R$ 48,6 bilhões com a implantação e/ou ampliação de 378 empresas em diversos setores. O destaque cabe ao Complexo químico-petroquímico com um volume de 7,4 bilhões, o que representa 15,3% de todo volume investido no estado; ou 98 projetos de um total de 378 esperados.

Na Indústria, ao ser comparada com o trimestre anterior, o destaque foi o crescimento em volume do valor adicionado da construção civil (8,9%), beneficiado ainda pelo aumento das operações de crédito do sistema financeiro direcionadas à habitação. No acumulado do ano (jan./mar.) o setor industrial teve expansão de 8,0%, com resultados positivos em quatro das nove atividades pesquisadas. Esse avanço interrompeu cinco trimestres consecutivos de retração na produção com ênfase para os segmentos de produtos químicos (39,1%).

O setor de Serviços representa 63% da economia baiana e foi impulsionado pelas seguintes atividades: comércio 4,6%, alojamento e alimentação 3,7% e transportes 2,6%. As vendas varejistas na Bahia cresceram 10% no primeiro trimestre do ano, segundo dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Na Agropecuária, os impactos da seca já foram perceptíveis, contudo a estimativa é que no segundo semestre seja registrada queda mais intensa.

Nacional
De acordo com o IBGE, com relação ao PIB brasileiro, tomando como referência o mesmo corte analítico, foi registrada expansão de 0,8% em relação a igual período do ano de 2011. A agropecuária apresentou uma retração de 8,5%, a queda de safras de produtos da lavoura relevantes no primeiro trimestre contribuiu para este desfecho.

A indústria, em desaceleração, manteve-se estável 0,1%. No desagregado, somente a atividade indústria de transformação mostrou queda de 2,6%, as demais atividades cresceram: eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (SIUP) 3,6%, construção civil 3,3% e extrativa mineral 2,2%.
O setor que mais cresceu na variação do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior foi o de serviços com 1,6%. Tendo expansão das atividades comércio 1,6% e transporte, armazenagem e correio 1,2%.

Fonte: http://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1144:pib-baiano-registra-expansao-de-48-no-primeiro-trimestre-de-2012&catid=3:destaques