quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Crise aumenta chance de novos cortes nos juros

A semana nos mercados financeiros começa com mais pessimismo e preocupação. A reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, onde estiveram investidores do mundo todo,  deixou um gosto amargo e uma sensação de que os problemas da crise na Europa estão longe de uma solução e são maiores do que muita gente esperava. 
No Brasil, a reação mais intensa está no mercado futuro de juros, que já reflete uma ação mais forte do Banco Central com o corte da taxa Selic. Pelos contratos negociados na BM&F, aumentou muito a chance do BC acelerar o passo na redução dos juros, podendo baixar até um ponto percentual da taxa básica da economia na próxima reunião do Copom, em outubro.  
“O cenário que estamos vendo agora está mais em linha com o que o BC vem nos dizendo desde a última reunião do Copom em agosto. A piora do cenário externo tem se intensificado muito mais do que o mercado esperava. Se existe ainda dúvidas de como a Europa vai conseguir sair dessa crise, do outro lado há uma certeza de que a economia mundial não vai crescer”, disse o analista de um banco brasileiro que esteve em Washington para os encontros com investidores. 
Este ano a participação de investidores brasileiros na reunião do FMI chamou a atenção. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participou de muitos painéis fechados, promovidos por bancos e fundos de investimentos. A imprensa não teve acesso a nenhum dos encontros. Mas quem ouviu o presidente do BC viu um “presidente bem mais preocupado com o cenário externo”. 
 ”Em um dos painéis, alguém perguntou ao Tombini se já estava na hora de mudar o ritmo de cortes dos juros, já que o quadro agora é mais grave do que o visto pelo BC quando reduziu a taxa em agosto. Ele disse que era muito cedo para dizer, mas que estão preparados para agir. Mesmo não indicando o que vão fazer, Tombini deixou muito claro houve uma evolução do processo da crise”, disse ao G1 o economista de um banco que esteve em Washington. 
O BC brasileiro vem enfrentando atritos com mercado desde que decidiu baixar os juros em 0,50 ponto percentual em agosto, sem que ninguém esperasse. Em Washington, Tombini se mostrou convicto da decisão e cuidadoso com as mensagens em suas falas. O presidente do BC deixou muitas opções em aberto e os investidores estão se mexendo para tentar antecipar e adivinhar com antecedência os próximos passos de Alexandre Tombini.

Fonte: http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/2011/09/26/crise-aumenta-chance-de-novos-cortes-nos-juros/

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