sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Inflação brasileira é uma das mais altas do mundo, mostra BC


Da amostra selecionada, só Índia e Rússia têm inflação corrente mais alta.
Estes países, entretanto, têm juros menores e vão crescer mais, diz FMI.

Alexandro Martello Do G1, em Brasíia
A inflação atual brasileira, assim como as previsões para 2011 e 2012, está entre as mais elevadas do planeta. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central, por meio da apresentação do diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araujo, sobre o relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano.
Inflação correntes e previsões
Em 12 meses até agosto, quando a inflação brasileira atingiu a marca de 7,33%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela foi superada, na amostra selecionada de países pelo BC para comparação, somente pela inflação da Índia (acima de 8%) e da Rússia (cerca de 8%). Os números mostram que a inflação brasileira, em 12 meses até agosto, ficou acima da inflação da China, em torno de 6%, dos Estados Unidos (pouco abaixo de 4%), além da África do Sul (pouco acima de 5%), do Reino Unido (entre 4% e 5%), da Nova Zelândia (entre 5% e 6%), e da Suécia, Noruega, Colômbia, México e Chile. Estes últimos países estão com inflação corrente todos abaixo de 4%.
As previsões de inflação do Banco Central, de 6,4% para este ano e em torno de 5% para 2012, que constam no relatório de inflação divulgado nesta quinta-feira, também estão acima da estimativa para a grande maioria das nações - sendo superada, novamente, pela Índia, Rússia e África do Sul (só para 2012). Para este ano, a inflação prevista para a Índia está um pouco abaixo de 9% e, para 2012, em torno de 7%. No caso da Rússia, a estimativa para 2011 está em torno de 9% e, para o ano que vem, está um pouco abaixo de 8%. No caso da África do Sul, a estimativa está em 5% para este ano e em aproximadamente 6% para 2012.
Desaceleração da inflação no mundo
Segundo o diretor Carlos Hamilton Araujo, os números do BC mostram que houve um crescimento da inflação no passado recente. "O mundo inflacionou nos últimos 12 meses, com exceção da Noruega. Mas, olhando para frente, o que a gente observa é que se antecipa um desinflacionamento. A expectativa é que haja uma desinflação no mundo", declarou ele, observando que, assim como no caso do Brasil, a inflação em 12 meses está acima da meta central em quase todas nações, como Suécia, Reino Unido, Austrália, Polônia e África do Sul, tendo a Noruega por exceção.
Juros reais e PIB
Além de ter a inflação entre as mais altas do planeta, os números mostram que a taxa de juros brasileira é a mais elevada do mundo em termos reais - após o abatimento da inflação prevista para o futuro. Atualmente, os juros reais brasileiros estão acima de 5% ao ano, enquanto que, no caso da Índia e Rússia (cuja inflação corrente também está alta, assim como as previsões para 2011 e 2012), estão entre zero e 1% ao ano. A China também possui taxa de juros neste patamar e, no caso dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Nova Zelândia, as taxas de juros estão negativas.
Os números também revelam que, em outras economias emergentes, há expectativa maior de crescimento. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da China e da Índia, em 2011 e 2012, respectivamente, está em 9,5% e 7,8% e em 9% e 7,5%. A previsão média de crescimento do PIB dos países emergentes para 2011 e 2012, ainda segundo dados do FMI, é de 6,4% e de 6,1%. No caso do Brasil, a previsão está abaixo de 4% para este ano e para o próximo.
"O crescimento tem de ser endereçado em outra perspectiva. Temos uma taxa de poupança em torno de 16% do PIB, que nos permite investir, com déficit em conta corrente [contas externas] de 2% do PIB, em torno de 18% do PIB. Temos que ter uma taxa de crescimento compatível com a nossa capacidade de investir. Na medida em que o Brasil avançar em reformas estruturais e em ações que melhorem o ambiente de negócios, que aumentem a taxa de poupança, certamente vamos ter oportunidade de ter taxas de crescimento mais elevadas. O crescimento tem limitantes. Estamos crescendo em ritmo compatível com a nossa capacidade de investir", declarou o diretor de Política Econômica do BC.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UESB seleciona projetos de estudantes para financiamento

Se você é discente de graduação da Uesb e tem ideia de desenvolver projetos nas áreas de Comunicação Social, Tecnologia e Produção, Meio Ambiente, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Trabalho, Educação e Saúde, fique de olho nesta oportunidade. A Universidade está selecionando projetos nessas áreas para financiamento, envolvendo cursos, oficinas, treinamentos e capacitação. Os recursos são do Programa de Assistência ao Estudante Universitário.
O período de inscrições é de 21 de setembro a 05 de outubro. Os projetos devem ser apresentados por equipes, constituídas de, no mínimo, cinco estudantes. Eles serão executados nos meses de novembro e dezembro, e podem acontecer dentro da Uesb ou na comunidade externa, até mesmo em outros municípios. 

O objetivo desta ação é a inserção estudantil, partilhando com a sociedade as conquistas e benefícios das atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas geradas ou reconhecidas pela Universidade. Da mesma forma, pretende-se garantir a permanência deste laço entre a Uesb e a comunidade, de forma que a educação possa ser uma grande ferramenta trabalhando a favor das transformações sociais.

Para saber como enviar o seu projeto e outras informações a respeito, leia o Edital n° 085. Tire suas dúvidas pelos contatos (77) 3424-8657 ou prae.uesb@gmail.com, em Vitória da Conquista; (77) 3261-8664 ou praeuesb.it@gmail.com, em Itapetinga; (73) 3528-9693ou prae.uesbjq@gmail.com.

Empresários organizam plano de desenvolvimento sustentável nacional para 2050

A partir de hoje, dezenas de CEOs retomarão uma série de discussões iniciadas em maio para criar um plano de longo prazo de desenvolvimento sustentável para o país. As conversas acontecerão durante o quarto Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável ou Sustentável 2011, mas o prazo dos executivos para finalizar o projeto mesmo é junho de 2012, quando pretendem entregá-lo à presidente Dilma Rousseff durante a Rio+20, (conferência sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas, marcada para junho de 2012).
O evento e as reuniões têm um caráter misto: são organizados por uma instituição do setor privado, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS, braço do conselho mundial, o WBCDS), porém com vistas a conquistar a adesão do governo para ações em várias frentes. Estarão lá, por exemplo, Brice Lalonde, coordenador executivo da ONU para a Rio+20, Sérgio Margulis, economista ambiental do Banco Mundial, e Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente.
Esse trabalho tem um histórico. No ano passado, o WBCDS publicou um documento chamado “Visão 2050”, que estabeleceu metas globais de curto, médio e longo prazo para nove áreas: valores das pessoas, desenvolvimento humano, economia, agricultura, florestas, energia e eletricidade, edifícios, mobilidade e materiais. Como a realidade varia de uma nação para outra, o Visão 2050 passou a ser adaptado por diversos países. O CEBDS se encarregou da tarefa aqui no Brasil.

Para tropicalizar o plano, a entidade deu início a workshops sobre as nove áreas, das quais participam empresas, governo e organizações da sociedade civil. A segunda acontece nos próximos três dias, durante o Sustentável. Haverá mais uma no ano que vem, antes da Rio+20.
Em entrevista a Época NEGÓCIOS, a presidente do CEBDS, Marina Grossi, disse que falta ao Brasil um plano de desenvolvimento sustentável de longo prazo, para 2030 e 2050. “Em qualquer evento, a China e os Estados Unidos sabem dizer quais metas querem alcançar em dado prazo. Nós, não”.
Sobram tarefas tanto para o governo como para as empresas. Mas a entidade enxerga o potencial do governo, por um lado, para dar escala a iniciativas privadas bem sucedidas e das companhias, por outro, de ampliar suas metas relativas a uma atuação sustentável. Veja abaixo alguns pontos a serem trabalhados por ambas as partes, destacados pela presidente do CEBDS.
VALORES DAS PESSOAS: É preciso conhecer melhor o que a ascendente classe C leva em conta na hora de comprar. Já o governo, como consumidor de grande impacto na economia nacional que é, deve rever seus critérios de compras, considerando as políticas de sustentabilidade de possíveis fornecedores.
DESENVOLVIMENTO HUMANO: Até 2030, a universalização do saneamento básico é factível, segundo Marina. O uso e a valoração da água também são debatidos nesta área. Já existem novas tecnologias de reuso e tratamento de água suja que poderiam ser compartilhadas com o setor público pelas empresas. A utilização de água potável para atividades em que este nível de tratamento é dispensável precisa ser revista.
ECONOMIA: Bancos públicos e privados, como financiadores de grandes projetos, poderão criar modelos de financiamento de longo prazo especiais para empreendimentos sustentáveis. Discute-se rever a forma como são calculados os preços dos produtos e incluir na conta o prejuízo dos impactos ambientais. O descarte de eletroeletrônicos hoje, causa problemas ambientais cujo custo não está embutido no valor do produto.
AGRICULTURA: Algumas empresas já têm modelos de recuperação de áreas mineradas e de nascentes. Nos workshops, têm-se cogitado também a difusão de novas técnicas agrícolas que diminuam drasticamente o uso de agrotóxicos. A maior qualificação dos produtores rurais e o aumento da produção agrícola sem abertura de novas áreas é outro ponto importante.
BIODIVERSIDADE (termo adotado no Brasil para o tema FLORESTAS): Iniciativas empresariais em execução, como a repartição dos benefícios gerados por produtos criados a partir da biodiversidade ou do conhecimento tradicional, poderiam ser melhor regulamentadas e ampliadas. Na pauta, está ainda a implementação de mecanismos que dêem aos produtos do extrativismo um valor maior.
ENERGIA: Uma das sugestões nesta área é a de que o governo passe a computar as emissões de carbono de uma empresa nas compras e licitações. Medidas simples como a definição de um selo de classificação das emissões – semelhante ao colocado em eletrodomésticos, que mostra a eficiência energética do aparelho – estão em avaliação. Outro ponto em debate é a necessidade da criação de um mercado global de créditos de carbono.
EDIFÍCIOS: Os setores público e privado poderiam adotar em maior escala novos processos de construção sustentável. Já existem ações isoladas. A Caixa Econômica Federal determinou que suas novas agências devem adotar ao menos quatro itens de tecnologias mais sustentáveis. Existem versões mais “verdes”  de cimento e de lâmpadas. O que falta, de acordo com a presidente do CEBDS, é integração da cadeiada construção civil.
MOBILDADE: Transporte urbano, obras de infraestrutura e o tipo de energia utilizada nos diversos meios de locomoção devem ser trabalhados de forma holística. Normas mais claras para os biocombustíveis, investimentos em infraestrutura com materiais e tecnologias de menor impacto ambiental e soluções urbanísticas inteligentes para a mobilidade urbana estão entre as metas do Visão 2050 para o Brasil.
CONSUMO E INSUMOS: Nesta mesa, existem propostas para desenvolver novos negócios baseados na reciclagem do lixo e para reelaborar produtos e serviços tendo como premissa torná-los mais sustentáveis. Na área, assim como na de mobilidade, os consumidores deverão ser envolvidos e esclarecidos.

Fonte: http://colunas.epocanegocios.globo.com/empresaverde/

Ata do BC indica que pode haver mais quedas nos juros

A ata da última reunião do Copom não trouxe surpresa quanto às justificativas do BC para a redução dos juros para 12% ao ano. Mas indicou claramente que novos cortes devem vir. As projeções revistas no mercado apontam que a taxa Selic possa terminar o ano em até 10,5% ao ano. Mesmo assim, o Copom mantém o objetivo de convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012.
“O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012″, diz o comunicado.
Nos últimos três meses o BC mudou radicalmente de posição, influenciado basicamente pelo cenário internacional. Em junho, o Copom indicava que o aumento da taxa deveria seguir por um período “suficientemente prolongado” para convergência da inflação à meta em 2012. Em julho, quando elevou os juros pela última vez, para 12,5%, o Copom substituiu o “prazo” embutido no recado para “neste momento”. Em agosto a mensagem e a taxa mudaram completamente de rumo, quando o BC decidiu baixar os juros e indicar que as reduções estão só começando.
Um ponto que chamou atenção no documento do BC foi a menção a uma simulação de um novo modelo que considera que a crise atual provocará um impacto sobre o PIB do Brasil equivalente a 25% do observado em 2008/2009. Isso poderia levar a uma desaceleração da atividade do país e uma desvalorização cambial, mas permitiria que, mesmo reduzindo os juros, a inflação possa ficar ao redor da meta no ano que vem.
A mensagem mostra que o cenário do BC não é uma repetição da crise financeira provocada pela quebra do banco Lehman Brothers em 2008. O Copom está vendo  a crise externa gerando um problema crônico e não agudo como há três anos. A pressão desinflacionária esperada pelo BC deverá se manter por um prazo mais longo. Ou seja, o quadro atual não indicaria um corte brutal de juros, por isso a citação de “ajustes moderados” na taxa.
“Nós perdemos oportunidade de ouro em 2008,  não podemos mais esperar. Muitos economistas falam com muita convicção como se fosse uma coisa sagrada,  se um ou dois pontos percentuais na taxa de juros fossem ter um efeito distorcido na meta inflacionária”, diz o economista Roberto Teixeira da Costa, do Conselho de Empresários da América Latina, defendendo a decisão do Copom.
“Nenhum investidor vai deixar de investir no Brasil por causa de meio ou de dois pontos percentuais nos juros. Enquanto nossa taxa for positiva nós estaremos em vantagem em relação ao resto do mundo, que praticam hoje juros negativos. Nós vamos completar a poupança interna com poupança externa, sem precisar ter um diferencial tão escandaloso entre os juros do Brasil e os lá de fora”, completa Teixeira da Costa.
O economista ressalva que, do ponto de vista das medidas de política fiscal, os acenos do governo ainda são tímidos. Ele dá uma “certa razão ao desapontamento” de muitos economistas com a decisão do Copom, que consideraram o esforço fiscal anunciado dois dias antes da reunião como insuficientes para ajudar o BC a reduzir a inflação do país que se mantém elevada.
Desde a queda dos juros na semana passada, muitos analistas e economistas de mercado estão questionando a independência do BC para tomar as decisões sobre os juros e uma maior “interferência” do governo junto à autoridade monetária. Muitos chegaram a dizer que o BC não trabalha mais com uma meta de inflação e sim, com uma meta para o crescimento da economia.
“Há um diálogo maior do que existia no passado entre a autoridade monetária e a autoridade econômica, ou ministério da Fazenda. Eles têm trocado mais figurinha, aceitado mais a posição do outro. Mas dizer que o governo jogou pela janela o combate à inflação me parece pesado demais”, pondera Roberto Teixeira da Costa, “remando contra a maré” do mercado, como ele mesmo disse.
A imprensa internacional deu destaque para a ata do Copom e a sinalização de mais cortes no juros na economia brasileira. Aqui no Brasil as próximas reduções são esperadas pela maioria, porém é mais difícil ver consenso entre as interpretações sobre a atitude do BC. O desencontro está em identificar qual seria o lado negativo, ou não, do corte inesperado. Se é político ou técnico.
A dúvida deverá se manter enquanto novos dados e indicadores, internos e externos, forem saindo até o próximo encontro do Copom. Mesmo assim, não será tão fácil saber a resposta. “A única coisa que sabemos hoje é que não sabemos. Todos os nossos referenciais estão muito prejudicados por uma situação inédita na economia internacional que nenhum economista recente viveu. Está difícil fazer previsões num cenário como esse”, avisa o economista Roberto Teixeira da Costa.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/08/bc-indica-mais-queda-nos-juros/

Grécia vai continuar preocupando o mundo esta semana

A crise não dá trégua aos gregos. Há meses que um dia muito negativo como esta segunda-feira prenuncia a gota d’água para o país que tem uma dívida pública praticamente impagável, um orçamento que não fecha e uma sociedade cansada de remar contra um maremoto.
A pressão sobre o governo grego conseguiu fazer com que os governantes do país encontrassem novas fontes de recursos para cobrir um buraco de cerca de 2 bilhões de euros no orçamento. Com mais impostos sobre as grandes propriedades e redução de salários dos parlamentares, a Grécia pode ter conseguido um pouco  mais de oxigênio para sua sufocada economia.  Tudo ainda depende de aprovação do parlamento, o que alimenta a insegurança sobre o país.
O mercado financeiro do mundo todo sofreu neste início de semana, e no Brasil não foi diferente. A bolsa de valores brasileira já vem sentindo há mais tempo o agravamento da crise na Europa. O dólar custou a reagir, mas agora incorpora com mais força o movimento das moedas no mercado internacional.
A moeda americana vem se valorizando na medida em que o euro se enfraquece com a piora na Europa. Nesta segunda-feira, o euro caiu mais um pouco em relação ao dólar, e está na maior baixa em relação ao iene, moeda japonesa, dos últimos dez anos. Ao final do dia dos mercados, a moeda europeia reverteu um pouco o movimento de queda com rumores na imprensa internacional de que a China estaria interessada em ajudar a Itália, comprando títulos da dívida pública do país, que sente mais intensamente o contágio da crise na Grécia.
No Brasil o dólar atingiu a maior cotação do ano, ultrapassando R$ 1,70 pela primeira vez em 2011. Boa parte dessa valorização acompanha o que acontece no exterior. A aversão ao risco só aumenta e investidores estrangeiros estão retirando recursos do Brasil e outros países, na maioria dos casos, para aportar no “píer” dos Estados Unidos, ainda o porto mais seguro do mundo.
No mercado de derivativos, os investimentos em dólar caíram pela metade nos últimos dois meses. Eram US$ 24 bilhões no início de julho, agora somam pouco mais de US$12 bilhões. Uma parte disso pode ser creditada às medidas do governo para barrar a valorização do real, aumentando imposto sobre as operações no mercado futuro de dólar.
A Grécia vai continuar preocupando o mundo esta semana. Para receber uma nova parcela de ajuda da União Europeia e do FMI, o país precisa cumprir o que prometeu mas não está conseguindo entregar todos os itens do combinado com os credores.
Além disso, as últimas previsões dão conta de que a Grécia terá crescimento negativo de 5% em 2011, e não de 3% (também negativo) previstos anteriormente. Isso significa que o país está mesmo em recessão, o que piora ainda mais a capacidade de recuperação.
Os ministros das Finanças do G7, grupo dos mais ricos,  se reuniram na cidade francesa de Marselha neste fim de semana para tentar evitar uma iminente catástrofe econômica global. Do encontro, o mais marcante foi o mau humor e impaciência dos líderes americanos e britânicos para lidar com o jeito “europeu” de salvar o continente.
“Setenta e cinco por cento do que vem acontecendo de pior na economia mundial são por causa da zona do euro”, teria dito uma autoridade dos EUA ao final de uma das rodadas de negociações, azedando o consenso para uma saída menos calamitosa da situação dos países europeus envolvidos na crise mundial.
A responsabilidade pelo salvamento é jogada nas mãos do Banco Central Europeu, mais pressionado a continuar comprando papéis das dívidas da Itália e Espanha para evitar um contágio ainda mais grave dos bancos que carregam títulos da dívida da Grécia. O mercado financeiro já espera um rebaixamento da classificação de risco, pela agência Moody’s, dos principais bancos franceses por causa da exposição aos papéis gregos
Muitos noticiários internacionais já dão como certo o calote da Grécia e discutem de que forma que ele poderia se dar. A questão agora não é mais “se” o país vai deixar de pagar sua dívida, e sim, como e quando vai fazê-lo. O que reforçou essa probabilidade foram as declarações do governo da Alemanha, de que o país já teria um plano contra o calote grego, com garantias aos bancos alemães que tenham papeis públicos da Grécia em seu balanço.
Um artigo publicado no jornal inglês “The Telegraph” avalia que França e Alemanha têm nas mãos uma “bomba” programada para explodir num dos piores momentos para os dois países. O dilema entre manter a unidade monetária sem forçar uma unidade fiscal entre os países membros, diz o artigo, seria escolher entre “salvar o Euro e destruir os países, ou salvar os países e destruir o euro”.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/12/dolar-reage-ao-medo-da-grecia/

Brasil não deve usar reservas cambiais para ajudar Europa

Em momentos de turbulência na economia, uma boa notícia, mesmo que seja ainda no campo das especulações, pode se transformar em fato comemorado. É o caso da possível , mas nada acertada, ajuda dos chamados Brics (Brasil, Rússia, India e China) aos países da comunidade europeia. Tudo começou com rumores de que a China estaria comprando títulos da Itália.
No caso do Brasil, será muito improvável que o país utilize os recursos das reservas internacionais para comprar títulos públicos de países da Europa, como Itália e Espanha, como especulou o mercado financeiro brasileiro e internacional. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que o Brasil vai “participar das discussões” com os parceiros do Brics para ver o que é possível fazer. Mas ficou só a promessa de uma discussão.
“O Brasil não pode comprar ativos com recursos das reservas internacionais que não sejam AAA (nota máxima de classificação de risco)”, ressalva o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, durante a gestão de Henrique Meirelles.
Schwartsman baseia-se na regulação do BC que determina as diretrizes dos investimentos feitos com as reservas internacionais do país como principal entrave para que o Brasil use esse dinheiro para ajudar a Europa. A diretoria colegiada do Banco Central tem autonomia para definir o perfil de risco e de retorno esperado dos investimentos. A escolha para alocação dos recursos também leva em consideração limites de risco de crédito e liquidez dos ativos, sempre procurando reduzir a exposição do país ao risco cambial.
Uma das possibilidades apuradas pelo G1, se o país não flexibilizar as regras de investimento das reservas internacionais, seria utilizar os recursos do Fundo Soberano criado em 2008. Atualmente, conta com cerca de R$ 15 bilhões, sendo que 85% estão aplicados em ações do Banco do Brasil e da Petrobras. Para ter mais dinheiro disponível, uma solução seria capitalizar o Fundo através do Tesouro Nacional.
A conta das reservas internacionais é mais gorda, mas com critérios bem mais rígidos. O Brasil fechou o mês de julho com US$ 352 bilhões em reservas cambiais. Em dezembro de 2010, segundo relatório de gestão das reservas, a alocação dos recursos por moedas estava distribuída da seguinte forma:  81,8% em dólar norte-americano, 6,0% em dólar canadense, 4,5% em euro, 3,1% em dólar australiano, 2,7% em libra esterlina e 1,9% em outras moedas, tais como o iene japonês. Desse total, 97% estavam investidos em ativos AAA.
“Os diretores do BC respondem juridicamente pela má gestão das reservas se as escolhas não forem muito responsáveis. Eu não acharia correto usar esse dinheiro para ajudar a Europa. Até porque, qual seria o objetivo do Brasil? Eu acho muito difícil fazerem isso,  se tiverem bom senso não vão deixar”, diz o ex-BC Alexandre Schwartsman.
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega avalia que o Brasil até poderia dar uma “ajuda simbólica” aos europeus, mas não acredita na capacidade de coordenação do Brics para agirem juntos.
“O que une os países do Brics hoje é o fato de eles serem grandes e com tendência a serem atores relevantes no futuro da economia mundial. Se o Brasil decidir ajudar os europeus, compraria papéis baratos, com rentabilidade maior que a dos títulos dos EUA, mas com maior risco de crédito sim. Seria muito mais a combinação do ‘gesto’ com uma contribuição que pode ajudar a deter o colapso europeu. Mas teria mais um efeito simbólico”, avalia Maílson.
O Brasil já enfrentou graves crises, num passado não muito distante, de natureza muito semelhante ao que acontece hoje nos países do velho mundo. Os mercados eram menos integrados, o contágio era menor e atingia os mais pobres. Uma boa ajuda aos europeus poderia ser ouvir dos brasileiros a experiência e a vivência de quem já enfrentou o mesmo problema, com a diferença de que o Brasil não era levado em consideração pelos mais ricos. Talvez essa ajuda seja cara demais a quem está há séculos ditando os caminhos que o mundo deve percorrer. Mesmo que o destino tenha se revelado equivocado.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/14/brasil-nao-deve-usar-reservas-cambiais-para-ajudar-europa/

Maiores BCs do mundo se unem para ajudar bancos europeus

Os cinco maiores bancos centrais do mundo se uniram para ajudar o sistema financeiro da Europa. O Fed dos Estados Unidos,  o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra, o Banco do Japão e o da Suíça vão agir coordenadamente para prover liquidez em dólares para os bancos europeus. As operações terão prazo de quase três meses e sem limite de valor. Hoje o BCE já oferece aos bancos transações de sete dias.
O mercado financeiro do mundo todo gostou da medida e reagiu positivamente após o anúncio. “Essa medida, de certa forma, era esperada, pois os mercados já falavam em ação conjunta dos BCs. A ação é emergencial e paliativa e se mostrava necessária em função da dificuldade maior de captação em dólares pelos bancos europeus, com o agravamento da crise europeia. Mas não é panaceia para os problemas correntes”, avalia o economista de um grande fundo de investimentos, em comentário enviado a clientes.
As operações devem melhorar a funcionalidade do sistema financeiro europeu, que enfrenta  dificuldades. Mas a providência sem limites dos maiores BCs não resolve o problema dos bancos da região.
Grandes bancos do continente europeu, principalmente da França, Espanha e da Itália, carregam em suas carteiras um volume importante de títulos públicos da Grécia, considerados quase que impagáveis em razão  das dificuldades que o país enfrenta. Uma boa parte dos bancos europeus tem posições elevadas em dólares e precisam da moeda em caixa para fechar suas operações diariamente.
A medida é uma das primeiras ações coordenadas dos Bancos Centrais visando resolver a crise na Europa desde o estouro da situação da Grécia, no ano passado. Operação semelhante foi adotada em 2008 após a quebra do banco americano Lehman Brothers e a crise financeira que se instalou no mundo.
Pela intensidade da crise atual, o que alivia os mercados hoje não tem resistido por muito tempo. A coordenação dos maiores BCs pode indicar que as autoridades monetárias estejam mais conscientes da necessidade de medidas fortes e com impacto suficiente para reverterem a trajetória arriscada em que se encontram hoje os maiores bancos da Europa, âncoras da tentativa de salvamento da Grécia e dos países vizinhos em dificuldade.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/15/maiores-bcs-do-mundo-se-unem-para-ajudar-bancos-europeus/

Brasil deve crescer menos com mais inflação

A previsão do FMI, que rebaixou nesta terça a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2011 para 3,8%, corrobora o que analistas e economistas brasileiros já esperam. Até então, o Fundo ainda tinha uma expectativa (4,1%) bem melhor do que o mercado interno, que havia rebaixado suas previsões para um PIB menor que 4% há mais de dois meses.
Pelo ultimo boletim Focus do Banco Central, com previsões do mercado para indicadores econômicos, o país deve crescer até 3,7% este ano. Até aqui, está tudo como esperava o BC que, desde o começo do ano, atuou para frear o aquecimento econômico para evitar um aumento descontrolado da inflação.
Mas quem não está se comportando tão bem é a própria inflação. Após o resultado do IPCA-15 de setembro divulgado pelo IBGE, alguns bancos e consultorias passaram a prever um cenário que não parece estar nos planos do BC para este ano. O índice ficou bem perto do que esperava o mercado, mas continua apontando para uma inflação resistente à queda e propensa a estourar o teto da meta de 6,5% este ano. Agora, no período de 12 meses, ela está em 7,33%.
Quando, e se, isso acontece, o BC é obrigado a enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando os motivos do descumprimento da meta de inflação e indicando o que pretende fazer para trazer o índice de volta ao seu devido lugar. O devido lugar definido pelo governo é 4,5% ao ano, objetivo firmado para até 2013.
Entre 2001 e 2004 o limite da inflação ultrapassou o teto das metas estipuladas pelo governo. Durante esse período, o BC pediu um ajuste para cima nas metas a serem cumpridas, em função dos choques que a economia brasileira sofreu naqueles anos.
A partir de então, houve apenas duas situações em que o Copom conseguiu calibrar os juros na dose certa para alcançar o centro da meta de inflação. Em 2007 o IPCA fechou em 4,46%, e em 2009, em 4,31%. No ano passado, o indicador oficial ficou em 5,91%, mais próximo do teto de 6,5%. Desde que foi criado, em 1999, o regime de metas para inflação estipula o objetivo central do BC e as bandas de acomodação do índice, que no Brasil são de dois pontos percentuais para cima e dois para baixo.
Na última reunião do Copom, em agosto, os diretores do BC decidiram baixar os juros básicos em 0,50 pontos percentuais, prevendo que uma piora considerável da crise mundial surtiria efeitos maléficos e, ao mesmo tempo, desinflacionário na economia brasileira.  O movimento foi considerado mais do que ousado por muitos economistas, independentemente da percepção de que poderia ter havido pressão política do governo para a redução.
A justificativa econômica para discordância com a atitude do BC é interna e tem se mostrado mais forte do que se deveria esperar. A inflação do país continua rodando acima do desejável, bem acima da meta, por um período que vai além de todo o ano de 2012, que ainda nem começou. O mesmo boletim Focus que prevê menor crescimento para o Brasil, espera desde já um IPCA de 5,5% para o ano que vem.
Depois do FMI falta o governo brasileiro assumir oficialmente suas uma redução nas expectativas para o crescimento da economia este ano. Coisa que o presidente do BC Alexandre Tombini já avisou que está prestes a fazer, e o ministro da Fazenda Guido Mantega também. O que ainda não está claro, e poderia ficar mesmo que o BC não precise escrever uma carta ao governo se não conseguir cumprir a meta de inflação em 2011, é como Tombini pretende levar a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012, como tem afirmado constantemente depois da última decisão do Copom.
Esse objetivo parece mais desafiador e contraditório se o governo não abrir mão de manter a economia brasileira em trajetória crescente, mesmo que em menor ritmo, enquanto os maiores do mundo estiverem lutando para manter a economia de pé, ainda que estacionada.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/20/brasil-deve-crescer-menos-com-mais-inflacao/

Crise aumenta chance de novos cortes nos juros

A semana nos mercados financeiros começa com mais pessimismo e preocupação. A reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, onde estiveram investidores do mundo todo,  deixou um gosto amargo e uma sensação de que os problemas da crise na Europa estão longe de uma solução e são maiores do que muita gente esperava. 
No Brasil, a reação mais intensa está no mercado futuro de juros, que já reflete uma ação mais forte do Banco Central com o corte da taxa Selic. Pelos contratos negociados na BM&F, aumentou muito a chance do BC acelerar o passo na redução dos juros, podendo baixar até um ponto percentual da taxa básica da economia na próxima reunião do Copom, em outubro.  
“O cenário que estamos vendo agora está mais em linha com o que o BC vem nos dizendo desde a última reunião do Copom em agosto. A piora do cenário externo tem se intensificado muito mais do que o mercado esperava. Se existe ainda dúvidas de como a Europa vai conseguir sair dessa crise, do outro lado há uma certeza de que a economia mundial não vai crescer”, disse o analista de um banco brasileiro que esteve em Washington para os encontros com investidores. 
Este ano a participação de investidores brasileiros na reunião do FMI chamou a atenção. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participou de muitos painéis fechados, promovidos por bancos e fundos de investimentos. A imprensa não teve acesso a nenhum dos encontros. Mas quem ouviu o presidente do BC viu um “presidente bem mais preocupado com o cenário externo”. 
 ”Em um dos painéis, alguém perguntou ao Tombini se já estava na hora de mudar o ritmo de cortes dos juros, já que o quadro agora é mais grave do que o visto pelo BC quando reduziu a taxa em agosto. Ele disse que era muito cedo para dizer, mas que estão preparados para agir. Mesmo não indicando o que vão fazer, Tombini deixou muito claro houve uma evolução do processo da crise”, disse ao G1 o economista de um banco que esteve em Washington. 
O BC brasileiro vem enfrentando atritos com mercado desde que decidiu baixar os juros em 0,50 ponto percentual em agosto, sem que ninguém esperasse. Em Washington, Tombini se mostrou convicto da decisão e cuidadoso com as mensagens em suas falas. O presidente do BC deixou muitas opções em aberto e os investidores estão se mexendo para tentar antecipar e adivinhar com antecedência os próximos passos de Alexandre Tombini.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/26/crise-aumenta-chance-de-novos-cortes-nos-juros/

Lula na chefia da ONU?


O ex-presidente Lula seria o único a poder liderar a Organização das Nações Unidas. Palavras de Stéphane Hessel, autor deIndignez-Vous, opúsculo traduzido em numerosas línguas e a motivar jovens e menos jovens a manifestar pelas mais variadas injustiças mundo afora. A recomendação de Hessel, ex-diplomata convertido em militante aos 93 anos, foi feita na Universidade de Columbia, em Nova York, nesta terça-feira 27.
Leia mais:
Em Nova York para promover mais uma tradução de sua obra, Time of Outrage!, Hessel disse que defende a necessidade de incluir saúde, educação e ecologia na Carta dos Direitos do Homem, temas tão cruciais quanto o da liberdade.
Hessel, diga-se, é co-autor da Carta dos Direitos do Homem, e no seu discurso na universidade novaiorquina foi ainda mais longe: pediu a reforma das próprias Nações Unidas. O motivo? “A Onu falhou em suas duas missões: trazer a paz e proteger os direitos do homem.” O secretário-geral da Onu, Ban Ki-moon, argumentou Hessel, não é mau diplomata, mas falta-lhe “visão”.
Visão do mundo, e talento como escritor não escasseiam a Hessel. Nascido em Berlim em 1917, ele foi resistente na França durante a Segunda Guerra Mundial, e em seguida deportado para Buchenwald, o campo de concentração nazista. De volta a Paris, tornou-se escritor, poeta e diplomata.
Na Universidade de Columbia, Hessel disse que os jovens são menos politizados hoje do que na sua época de juventude. Apesar de as manifestações de “indignados” serem necessárias, “os jovens não acreditam mais em atingir seus objetivos através de eleições”. E isso, emenda Hessel, é muito perigoso.
O autor de Indigne-se admite que o mundo é hoje mais complexo. Se antes havia uma luta contra o nazismo, agora os jovens não têm objetivos facilmente identificáveis.
Uma questão levantada durante o discurso de Hessel na Universidade de Columbia foi o protesto de indignados a “Ocupar Wall Street”. Quando comparado aos protestos no Reino Unido, Grécia, Espanha e etc., o movimento norte-americano tem sido fraco e, antes de tudo, simbólico.
Para Hessel, o problema nos EUA é que Barack Obama decepcionou. “Ele não tentou mobilizar a opinião pública para transpor obstáculos não resolvidos através de negociações”, sugeriu Hessel. Ainda o ex-diplomata: “A audácia e a esperança dispensam o consenso”.
Hessel fica em Nova York até 30 de outubro para também discursar a favor da integração do Estado Palestino na Onu.
Seu livro foi publicado no Brasil com o título Indignai-vos! (Leya Brasil, 2011).
FONTE:http://www.cartacapital.com.br/politica/lula-na-chefia-da-onu

Conferência sobre desenvolvimento regional


Acontece nesta quinta-feira uma Conferência sobre desenvolvimento regional com a Prof. Dra. Vanessa Petrelli. Segue o convite:


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As 10 cidades mais resilientes do planeta

A atual edição da revista canadense Corporate Knights, que traz sempre artigos com um enfoque original sobre sustentabilidade corporativa, traz um artigo sobre as dez cidades mais resilientes do mundo. Entenda-se por cidade resiliente aquela empenhada em retornar a seu estado de equilíbrio ecológico após passar por intenso processo de urbanização.
Neste ranking, a cidade de Curitiba foi a única brasileira a aparecer. Pesou na escolha do empresário e escritor Boyd Cohen (que juntamente com um dos papas da sustentabilidade, Hunter Lovins, escreveu o livro “Climate Capitalism”) o fato dos governantes da cidade terem dado os primeiros passos na direção de uma urbanização verde há cerca de 40 anos.

Em Curitiba foi implementado o primeiro sistema de ônibus de transporte rápido do mundo, com ônibus biarticulados que circulam por corredores exclusivos e param em estações fixas, e os ligeirinhos, que também param apenas em pontos determinados.

Por ser antigo, porém, o sistema já começa a pedir uma atualização. Os biarticulados trafegam superlotados nos horários de pico, como em qualquer cidade. Os ligeirinhos utilizam as mesmas vias que os carros – ou seja, com o aumento de automóveis nas ruas, este tipo de transporte se torna mais lento. Ainda assim, o modelo curitibano serve de inspiração para cidades brasileiras que oferecem aos cidadãos somente o tradicional “busão”.
Para elencar as dez cidades mais resilientes do mundo, Cohen considerou aquelas com mais de 600 mil habitantes e adotou uma série de filtros: comprometimento político, densidade populacional, trânsito, uso de energias renováveis, emissões de CO², mitigação de efeitos climáticos, planos de adaptação e extensão territorial de parques. Abaixo, as campeãs:
1 – Copenhague, Dinamarca - 40% dos cidadãos vão para o trabalho de bicicleta. Foi a única cidade a obter a pontuação máxima no quesito “comprometimento político”. Juntamente com Curitiba, é a cidade com a menor emissão de CO² per capita.
2 – Curitiba, Brasil - Além dos atributos já mencionados, foi considerado também o plano de prevenção contra enchentes implementado na cidade na década de 70, por meio da criação de parques ao longo dos rios e canais do município.
3 – Barcelona, Espanha – Um percentual pequeno de energia renovável abastece a cidade, mas chama a atenção seu empenho em difundir o uso de energia solar. A administração municipal estabeleceu que todas as novas residências ou reformas devem incluir algum sistema de aquecimento solar – geralmente, para a água.
4 – Estocolmo, Suécia – A cidade se destacou pelo comprometimento político e pela quantidade de áreas verdes, mas ficou atrás de Paris quando avaliada a extensão da rede de transporte por trilhos per capita. Sua meta de redução de gases de efeito estufa é a segunda mais drástica.
5 – Vancouver, Canadá - A cidade teve a maior pontuação dentre todas as cidades norte-americanas. Assim como São Francisco, a São Francisco pretende reduzir suas emissões em 80% até 2050, em relação a 1990. Noventa por cento da energia da cidade provém de fonte renovável e há investimentos para que ela tenha seu próprio sistema distrital de energia.
6 – Paris, França - Além de ser signatária de uma série de pactos internacionais, Paris também obteve a maior pontuação na categoria “extensão de transporte por trilhos por habitante”. É uma das poucas cidades do estudo que tem um projeto de adaptação em curso: mais de 100 mil árvores foram plantadas e outras 20 mil recobrem os telhados da cidade.
7 – São Francisco, Estados Unidos – No ranking de Cohen, a cidade mantém a posição número 1 no país. Ocomprometimento político e a meta agressiva de, como Vancouver, reduzir em 80% suas emissões até 2050 (1990 como referência), angariaram pontos para a cidade. Ações para expandir o uso de energia solar também contaram.
8 – Nova York, Estados Unidos - O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, tem sido um bom advogado da causa de tornar a cidade mais sustentável. Extensão da rede de transporte por trilhos (metrô) e das áreas de parques colocaram a metrópole entre as dez mais resilientes.
9 – Londres, Inglaterra- Uma série de medidas de adaptação na cidade fizeram com que ela fosse incluída na lista. A criação da “zona de congestionamento” na cidade, que diminuiu o trânsito de carros e aumentou o de transporte público e a implementação da segunda maior barreira móvel contra enchentes do mundo foram medidas valorizadas pelo especialista.
10 – Tokio, Japão - A única cidade asiática do ranking tem no seu plano de ação contra mudanças climáticas um de seus pontos fortes. Precisa investir mais em energias renováveis e áreas públicas verdes. Por outro lado, o forte apoio à iniciativa privada para a inovação em tecnologias limpas e mitigação de problemas relacionados ao clima a fez merecer estar no ranking.

A razão do pessimismo

De Nilmário Miranda, ex-secretário nacional de Direitos Humanos, a Marco Antônio Barbosa, advogado da revista e um dos principais responsáveis pela recuperação da memória dos tempos sombrios da ditadura, recebi vários telefonemas com reparos ao texto publicado na última edição de CartaCapital sob o título “A Comissão da Meia-Verdade”. Todos reclamam do tom pessimista da nota e dizem que decretamos antecipadamente o fracasso da comissão.
São observações válidas, tanto que na edição que chegará às bancas na sexta-feira 30 (em São Paulo) daremos a Miranda um espaço para expor suas esperanças em relação ao trabalho da comissão. Mas mantemos nosso tom pessimista. Não bastasse o fato de, por obra do Supremo Tribunal, a possibilidade de levar torturadores e mandantes aos tribunais seja quase nula, o projeto não define nem um orçamento mínimo que permita à comissão trabalhar com autonomia e agilidade. Tanto Miranda quanto Barbosa afirmam que, aprovado o projeto, será necessário encaminhar a Dilma Rousseff um pedido de definição e liberação de verbas. Os dois acreditam ainda que o pequeno grupo de sete integrantes será compensado pela participação de especialistas das universidades e por parentes das vítimas. No Uruguai, apoio semelhante possibilitou que, em determinado momento, mais de 200 pessoas trabalhassem na reconstrução dos acontecimentos.

Fonte:http://www.cartacapital.com.br/politica/a-razao-do-pessimismo

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Curso Macroeconomia e Desenvolvimento Econômico

Em parceria com Inep, Uesb sedia 13ª edição do Curso


Com objetivo de capacitar profissionais e gestores na perspectiva da macroeconomia e do desenvolvimento econômico, a Uesb recebe a equipe do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Centro Internacional Celso Furtado, para realização de cursos e conferência. O curso é dividido em três abordagens, que passam pelos dois pontos que titulam o curso até uma conjuntura político-econômica.
As aulas começam hoje, 26, e vão até quinta-feira, 29, das 9 às 12 horas, no campus de Vitória da Conquista. Entre os profissionais que irão ministrar as palestras estão Victor Leonardo de Araújo, técnico em Pesquisa e Planejamento do Ipea, Fernando Mattos, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense; e Vanessa Petrelli, diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
Na quinta-feira, 29, acontece também a conferência final, sob a coordenação de Petrelli, onde a problemática do desenvolvimento do Brasil ganhará foco. Nomes de destaque da Uesb estarão presentes no evento, que acontece no Auditório do Módulo IV de Aulas, a partir das 19 horas.

Mais informações, entre em contato com o Colegiado de Ciências Econômicas pelo telefone (77) 3424-8712.

BC fará o necessário para assegurar bom funcionamento do câmbio


BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira que a instituição vai fazer o que for preciso para assegurar o bom funcionamento do mercado de câmbio.
Isso significa que as intervenções da semana passada, quando o BC fez operações equivalentes a venda de dólar no mercado futuro, poderão se repetir. 
“Estamos prontos para fazer o mercado funcionar de forma adequada”, disse Tombini, que  participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Para ele,  a estabilização do real e de outras moedas em relação ao dólar vai depender da evolução das soluções a serem dadas para as dívidas soberanas dos países que enfrentam crise de confiança em relação à sua solvência.

(Mônica Izaguirre | Valor)

domingo, 25 de setembro de 2011

Seleção para bolsista de extensão

As inscrições estão abertas para a participação no projeto Pensamento Econômico: Gênese, Atualidade e Interdisciplinaridade.
Período de Inscrição: 21 a 26 de setembro no DCSA.
A seleção será realizada no dia 27 de setenbro.

sábado, 24 de setembro de 2011

Seminário de Iniciação Científica da UESB

O desenvolvimento de pesquisas científicas é um dos principais atributos de uma Universidade. A Uesb vem desempenhando com eficiência seu papel, prova disso é que acontece no período de 26 a 30 de setembro, no campus de Vitória da Conquista, o XV Seminário de Iniciação Científica, uma oportunidade para pesquisadores, estudantes e professores mostrarem seus trabalhos.

O evento serve como uma amostra dos resultados de pesquisas desenvolvidas durante os 12 meses de vigência das bolsas de iniciação cientifica ofertadas para estudantes da Instituição, envolvidos em projetos acadêmicos de pesquisa. “O Seminário funciona como uma prestação de contas, além de ser uma ocasião para a troca de experiências em todas as áreas do conhecimento”, afirma Elizane de Souza Teles, Gerente de Pesquisa da Uesb.   

As apresentações serão realizadas no auditório do Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP) e, também, nos auditórios I e II do Módulo Antônio Luís Santos (Luisão). A abertura das atividades está prevista para as 15 horas do dia 26, no CAP, e contará com a presença da professora Cristina Maria de Assis Quintella, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Toda a comunidade acadêmica está convidada.

Fonte: http://www.uesb.br/ascom/ver_noticia_.asp?id=7252 

Agora, economistas é que veem crise como marola

Por Marcelo Mota | Valor


RIO - Um detalhe já distingue claramente a primeira etapa da crise, em 2008, do momento atual: enquanto há dois anos economistas se pasmavam diante da tranquilidade demonstrada pelo governo, agora são eles que acham que a onda de impacto chegará ao litoral brasileiro rebaixada a uma marola.
Para boa parte dos presentes ao seminário promovido nesta sexta-feira pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), os serviços e o comércio ajudam a preservar o crescimento econômico, mesmo que a indústria sinta os efeitos da crise mais severamente.
A partir de estudos de séries temporais apresentadas no evento, os economistas observaram que houve nos últimos anos um descolamento entre a evolução do Produto Interno Bruto e a atividade industrial.

“Claramente, na crise de 2009, isso já aconteceu”, disse Armando Castelar Pinheiro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “Teve um mergulho da indústria e, depois, foi uma surpresa total”, acrescentou, referindo-se à repercussão limitada da queda da atividade industrial na evolução do PIB, que não sofreu tanto quanto se projetava.

Para ele, a expectativa de que agora esse comportamento se repita explica o susto levado pelo mercado diante da atitude do Banco Central, que na última reunião do Comitê de Política Monetária cortou meio ponto percentual na taxa básica de juros, levada a 12% ao ano. A apreensão quanto à crise global foi a justificativa apontada pelo BC na ata, divulgada dias após.

Castellar compreende o viés político no discurso também alarmista da presidente Dilma Rousseff como uma maneira de desestimular o Congresso a fazer emendas no orçamento que levem a um crescimento das despesas com custeios.  Já Mônica de Bolle, diretora-executiva do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (Iepe), a postura adotada pelo governo e pelo BC põe em risco esse descolamento da economia brasileira em relação à crise que assola as economias desenvolvidas.

“É uma postura bastante arriscada”, disse Mônica, que teme pelo efeito negativo dessa sinalização feita pelo governo. Segundo ela, o BC não precisaria ter agido preventivamente, pois tem agilidade bastante para agir energicamente quando a situação exige. Hoje, na opinião dela, após o aprendizado angariado nas últimas crises, a economia brasileira goza de instrumentos e tem mais capacidade de absorver choques, mesmo com uma eventual ruptura no crédito internacional.
Régis Bonelli, também do Ibre e autor de um dos estudos apresentados, diz que chamou a atenção a influência crescente dos serviços na atividade econômica, “provavelmente, fruto da moeda valorizada”. A globalização, segundo ele, parece ter afetado o tempo de resposta à demanda por serviços, o que acabou influenciando o descolamento entre o PIB e a indústria.
(Marcelo Mota | Valor)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Que tal mudarmos a política econômica?

Falar de processos em curso é sempre arriscado. Mas o risco é muito maior quando nos propomos a excogitar sobre as consequências de um processo como este – a crise econômica global –, cuja característica mais notável é a ocorrência de deslocamentos bruscos, de intensidade máxima que tornam difíceis, ou mesmo ociosas, quaisquer tentativas de projeção.
Ora, se a crise está em curso e se o seu ritmo e contornos permanecem indefinidos, como falar em consequências da crise? Não há como responder de forma cabal a essa pergunta, mas podemos tomar algumas precauções, a fim de minimizar o risco do empreendimento.
A primeira coisa a fazer, nos parece, é observar os acontecimentos da conjuntura em perspectiva de longo prazo. A segunda providência útil é distinguir as consequências diretas (o impacto imediato da crise no comportamento em nossas economias, particularmente, latino americanas) das consequências indiretas (efeitos encadeados, nos quais economia e política se combinam de forma indissociável).
Quando contemplamos a experiência de reformas econômicas na América Latina em seu conjunto, a avaliação pode ser considerada mista, no melhor das hipóteses. Nos marcos institucionais conformados por essas reformas, rompeu-se o padrão de inflação muito alta, que por muitas décadas caracterizou o modo de operação de grande parte das economias do continente; ampliou-se o fluxo de comércio com o exterior; introduziu-se uma disputa inédita nos gastos públicos e produziu-se modernização importante com o exterior e modernizou os aparelhos produtivos de muitos países.
A propósito, cristalizou-se uma lógica de gestão de políticas econômicas que parecia condenar os países latino-americanos a conviver com taxas de crescimento relativamente baixas, em economias muito vulneráveis às oscilações de conjunturas internacionais. E não é só isso. Uma lógica que cristalizava em nossas economias padrões de funcionamento muito pouco compatíveis com a aspiração de alcançar as condições características das economias desenvolvidas comum às nossas elites, às classes médias e aos amplos segmentos das classes populares.
Em quase todos os países assistimos nesse período a uma acentuada transferência de ativos a grupos estrangeiros, a uma perda importante no peso relativo da indústria e, em alguns deles, a uma involução na pauta as exportações, com uma queda paulatina da participação dos bens mais dinâmicos e de maior valor agregado.
Em um breve balanço social não se pode negar que as taxas de analfabetismo caíram, a escolaridade aumentou em todos os níveis, a desnutrição diminuiu e a expectativa de vida ao nascer é por toda parte maior hoje do que no passado.
Houve também progressos inegáveis no combate à pobreza e a indigência. Mas esses desenvolvimentos são contrabalanceados por outras mudanças que vão ao sentido contrário; a desocupação urbana aumentou acentuadamente, também se agravou a precariedade ocupacional, com queda expressiva da proporção do emprego assalariado na população economicamente ativa (PEA), os rendimentos médios do trabalho assalariado sofreram deterioração clara e a cobertura da proteção social contraiu-se.
Ao fim e ao cabo, a América Latina continua como a região mais desigual do mundo, com aproximadamente 210 milhões de pobres, mais de 80 milhões de indigentes e uma diferença obscena entre a renda e os estilos de vida desfrutados pelos 10% mais ricos e aqueles dos 10% mais pobres.
É fato também que os diversos governos de esquerda que assumiram nos países latino-americanos reconstruíram economias devastadas por crises financeiras severas, como a Argentina e a Bolívia. Em quase todos, pode-se observar avanços muito significativos nas políticas sociais. Eles foram favorecidos, porém, pelas condições excepcionais da economia mundial nos últimos sete ou oito anos. Na crise aplicaram políticas fiscais e monetárias expansivas para reduzir o impacto da crise sobre o nível de atividade econômica e ampliaram o raio das políticas sociais.
Nesse conjunto, fica relativamente tranquilo compreender que qualquer hipótese do retorno do modelo neoliberal, com sua fé proclamada nas “soluções de mercado” para todos os problemas, é completamente fora de questão, mesmo se considerarmos a eventualidade de vitória de partidos conservadores no continente. Neste sentido, nos remete a uma questão: essa crise financeira e fiscal pela qual o dito mundo desenvolvido está sofrendo, não seria a oportunidade de rompermos completamente com as amarras e armadilhas liberais implementadas nos diversos países latino-americanos? Como por exemplo, a reversão de algumas privatizações ou os consequentes superávits primários, ou então a livre mobilidade de capitais?
Quem sabe não é este o momento? Pois a crise financeira internacional reforça significativamente uma tendência de redistribuição do poder relativo entre os Estados, que já se operava de forma visível antes dela. De um lado, o deslocamento do eixo econômico em direção ao Oriente e, de outro, o enfraquecimento geopolítico dos Estados Unidos, portanto, aí está um motivo para julgar pouco provável a re-imposição de um modelo único de política econômica, que faça tabula rasa das mudanças – nacionalmente diferenciadas – que estão a ocorrer no papel do Estado.

Paulo Daniel

Paulo Daniel, economista, mestre em economia política pela PUC-SP, professor de economia e editor do Blog Além de economia.

 Fonte: cartacapital.com.br