sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Parceria entre Prefeitura e CIEE é tema de reunião


O prefeito Guilherme Menezes recebeu, na manhã desta quarta-feira, 26, no Gabinete Civil da Prefeitura de Vitória da Conquista, a visita do gerente regional Nordeste Sul do Centro de Integração Empresa-Escola/CIEE, Alessandro Salvatore, e do supervisor de operações da instituição, Gustavo Leão. Durante o encontro, que também contou com a participação do chefe de Gabinete, Márcio Higino, foram discutidas algumas parcerias entre o Governo Municipal e o CIEE, entre elas, a criação de um programa de estágio para promover a inserção dos jovens no mercado de trabalho.
“O CIEE está completando doze anos de atuação aqui em Vitória da Conquista, com números bastante significativos, e resultando agora em uma grata parceria com o Governo Municipal. O convênio está próximo de ser firmado, e estão previstas algo em torno de 300, 400 vagas de estágio. É um número significativo de estudantes que estarão no mercado de trabalho, atuando em um órgão muito sério como é a Prefeitura”, destacou o supervisor de operações do CIEE, Gustavo Leão.
De acordo com o gerente regional Nordeste Sul da instituição, a Bahia conta hoje com mais de 10 mil estudantes em estágio e mais de 3 mil aprendizes, encaminhados pelo CIEE. Entretanto, é necessário ampliar esse quantitativo. “Os números nos deixam muito felizes, mas a gente ainda precisa abranger um volume muito maior de jovens. Vitória da Conquista, como terceiro maior município do estado, não pode ficar de fora. O CIEE tem se planejado e buscado parcerias, como a que estamos fazendo com a Prefeitura, para que a gente possa ter cada vez mais jovens no mercado de trabalho”, afirmou Alessandro Salvatore.
Outras parcerias – Além do programa de estágio, o CIEE tem encaminhado jovens de programas sociais do Município, como o Projovem Adolescente, para ocupar vagas de aprendizes em empresas privadas. “As empresas ficam supersatisfeitas, pois é uma oportunidade de promover a geração de emprego e renda para as famílias desses jovens. Além disso, tem o aprendizado profissional que possibilita novas oportunidades de inserção no mercado de trabalho”, completa Gustavo Leão. A Prefeitura disponibilizou ainda uma sala no Centro de Referência em Assistência Social/ Cras Vila América, para que o CIEE, em parceria com a Unimed, ofereça aulas de alfabetização para adultos, de forma gratuita.

domingo, 23 de outubro de 2011

Recrutado na porta, repórter vira fiscal do Enem

Alguns "voluntários", incluindo um jornalista, foram escolhidos sem critério na porta do local do exame

 

São Paulo - Apesar de o Ministério da Educação afirmar que o Enem tem uma equipe de fiscais cadastrados e previamente treinados, a realização do primeiro dia do exame contou com "voluntários" escolhidos sem critério, na porta do local do exame.

Pelo menos foi assim na manhã de ontem na Unip da Água Funda, zona oeste de São Paulo, onde cerca de 30 pessoas foram selecionadas em uma repescagem em que o único critério foi apresentar o documento original de identificação. O repórter Paulo Saldaña, do jornal O Estado de S. Paulo, foi um dos que, com RG na mão, entrou na fila e garantiu uma vaga para a fiscalização. No local, havia 8 mil candidatos inscritos.
Por volta de 8 horas as portas da universidade já estavam cheias. Muitos estavam lá a pedido de amigos, primos, tias e conhecidos que trabalhariam ou trabalharam na organização da prova. Elas receberam e-mail com recomendações sobre horários e tipo de vestuário: camisa branca e, caso estivesse frio, agasalho branco ou preto - o que pouca gente respeitou.
Primeiro entrou quem já tinha nome para a fiscalização. Quase meia hora depois, os organizadores da unidade voltaram para a portaria e recrutaram os não cadastrados e desconhecidos.
Um segurança anotou nomes e documentos. Alguns diziam que haviam tentado se cadastrar sem obter sucesso. Para o repórter, só perguntaram se tinha o nome na lista. Ele disse que não e foi prontamente contratado. Por cada dia de trabalho, os fiscais recebem R$ 65, além de alimentação com suco, mini goiabada e um salgado de presunto e queijo - muito criticado ontem na Unip.
Os recrutados foram levados às pressas para o anfiteatro, onde o treinamento já havia começado. Faltavam menos de duas horas para a abertura dos portões e centenas de fiscais deveriam dominar como aplicar a prova.
No palco, uma coordenadora detalhou como se portar em caso de cola, o que é ou não é permitido na sala, na mesa, embaixo da cadeira, a cor da caneta. Depois da palestra, respondeu a dúvidas e mostrou um filme com orientações sobre os procedimentos de entrega das provas, com informações como onde assinar os cadernos, o que orientar ao inscrito, como distribuir as provas. Apesar da qualidade do vídeo, havia rostos de dúvidas tão agudas quanto as do repórter.Era de fato muita informação.
Antes de indicar quem seriam os responsáveis por cada sala, a palestrante fez uma advertência importante. "Pessoal, já chegaram cinco fiscais embriagados. Se tiver alguém que foi para balada, que não está bem, por favor avise."
Muitos dos chamados não apareceram e assim que todos os pré-selecionados presentes tomaram seus postos, a coordenadora apontou uma pessoa da primeira fileira. Perguntou se ela tinha experiência em aplicação de concursos ou vestibulares. A mulher disse que não e, questionado, o repórter também confirmou sua inexperiência. A coordenadora fez mais duas tentativas, voltou a apontar o repórter e disse "vai você. Sala 563, bloco B".
A 563B tinha 76 inscritos, por isso eram três fiscais - apenas 49 fizeram o exame. Ali, apenas um dos três havia atuado em edições anteriores.
Pouco antes do meio dia, horário da abertura dos portões, havia salas com carteiras amontoadas - em uma delas, duas mulheres estavam desesperadas para organizar tudo. Alguns fiscais, também debutantes, ainda não entendiam bem se os candidatos deveriam assinar a lista de presença ao chegar ou ao sair. E se a lista ficava na porta ou na mesa no centro da sala.
Depois começou a busca pelo giz para as orientações na lousa. Os fiscais conseguiram um pequeno pedaço azul. A guerra seguinte foi para conseguir uma caneta - ao longo da prova, é necessário preencher uma série de informações sobre o exame. Os fiscais revezaram uma única caneta com duas salas.
Assim que os inscritos começaram a entrar, um candidato surge com um RG xerocado. O repórter recorreu ao coordenador do corredor, que autoriza sua participação caso o papel seja confiável. Coube ao repórter a decisão e ele fez o exame. O manual com as instruções previa um toque de sirene para o início das provas. O sino tocou e os fiscais ainda distribuíam os cadernos. Ninguém consultado pela reportagem naquele corredor assinou o Termo de Compromisso sobre confidencialidade e frequência, o que, em tese, seria obrigatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/recrutado-na-porta-reporter-vira-fiscal-do-enem