quarta-feira, 20 de março de 2013

Líder da esquerda da Grécia diz que plano para Chipre é 'colonial'


O opositor Alexis Tsipras, líder do Syriza, a coalizão de partidos de esquerda da Grécia, insiste num debate parlamentar acerca do imposto sobre depósitos bancários e acusa o primeiro-ministro grego de ter "medo do Parlamento, medo do povo, medo da luz". Para ele, há margem para que os países em dificuldades financeiras possam provocar negociações mais duras com os credores.


Alexis Tsipras, o líder do principal partido de oposição na Grécia, pediu um debate parlamentar de emergência no parlamento grego acerca do plano de resgate dos bancos de Chipre. Tsipras acusou o primeiro-ministro grego Antonis Samaras, que até agora rejeitou o debate parlamentar de emergência, de "ter medo do parlamento, medo do povo, medo da luz".

O líder do Syriza considerou que o plano do Eurogrupo para Chipre é "colonial" e argumentou que a sua previsível rejeição pelo parlamento cipriota mostra que há margem para que os países em dificuldades financeiras possam provocar negociações mais duras com os credores. O Syriza convocou uma manifestação de solidariedade com os cipriotas para Atenas.

Plano pode ser chumbado
Na terça-feira (19), como previsto pelo presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, o parlamento não aprovou o projeto de lei que prevê o imposto extraordinário sobre os depósitos bancários. "A sensação que tenho é que o parlamento vai chumbar o plano, porque é injusto e vai contra o interesse dos cipriotas", disse Anatasiadis, antes da votação.

Entretanto, diante do temor de que o plano de Chipre provoque uma corrida aos bancos não só em Chipre, mas também noutros países da União Europeia, começou a haver um recuo na medida, cujo melhor exemplo foi a intervenção do maior defensor do plano, o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble, que afirmou que este não é da Alemanha, é do governo cipriota, e que a Alemanha apoiará planos alternativos. 

A versão atual do plano já isenta do imposto as contas até 20 mil euros. Entre 20 mil e cem mil, os depositantes pagarão um imposto de 6,7%, e acima de cem mil euros, o imposto será de 9,9%. A alteração, porém, não parece ser suficiente para alterar a votação dos deputados cipriotas.

Partido da Esquerda Europeia também rejeita
O executivo do Partido da Esquerda Europeia rejeitou o plano para Chipre, acusando-o de querer "salvar os bancos condenado a sociedade" e prevendo a sua rejeição no Parlamento. O comunicado manifesta o apoio ao povo cipriota e ao partido AKEL (Partido Progressista do Povo Trabalhador), membro da esquerda europeia, e diz-se convencido que com o anterior governo do AKEL e o presidente Christofias uma política de tal forma injusta nunca teria sido tomada.



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