Se o impasse permanecer, a maior economia do mundo pode perder a capacidade de honrar suas dívidas e provocar uma crise mundial
O Congresso americano dispõe de poucas horas nesta quarta-feira 16
para afastar o fantasma de uma crise mundial provocada por uma possível
interrupção dos pagamentos das dívidas do país.
A agência de classificação Fitch alertou que poderá rebaixar a nota do país. Salvo
um acordo de última hora, a primeira economia mundial entrará numa zona
tão inédita quanto perigosa na meia-noite desta quarta-feira (01h00 de
quinta-feira, horário de Brasília), quando o Tesouro ficará praticamente
sem recursos para cumprir com seus compromissos junto aos credores.
Em uma data difícil de prever, mas que poderá ocorrer entre 22 e 31
de outubro, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, os Estados
Unidos já não poderão honrar com os pagamentos programados, pela
primeira vez em sua história. Tal perda de confiança poderá
colocar em jogo a sorte do dólar, moeda de reserva mundial, e a dos
bônus do Tesouro, considerados os mais seguros do planeta.
Em função disso, a agência de classificação de risco de crédito Fitch
colocou a nota dos Estados Unidos em perspectiva negativa depois que o
Congresso fracassou em entrar em acordo sobre um aumento do teto da
dívida do país.
A Fitch atribuiu perspectiva negativa à nota AAA (máxima) da dívida
soberana de longo prazo dos EUA, citando a possibilidade de o Tesouro
entrar em 'default', se o teto da dívida não for elevado. "O
secretário do Tesouro (Jacob Lew) disse que as medidas extraordinárias
(que permitem o governo federal funcionar após superar seu limite de
endividamento) terminarão no dia 17 de outubro" e os fundos que ficarão
em caixa serão de apenas 30 bilhões de dólares, destacou a Fitch. "Apesar
de a Fitch continuar acreditando que o teto da dívida será aumentado em
breve", o bloqueio político "e uma flexibilidade financeira reduzida
pode aumentar o risco de um 'default' dos Estados Unidos", concluiu.
A administração do presidente democrata, Barack Obama, reagiu
ao anúncio afirmando que ele "reflete a urgência com a qual o Congresso
deve atuar para afastar a ameaça de 'default' que pesa sobre nossa
economia". "O anúncio mostra que a decisão da Fitch está
relacionada apenas às negociações políticas e não às condições
econômicas dos Estados Unidos", destacou um porta-voz do Tesouro.
A Fitch destaca que "as prolongadas negociações sobre o limite da
dívida, após o episódio de agosto de 2011, podem minar a confiança no
papel do dólar como principal moeda de reserva", mas a agência destaca
que as bases da economia americana são "sólidas".
Na noite de terça, ao final de uma jornada caótica que refletiu as
profundas divisões partidárias em Washington, os republicanos, que
dominam a Câmara de Representantes, não quiseram submeter à votação um
projeto para elevar o limite da dívida e por fim à paralisia do Estado
federal, na ausência de apoio de influentes congressistas do radical Tea
Party. A Casa Branca havia rejeitado um plano dos republicanos da
Câmara de Representantes com condições, acusando os adversários de
apresentar uma proposta "para satisfazer um pequeno número de
republicanos do (ultraconservador) Tea Party, os mesmos que determinaram
a paralisia do Estado".
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/economia/congressistas-tentam-acordo-a-poucas-horas-para-default-dos-eua-5058.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário