Bancos repassam alta de juro e taxa de pessoa física é a maior desde 2011
Bancos não só repassaram alta da Selic, mas subiram taxa mais ainda. Com isso, taxa para pessoas físicas avançou para 44% ao ano em outubro.
Alexandro
MartelloDo
G1, em Brasília
Os
consumidores que precisaram de crédito sentiram no bolso a alta da
taxa Selic – que em outubro passou de 11% para 11,25%. Os bancos
repassaram essa alta – e mais um pouco – aos juros cobrados pelos
bancos das pessoas físicas nas operações com recursos livres (que
não inclui crédito rural, habitacional e do BNDES), que chegaram a
44% ao ano.
Com
a alta, de 1,2 ponto percentual, a taxa de juros é a maior da série
histórica do Banco Central, que tem início em março de 2011.
Trata-se, portanto, da taxa mais elevada em mais de três anos e
meio.
Selic
Como a decisão de aumentar a Selic no fim de outubro pegou o mercado financeiro de surpresa e foi tomada apenas no fim daquele mês, o impacto da decisão do Banco Central na taxa de captação dos bancos, ou seja, quanto eles pagam pelos recursos, foi de apenas 0,3 ponto percentual no mês passado. A taxa de captação atingiu 11,9% ao ano em outubro, contra 11,6% ao ano no mês anterior, nas operações para pessoas físicas.
Como a decisão de aumentar a Selic no fim de outubro pegou o mercado financeiro de surpresa e foi tomada apenas no fim daquele mês, o impacto da decisão do Banco Central na taxa de captação dos bancos, ou seja, quanto eles pagam pelos recursos, foi de apenas 0,3 ponto percentual no mês passado. A taxa de captação atingiu 11,9% ao ano em outubro, contra 11,6% ao ano no mês anterior, nas operações para pessoas físicas.
Os
números do BC mostram, porém, que a taxa de juros cobrada pelas
instituições das pessoas físicas avançou 1,2 ponto percentual no
mês passado, para 44% ao ano, contra 42,8% ao ano em setembro. Isso
quer dizer que os bancos não só repassaram o impacto do aumento dos
juros básicos da economia – promovido pelo Banco Central para
tentar conter as pressões inflacionárias – como decidiram elevar
os juros cobrados dos consumidores mais ainda.
Já
a taxa de juros média das operações de crédito com empresas subiu
de 22,8% ao ano em setembro para 23,4% ao ano em outubro – a maior
desde fevereiro de 2012 (24% ao ano). A taxa de todas as operações
(pessoas físicas e jurídicas), ainda com recursos livres, avançou
de 31,9% ao ano em setembro para 32,8% ao ano em outubro – a maior
desde outubro de 2011, quando somava 33,2% ao ano.
Inadimplência
em queda
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, recuou de 6,6% em setembro para 6,4% em outubro. Este é o menor patamar desde março de 2011 - quando estava em 6,3%.
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, recuou de 6,6% em setembro para 6,4% em outubro. Este é o menor patamar desde março de 2011 - quando estava em 6,3%.
Já
a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas,
ainda no segmento com recursos livres, recuou de 3,6% em setembro
para 3,4% em outubro. Em julho, estava em 3,5%, passando para 3,6% no
mês seguinte. Este é o maior patamar desde maio deste ano, quando
estava em 3,3%.
Considerando
a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as
pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos
livres, houve queda de 5% em setembro para 4,8% em outubro. É o
menor patamar desde dezembro do ano passado (4,7%). Nesse caso, não
são considerados créditos habitacional e rural e as operações do
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
'Spread'
bancário sobe em outubro
O aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em outubro deste ano contribuiu para elevar o chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes. O spread nas operações com pessoas físicas subiu de 31,2 pontos em setembro para 32,1 pontos percentuais em outubro – o maior patamar da série histórica, iniciado em março de 2011.
O aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em outubro deste ano contribuiu para elevar o chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes. O spread nas operações com pessoas físicas subiu de 31,2 pontos em setembro para 32,1 pontos percentuais em outubro – o maior patamar da série histórica, iniciado em março de 2011.
O
spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência,
por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são
mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo
federal, entre outros. Apesar da queda em agosto, o spread dos bancos
registrou forte alta no ano. Em um cenário de queda da
inadimplência, e dos tributos estáveis, o aumento dos juros
bancários provavelmente contribuiu para "engordar" o lucro
dos bancos em outubro.
Fonte:
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2014/11/bancos-repassam-alta-de-juro-e-taxa-de-pessoa-fisica-e-maior-desde-2011.html
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