quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Trabalho precário e diferenças regionais ‘impedem’ pleno emprego no Brasil

  Estudo do Ipea divulgado nesta quinta (16) revela que Sul do país perdeu postos de trabalho desde 2008, enquanto Sudeste ganhou novas vagas. Assim, ainda que se possa considerar que haja pleno emprego em determinadas regiões ou setores produtivos, "fragilidade do argumento" fica clara quanto se abre foco análitico e também quando se avalia a qualidade dos postos gerados.

São Paulo – Trabalho precário e diferenças regionais impedem que o Brasil possa ser considerado um país com pleno emprego, apesar do considerável recuo das taxas de desocupação nos últimos anos.

A conclusão é de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conduzido pelos pesquisadores Maria Andreia Parente Lameira, do próprio Ipea, e Fernando Augusto de Mattos, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Conforme dados do IBGE, a taxa média de desemprego anual em 2011 ficou em 6%, ante 6,7% em 2010 – o nível mais baixo da série histórica.

Esse índice levou analistas a apontarem o país como próximo ao pleno emprego, que se define como um estado de utilização máxima dos fatores de produção, capital e trabalho, em uma situação de equilíbrio entre a oferta e a demanda.

“A partir de uma análise dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), é possível demonstrar a fragilidade do argumento do pleno emprego a partir de uma taxa de desemprego nacional”, afirmam os pesquisadores.

Ainda que se possa considerar que haja essa situação em determinadas regiões ou setores produtivos, constatou-se, a partir das estatísticas laborais, grandes diferenças em termos de geração de postos de trabalho pelo país.

Desde 2008, por exemplo, em todos os trimestres estudados – exceto o último de 2008 – a região Sul fechou vagas. Nesse caso, o dado nacional ficou no campo positivo porque a enorme geração de postos com carteira assinada no Sudeste serviu de compensação.

Os pesquisadores ainda destacam os casos de Salvador e Recife, capitais nordestinas onde o Dieese realiza pesquisas sobre a desocupação. Em ambos os casos, o instituto ligado aos sindicatos aponta a existência de altos níveis do chamado desemprego oculto, não computado pelo índice do IBGE.

Essa modalidade de desocupação é registrada tanto quando o trabalhador vive apenas de “bicos” – o chamado desemprego oculto pelo trabalho precário – como quando há desistência da procura por uma vaga diante das dificuldades em encontrá-la – o desemprego por desalento.

Na região metropolitana de Salvador, por exemplo, a taxa de desemprego aberto – modalidade medida pelo IBGE – alcança 10,3%, mas, considerando-se a desocupação oculta, a taxa de desemprego total salta para 15,3%.

Da mesma forma, na região metropolitana de Recife, o desemprego aberto é de 8,7% e o total chega a 13,8%. “Ao analisar o mercado de trabalho brasileiro levando em consideração a taxa de desemprego total, em vez da aberta, o cenário fica menos favorável a uma afirmação da tese do pleno emprego”, dizem.

Para piorar, o estudo do Ipea destaca que a qualidade das vagas geradas no país tem sido de baixa remuneração, de até dois salários mínimos, em especial nos setores de serviços e construção civil. E pleno emprego, afinal de contas, também pressupõe um equilíbrio no mercado de trabalho em patamares positivos para o trabalhador.

“É preciso avançar nas informações estatísticas para confirmar ou não a hipótese de que atualmente há, no Brasil, uma situação de pleno emprego, bem como investigar a evolução da produtividade do trabalho em certos setores e comparar com os ganhos salariais reais”, propõe os pesquisadores.

Clique aqui para ler o estudo na íntegra.
Fonte: www.cartamaior.com.br

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Focus: estimativa de crescimento permanece em 3,3% para 2012


A estimativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) para o crescimento da economia – Produto Interno Bruto (PIB) – este ano foi mantida em 3,3%. Para 2013, a previsão caiu de 4,2% para 4,1%. Segundo o boletim Focus, a expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, passou de 2,79% para 2,7%. Para 2013, permanece em 4%.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 36,95% para 36,9%, este ano, e de 35,8% para 35,5%, em 2013.

A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano segue em R$ 1,75 tanto para este ano quanto para 2013.
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 19,5 bilhões para US$ 19,1 bilhões, em 2012, e de US$ 14,5 bilhões para US$ 14 bilhões, no próximo ano.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), as estimativas passaram de US$ 67,95 bilhões para US$ 68 bilhões, este ano, e permanece em US$ 70 bilhões, em 2013.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 55 bilhões, tanto para 2012 quanto para o próximo ano.
Mercado mantém projeções para inflação oficial e Selic para este ano
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central mantiveram a estimativa de inflação para ano e 2013. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,29%, este ano, e em 5%, em 2013. As projeções estão acima do centro da meta de inflação – 4,5% –, mas dentro do limite superior de 6,5%.
Para a taxa básica de juros, a Selic, usada pelo Banco Central (BC) como instrumento para controlar a inflação, a previsão para 2012 continua em 9,5% ao ano, há nove semanas. Para 2013, passou de 10,75% para 10,5% ao ano.
Outra estimativa dos analistas é para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que permanece em 5,21%, este ano, e foi ajustada de 4,8% para 4,83%, em 2013.
A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 4,98% para 4,86%, este ano, e de 4,9% para 4,97%, em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção foi alterada de 4,91% para 4,78% em 2012 e de 4,95% para 5%, no próximo ano.
A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 4%, este ano, e em 4,5%, em 2013.

Fonte http://www.cartacapital.com.br/economia/focus-estimativa-de-crescimento-permanece-em-33-para-2012/

Inflação acelera em janeiro, mas é menor que em 2011: 0,56%


 
 Aumento das passagens de ônibus foi o principal destaque negativo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Taxa em doze meses começa a ceder e recua para 6,22%, depois de fechar 2011 em cima do limite máximo da meta do governo (6,5%).

Brasília – A inflação oficial brasileira teve ligeira alta na passagem de dezembro para janeiro e fechou o primeiro mês de 2012 em 0,56%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, porém, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi menor (tinha sido de 0,83% em 2011).

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou o aumento do preço das passagens de ônibus como o principal destaque negativo (subiu mais) no IPCA.

O preço dos alimentos, que são o tipo de produto com mais impacto na inflação, variou (0,83%) menos do que em dezembro (1,23%), enquanto com os artigos não alimentícios aconteceu o contrário (0,47% e 0,28%, respectivamente).

Dentro deste grupo não alimentício, as passagens de ônibus deram a maior contribuição individual para a alta do IPCA. Sobretudo, segundo o IBGE, por causa de reajustes no Rio, em Belo Horizonte e no Recife.

A meta de inflação do país é de 4,5%, podendo, pelas regras autoimpostas pelo governo, chegar até 6,5%, como aconteceu em 2011. Para que a meta central, de 4,5%, seja atingida, o IPCA mensal deve, na média, se situar entre 0,35% e 0,40%.

A última previsão oficial feita pelo Banco Central (BC) aponta para uma variação entre 4,5% e 5% em 2012. Já o “mercado” está mais pessimista. Palpita que a inflação fechará entre 5% e 5,5%.

Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, a taxa está em 6,22%.

Fonte www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19593