Autores: Ana Elizabeth Santos Alves e José Rubens Mascarenhas de Almeida
Publicação na Revista Histedbr On line.
RESUMO: O
objetivo do artigo é refletir sobre o trabalho informal e a sua
funcionalidade para a acumulação do capital. Para ilustrar as análises
destaca a feira livre, presente nas zonas urbanas das cidades, como
exemplo de espaço que estampa de forma bem evidente a precarização do
trabalho, o desemprego “oculto” e o comércio. Além disso, o texto mostra
que a realidade do trabalho informal é um fenômeno que se planetariza e
avança para os países centrais do capitalismo. Busca analisar essas
questões a partir de discussões pontuais a respeito da flexibilização do
trabalho, do neoliberalismo e da empregabilidade.
Palavras-chave: Trabalho informal. Reestruturação Produtiva. Flexibilização. Globalização. Transnacionalização.
Ao
caminharmos pela feira livre da nossa cidade4, visualizamos a venda de
variados tipos de produtos, misturados a mercadorias right tech,
dividindo o mesmo espaço mercantil, convenientemente chamado pelos
feirantes e pela população de “Feira do Paraguai”. Apesar de todos os
discursos monofônicos dos meios de comunicação afiliados ao grande
capital e das retóricas “pós-modernosas”, veiculados com veemência
religiosa, o que se observa é conseqüência da lógica daquilo que,
historicamente, se convencionou chamar de modernidade: miscelâneas
expostas em locais precários, próximo a um receptor de lixo, rodeado de
humanos que se confundem com urubus (sobreviventes dos detritos a fuçar
seu almoço) e de carroças puxadas por burros, utilizadas como meio de
transporte de pequenas cargas (informam que foram incorporadas, como há
cem anos, aos projetos de saneamento básico: são coletoras de lixo na
periferia desta cidade “globalizada”); vêem-se produtos de primeiras
necessidades (frutas, verduras, cereais...), produzidos sob um regime
semelhante ao de quinhentos anos atrás, o plantation,
sob bases análogas às da exploração que marcou o período colonial, mas
que, nos anos 1990, foi batizado com a pomposa terminologia de agrobusiness;
contempla-se a cultura pasteurizada nas bancas de camelôs, produção em
série (cor, tema, padrão, estilo, sons, imagens...) em produtos piratas
vendidos a céu aberto. São os filhos-frutos da racionalidade capitalista
neoliberal: trabalhadores informais, precarizados, subempregados e
desempregados, que ocupam o seu lugar nesse mundo “globalizado”, cuja
definição remete a simetrias existentes somente no mundo virtual e na
retórica neoliberal das velhas e novas direitas políticas....
Para o artigo completo, clique: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/33esp/art15_33esp.pdf
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