quinta-feira, 7 de junho de 2012

Debate de lançamento do livro "Nova classe média?", de Marcio Pochmann

A Boitempo Editorial promove nesta quarta-feira (6), um debate de lançamento do livro "Nova classe média?", de Marcio Pochmann. Além do autor, o debate contará com a presença de Roland Veras Saldanha Jr. (FEA-PUCSP) e Jason T. Borba (FEA-PUCSP). O evento acontece no auditório 117A do prédio novo da PUCSP, às 19h30. No dia 26 de junho, é a vez do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região receber o debate de lançamento. A entrada nos dois eventos é gratuita e sem necessidade de inscrição.

São Paulo - Neste mês de junho, Marcio Pochmann participa de dois debates de lançamento do livro "Nova classe média?", um estudo sobre a mobilidade na base da pirâmide social brasileira durante o início do século XXI, publicado pela Boitempo. O primeiro evento acontece nesta quarta-feira (6), às 19h30, na PUC-SP. O evento faz parte da Semana de Economia Política e Cenário da Mudialização e do Desenvolvimento, e contará também com a presença de Roland Veras Saldanha Jr. (chefe do Departamento de Economia da FEA-PUC-SP) e Jason T. Borba (coordenador do GECOPOL, grupo de pesquisa do Departamento de Economia da FEA-PUCSP). O segundo debate de lançamento acontece no dia 26, às 19h, no Sindicato de Metalurgicos de Campinas e Região.

A entrada nos dois eventos é gratuita e sem necessidade de inscrição.

Nova classe média?
Ex-Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann lança, pela Boitempo, um estudo sobre a mobilidade na base da pirâmide social brasileira durante o início do século XXI. Nova classe média? analisa as recentes transformações na sociedade e refuta a idéia de surgimento de uma nova classe no País, muito menos a de uma nova classe média.

O resgate da condição de pobreza e o aumento do padrão de consumo, afirma Pochmann, não tiram a maioria da população emergente da classe trabalhadora. Para ele é preciso a politização classista do fenômeno para aprofundar a transformação da estrutura social, sem a qual a massa popular em emergência ganha um caráter predominantemente mercadológico, individualista e conformista sobre a natureza e a dinâmica das mudanças socioeconômicas no Brasil.

Pochmann faz nesse livro “uma reflexão sobre transformações recentes ocorridas no país, com a volta do crescimento econômico, e as características das ocupações e das relações de trabalho na base da pirâmide social. E em cada um dos capítulos, defende pontos de vistas que não são consensuais entre os especialistas, o que torna ainda mais importante a sua leitura”, afirma José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Unicamp e autor do texto de orelha. Em contraposição à visão predominante, que busca explicar o atual processo pela emergência de uma nova classe média, o livro mostra que, apesar dos avanços recentes, a dinâmica das ocupações e do rendimento requer algo mais do que a inserção das pessoas no mercado de consumo.

A análise dos dados mais recentes mostra que a melhora dos indicadores na distribuição da renda do trabalho e de seu aumento na participação da riqueza gerada concentra-se, fundamentalmente, na base da pirâmide social, o que revela também os seus limites. O economista aponta que no Brasil as ocupações formais cresceram fortemente durante a primeira década de 2000, especialmente nos setores que têm uma remuneração muito próxima ao salário mínimo: 94% das vagas criadas entre 2004 e 2010 foram de até 1,5 salário mínimo. Juntamente com as políticas de apoio às rendas na base da pirâmide social brasileira, como elevação do valor real do salário mínimo e massificação da transferência de renda, houve o fortalecimento das classes populares assentadas no trabalho.

“O adicional de ocupados na base da pirâmide social reforçou o contingente da classe trabalhadora, equivocadamente identificada como uma nova classe média. Talvez não seja bem um mero equívoco conceitual, mas expressão da disputa que se instala em torno da concepção e condução das políticas públicas atuais”, sugere Pochmann na apresentação do livro. Nesse sentido, o autor aponta o fortalecimento dos planos privados de saúde, educação, assistência e previdência, entre outros, como consequência de uma reorientação das políticas públicas para a perspectiva fundamentalmente mercantil, baseada na interpretação da classe média (nova). Com isso, recoloca-se a necessidade de construir serviços públicos de qualidades e de uma efetiva estruturação do mercado de trabalho (emprego de qualidade e protegido) em nosso país, aspectos decisivos para enfrentar a precariedade no setor.

Fonte:http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20283

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