Em discurso na festa de premiação das Empresas Mais Admiradas no Brasil 2012, promovido na segunda-feira 1º pela revista CartaCapital,
a presidenta Dilma Rousseff disse estranhar a discussão segundo a qual o
governo federal tem priorizado o consumo em detrimento do
desenvolvimento do País.
Durante a sua fala, a presidenta disse que o Brasil é respeitado
internacionalmente não apenas por ter uma população pacífica, mas
porque, na contramão da tendência econômica mundial, retirou da miséria
uma população do tamanho da Argentina e a incluiu no mercado de consumo.
“Temos 194 milhões de habitantes e não seremos um país com uma
distribuição de renda que não transforma em cidadãos consumidores a sua
população”, disse.
E completou: “Uma grande questão por trás de nosso esforço é
transformar nosso país num pais de classe média. O grande sonho desse
país é ter uma classe média forte, desenvolvida, poderosa e com bons
empregos e acesso a moradia, educação e sociedade.”
Diante da plateia, a presidenta conclamou o empresariado a se adaptar
a essa transformação da sociedade brasileira e previu: “essa classe
média ficará cada vez mais exigente no que se refere à qualidade dos
serviços. A defesa do consumidor é um dos elementos políticos dos mais
importantes. E é importante que tenhamos consciência de que os serviços
entregues ao consumidor, do governo ou da iniciativa privada, sejam de
qualidade”.
Dilma aproveitou o evento para dizer que as empresas celebradas
durante o evento eram “um retrato do Brasil que admiramos e que queremos
ver vitorioso”. Ela voltou a criticar as medidas recessivas dos países
desenvolvidos incapazes, segundo ela, de construir uma resposta adequada
à turbulência econômica. “A opção por políticas fiscais ortodoxas e a
opção por uma austeridade compulsiva têm produzido mais recessão e mais
desemprego. Mas, sobretudo, produz muita desesperança entre os que veem
seus direitos reduzidos depois de conquistados.”
Como havia feito na semana passada na Assembleia Geral da ONU, ela
rebateu as críticas sobre possíveis medidas protecionistas adotadas pelo
governo para proteger a sua indústria. Fez menção à política monetária
expansionista dos países ricos que, segundo ela, produz desequilíbrio
nas taxas de cambio, afeta as moedas dos emergentes e dificulta a
competitividade das exportações.
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