segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Trabalhador paga mais por comida; patrão quer dever impunemente



 Termômetro da inflação, cesta básica fica mais cara em 15 capitais em janeiro. Reajuste de 14% do salário mínimo, porém, faz gasto com alimentos, item que mais pesa na inflação, comer fatia menor do orçamento das famílias. Confederação Nacional da Indústria aciona Supremo Tribunal para que empresa com dívida trabalhista não seja impedida de fazer contratos com o governo.
                  
Brasília – O preço da cesta básica, um dos termômetros da inflação, aumentou em quinze capitais brasileiras em janeiro. Só em Porto Alegre (RS), que tem o menor desemprego do país, e em Vitória (ES), o valor recuou, segundo pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais.

A cidade campeã da remarcação do preço de alimentos foi Brasília (4,7%), seguida de João Pessoa (3,9%) e Florianópolis (3,5%). Em São Paulo, a variação foi de 2,9%, diz o levantamento divulgado pelo Dieese nesta segunda-feira (6).

Os alimentos são o item que mais pesa na inflação oficial. Na primeira prévia do IPCA em janeiro, válida para as duas primeira semanas, o índice tinha avançado 0,65%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA final de janeiro na sexta-feira (10).

Apesar da alta, a cesta básica está pesando menos no orçamento do brasileiro – ao menos, no daqueles que vivem com salário mínimo. Com reajuste de 14% do mínimo em janeiro, que atingiu R$ 622, a aquisição de uma cesta exige 87 horas de trabalho mensais. Em dezembro, eram 10 horas a mais, nas contas do Dieese.

O cálculo ajuda a dar uma dimensão do impacto da alimentação nos gastos de uma família, mas o reajuste aplicado ao mínimo em janeiro só se reverterá em mais dinheiro na conta dos trabalhadores em fevereiro. Ou seja, eles continuaram tendo de trabalhar 97 horas para pagar uma cesta.

Na última sexta-feira (3), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que representa o patronato do setor, entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a lei que pune empresas com dívidas trabalhistas. Desde janeiro que, pela lei 12.440, apenas empresa sem dívida é que pode participar de licitações do governo. Para a CNI, a lei afrontaria a Constituição.

A entidade já tinha pressionado a presidenta Dilma Rousseff parta que vetasse a lei aprovada pelo Congresso, mas ela sancionou-a em julho do ano passado.
Fonte    http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19557                                                   

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