segunda-feira, 18 de março de 2013

Investimento deve alcançar 18,6% sobre o PIB em 2013, prevê Itaú


O volume de investimento deve voltar a alcançar 18,6% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, disse ontem o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, logo após reunião com investidores globais que ocorreu paralelamente à Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Panamá.
"A taxa retoma ciclicamente o que perdeu no ano passado, mas não vejo mais aquele investimento subindo 1% todo ano porque o investidor ainda está em um processo de esperar para ver", afirmou o economista.
Segundo Goldfajn, a confirmação da retomada do crescimento econômico pode reanimar os investidores, assim como uma maior clareza acerca da política econômica.
Atualmente, diz o economista, algumas dúvidas do investidor, como se vai haver desoneração para o setor em que atua ou não, ou questionamentos sobre se a taxa de lucro que vai ter deve ser calculada com ou sem desoneração, atrapalham a tomada de decisão, que passa a funcionar na base do "esperar para ver".
Goldfajn, no entanto, não acredita que o comportamento do Banco Central com relação à política monetária atrapalhe as decisões do empresariado. Segundo o economista, a sinalização de que o BC vai atuar se tiver inflação é mais importante do que o fato de a Selic subir ou não.
"Ele `o empresário~ está mais preocupado em saber se o preço dele sobe 5% e os preços da economia sobem 10% do que outra coisa", diz.
Goldfajn avalia que o controle das expectativas, porém, não é dado por um passe de mágica. "Ele tem que ser baseado não só na percepção de controlar, mas no próprio controle. Não se pode, com a inflação subindo, só falar que vai controlar a inflação. isso não adianta. Acho que, se a inflação não recuar, o BC vai ter que agir", afirmou, ao ressaltar que todo o dado relativo a preços que sair de agora em diante vai ser importante, tendo que ser olhado com lupa.
"Mesmo que venha uma primeira subida de juro vai ser preciso ver se vai haver uma nova". O Itaú espera quatro altas de 0,25 ponto na taxa Selic a partir de maio.
Goldfajn disse que os investidores ainda estão mal-humorados com relação ao Brasil, o que começou com a imposição do IOF às aplicações de renda fixa.
"Quando mexe no próprio bolso, o pessoal vira bicho. Mais ainda se a inflação sobe, o crescimento não vem e muda a regra das elétricas", disse. Para o economista, quando os investidores olham outros países se sentem mais confortáveis, como o Peru, que cresce ao redor de 6,5%, com uma inflação ao redor de 2,3%.
Ele afirmou, no entanto, que os projetos em infraestrutura apresentados recentemente pelo governo são vistos como interessantes. "Acho que é fundamental ser pragmático em certos aspectos, sendo um deles a taxa de retorno, que é o que garante que o projeto é viável".


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