sábado, 26 de novembro de 2011

Acelera Dilma!



A recessão europeia está mais do que anunciada. Algumas grandes corporações afirmaram que até o final de 2011 irão cortar cerca de 30% de sua mão de obra. É mais do que visível a submissão dos governos europeus em relação ao capital financeiro.

Um primeiro ponto para a aceleração da economia brasileira seria revisar a política fiscal com o intuito de reduzir o superávit primário. Foto: Samuel Lorenzett
Como qualquer indivíduo ou sociedade, o Estado europeu, mesmo em crise, sempre está e estará em busca de riqueza. Entretanto, a atual concepção de riqueza da maioria e dos principais governos da Europa está centralizada na geração de dinheiro/moeda sem passar pelas agruras do processo produtivo, mas, é bom observar, que o ato de acumular riqueza só pode se sustentar, do ponto de vista macroeconômico, se for compensado por uma acumulação real da riqueza produtiva.
Neste sentido, a Europa ao invés de criar ajustes e mais ajustes monetários e, principalmente, fiscais, deveria preocupar-se, essencialmente, com a geração de emprego, aumentar o investimento, entendendo esse, como aumento da capacidade produtiva e aumento do gasto público com o objetivo de ampliar essas condições, devolvendo a confiança aos agentes econômicos.
Essa decisão é muito mais política do que necessariamente econômica. É importante salientar: os principais governos europeus estão muito mais alinhados com o capital financeiro do que com o capital produtivo, portanto, os ajustes são justificados e essenciais para uma parte do capital e, por sua vez, para uma pequenina parte da sociedade.
Nessa brevíssima e sintética conjuntura, por pressuposto, compreende-se que a renda agregada nos países europeus sofrerá uma desaceleração, com isso, necessariamente, há uma tendência de queda na renda dos países periféricos, como por exemplo, o Brasil.
Evidentemente, a economia brasileira está longe da recessão, o cenário não é catastrófico, entretanto, devido as medidas ditas macroprudenciais adotadas no final de 2010 e início de 2011 começaram a refletir na economia. A geração de emprego reduziu, a capacidade instalada e a produção industrial diminuíram pelo segundo mês consecutivo e o otimismo dos empresários para os próximos seis meses é menor, portanto, se quisermos crescer em torno de 4% e 5% em 2012 teremos que acelerar alguns pontos da política econômica brasileira.
Um primeiro ponto para a aceleração da economia brasileira seria revisar a política fiscal com o intuito de reduzir o superávit primário, haja vista, o tamanho da nossa dívida relativamente ao PIB não é um problema, especialmente quando olhamos países ricos muito mais fragilizados. Uma das nossas dificuldades é o perfil da dívida. Um esforço de alongamento dos títulos certamente nos ajudaria muito mais do que o tamanho da dívida, além do que, o superavit fiscal pode vir a perder importância na medida em que o país tenha um crescimento acima de 5%.
Paralelamente, intensificar as reduções da taxa de juro e, intensificar o programa Brasil Maior, organizando uma política industrial, ampliar o Brasil Sem Miséria, enfatizar e elevar os gastos em educação, principalmente no incentivo a pesquisa e tecnologia e propulsionar a autuação da Embrapi (Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial).
A Presidenta Dilma quando questionada a respeito da crise, sempre foi muito sensata ao afirmar que para combatê-la, é fundamental a geração e a manutenção de empregos induzindo e incentivando investimentos públicos e privados, ou seja, criação de riqueza real. Os caminhos para a economia brasileira estão traçados e pavimentados, ou seja, mesmo com a crise e recessão internacional iremos crescer em 2011 e 2012, entretanto, só falta acelerar, o que representa soberania e altivez política e econômica, tanto interna, como externamente. O Brasil está mudando e melhorando, alguns poucos ainda não perceberam, esses seguirão com muito choro e ranger de dentes.

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