quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A razão do pessimismo

De Nilmário Miranda, ex-secretário nacional de Direitos Humanos, a Marco Antônio Barbosa, advogado da revista e um dos principais responsáveis pela recuperação da memória dos tempos sombrios da ditadura, recebi vários telefonemas com reparos ao texto publicado na última edição de CartaCapital sob o título “A Comissão da Meia-Verdade”. Todos reclamam do tom pessimista da nota e dizem que decretamos antecipadamente o fracasso da comissão.
São observações válidas, tanto que na edição que chegará às bancas na sexta-feira 30 (em São Paulo) daremos a Miranda um espaço para expor suas esperanças em relação ao trabalho da comissão. Mas mantemos nosso tom pessimista. Não bastasse o fato de, por obra do Supremo Tribunal, a possibilidade de levar torturadores e mandantes aos tribunais seja quase nula, o projeto não define nem um orçamento mínimo que permita à comissão trabalhar com autonomia e agilidade. Tanto Miranda quanto Barbosa afirmam que, aprovado o projeto, será necessário encaminhar a Dilma Rousseff um pedido de definição e liberação de verbas. Os dois acreditam ainda que o pequeno grupo de sete integrantes será compensado pela participação de especialistas das universidades e por parentes das vítimas. No Uruguai, apoio semelhante possibilitou que, em determinado momento, mais de 200 pessoas trabalhassem na reconstrução dos acontecimentos.

Fonte:http://www.cartacapital.com.br/politica/a-razao-do-pessimismo

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