sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sem terra realizam mobilizações em Alagoas e Pernambuco


Agricultores denunciam situação de calamidade de municípios devido à seca e denunciam burocracia que impede acesso à auxílio emergencial
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na quarta-feira (27) o Edifício Walmap, onde fica uma das sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió (AL). Já nesta quinta-feira (28), os sem terra ocuparam as agências do Banco do Nordeste nos município de Bezerros e Pesqueira, em Pernambuco.

Em Alagoas, as famílias levaram até a Superintendente do órgão, Lenilda Lima, as preocupações em relação a despejos e infraestruturas de serviços necessários para a execução da reforma agrária. No estado, estão agendadas para o mês de julho uma série de reintegrações de posse em áreas de acampamentos do MST. As reintegrações voltam a ser tema de reunião nesta quinta-feira no Comitê Mediador de Conflitos Agrários, que acontecerá no Palácio do Governo do Estado com a presença do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC), da Vara Agrária, do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), do Incra, das Procuradorias e movimentos sociais do campo.

Em Pernambuco, os agricultores denunciam a situação de emergência vivida nos assentamentos e comunidades rurais em toda a região do semiárido do Nordeste, assolado por uma seca que tem sido considerada por muitos especialistas como a pior dos últimos 30 anos. Segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem e mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas. Só em Pernambuco, já são 72 cidades em situação de emergência. Para os sem terra, por um lado faltam políticas estruturantes para convivência com o semiárido, e por outro os governos têm sido incapazes de estabelecer políticas concretas e eficientes de combate aos efeitos da seca. 

Nesta quinta-feira, como resultado das mobilizações, um grupo da Direção Estadual do MST se reúne com representantes do Bando do Nordeste no estado. A pauta apresentada pelo MST reivindica ainda crédito para a estruturação da produção irrigada nas áreas com potenciais; fomento especial para estiagem, no valor de R$ 4 mil por família; acesso a recurso para a construção de cisternas; e a criação de assentamentos em todas as áreas ao redor dos canais da transposição do Rio São Francisco, conforme compromisso já assumido pelo Ministério da Integração Nacional.

As reivindicações fazem parte da rodada de mobilizações do MST iniciada nesta terça-feira (26).

Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/9957

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