segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O que fazer em 2015

O ESTADO DE S. PAULO
07 Setembro 2014 | 22h 00

O que prometem as equipes econômicas dos três principais candidatos


Marcio Holland, secretário de Política Econômica do governo Dilma Rousseff, não vê necessidade de tarifaço em 2015 e acena com simplificação de tributos para reduzir o Custo Brasil.
O governo descarta um grande aumento de tarifas em 2015,  tido como inevitável pela oposição. Como vê a questão? 
Não vemos sentido em tarifaço para 2015. Os preços administrados acumulam alta de 5% nos 12 meses até julho. A gasolina na refinaria aumentou 31,5% entre janeiro de 2011 e julho de 2014. No mesmo período, o IPCA teve alta de 22,3%. A boa política recomenda a suavização dos reajustes. 
Em que escala a presidente, se reeleita, lidaria com as  tarefas de reduzir desigualdades e financiar o crescimento? 
Buscar a redução de desigualdades e ao mesmo tempo ampliar  investimentos não são tarefas excludentes. As políticas públicas têm levado o País a níveis cada vez menores de  desigualdades. Com a crise de 2008, elas aumentaram na maioria dos países - e não no Brasil. Temos que sustentar o tripé macroeconômico, com câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.
Cite três ideias que a presidente pretende implantar para  reduzir o Custo Brasil.
Dar continuidade ao que iniciamos, que é consolidar e ampliar as concessões ao setor privado, ampliar  investimentos em educação e qualificação profissional e avançar na reforma tributária.
Será mantida a atual política de créditos do BNDES para setores específicos?
Há confusão sobre o papel do BNDES em geral. Ele tem-se  mostrado vital na agenda de crescimento de longo prazo. Em  torno de 52% do BNDES vai para infraestrutura e 34% para  micro e pequena empresa. 

Alexandre Rands, economista pernambucano, é auxiliar de  Eduardo Giannetti da Fonseca, que responde pelo projeto econômico de Marina Silva (PSB). Ele prevê aumento de tarifas e defende mudar a “lógica de funcionamento do Estado”.
As oposições falam em um aumento de tarifas no início de 2015. O sr. é a favor?
Sim, aumentar o preço da gasolina e da energia. Não tem de ser tudo ao mesmo tempo, é preciso ter uma previsão do impacto inflacionário, mas a meta é realinhar os preços para  que fiquem dentro do que seria o preço definido pelo mercado.
Em que escala um governo de Marina Silva lidaria com as tarefas de reduzir desigualdades e financiar o crescimento?
Trabalhamos com a ideia de que as duas coisas não são contraditórias. É possível ter uma política de desenvolvimento e também promover a distribuição de renda. Esta é a ideia: que os elevados índices de crescimento promovam a igualdade de renda, investindo, por exemplo, em educação.
Cite três ideias de um governo Marina para reduzir o Custo Brasil.
Primeiro, reforma tributária. Segundo, buscar a expansão da  infraestrutura, com maior ênfase em PPPs. A terceira seria a mudança da lógica do funcionamento do Estado. Ele vai parar de funcionar como se fosse o criador da sociedade e que esta funcione para satisfazê-lo. 
Será mantida a atual política de créditos do BNDES para setores específicos?
A estratégia será diferente. Não tem razão as taxas de alguns empréstimos estarem tão baixas. Aumentá-las um pouco não vai inviabilizar o investimento. Na verdade essa  política é pura transferência de dinheiro para empresários, não tem razão de ser. 

Arminio Braga, tido como eventual ministro da Fazenda de Aécio Neves, e Mansueto de Almeida, seu auxiliar, preveem aumento de energia e combustíveis, retomada do tripé macro e agências reguladoras fortes.
As oposições falam em um aumento de tarifas no início de 2015. Como seria?
Para a energia, o reajuste já está definido pelas regras dos contratos atuais. Para os combustíveis, nosso compromisso é ter uma forma clara de reajuste e implementá-la rapidamente. A demora custa caro à Petrobrás e ao Tesouro. 
Em que escala um governo de Aécio Neves lidaria com as tarefas de reduzir desigualdades e financiar o crescimento?
No caso do financiamento do crescimento, o aumento de investimento virá por aumentos na poupança pública. Num primeiro momento, com mais poupança externa, graças à  recuperação de credibilidade da economia. No caso das desigualdades, com maior crescimento podemos aumentar os gastos sociais - Bolsa Família, educação básica e saúde.
Cite três ideias de um governo Aécio Neves para reduzir o Custo Brasil.
A reforma tributária, já no início do governo. Adoção de marcos regulatórios, fortalecendo as agências reguladoras. Recuperação do tripé macro, com metas de recuperação do  superávit primário.
Será mantida a atual política de créditos do BNDES para  setores específicos?
Essa política de subsídios não se mostrou eficiente e tem  elevado custo fiscal. Só existe porque o governo não paga a conta. É uma forma de compensar o fracasso do governo nas  reformas. É um esqueleto para o próximo governo.

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