IBGE:
PIB cresce 0,1% no 3º trimestre e país sai da "recessão
técnica"
Por
Alessandra
Saraiva e Elisa Soares | Valor
O
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve expansão de 0,1% no
terceiro trimestre, comparado ao segundo trimestre deste ano, de
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o país sai da chamada “recessão técnica”, quando há
dois trimestres consecutivos de queda da atividade econômica. No
segundo trimestre deste ano, o PIB teve contração de 0,6%, dado
mantido. No primeiro trimestre, houve queda de 0,2%.
O
resultado ficou abaixo da estimativa média apurada pelo Valor
Data junto
a 19 consultorias e instituições financeiras, que apontava
crescimento de 0,2% no PIB do período. As projeções variaram de
queda de 0,6% a alta de 0,5%. O percentual do terceiro trimestre
também veio abaixo do Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB e que mostrou
expansão de 0,59% sobre o período de abril a junho de 2014.
O
crescimento de 0,1% na comparação com o segundo trimestre pode ser
considerado uma estabilidade. "É uma variação positiva, mas
não é um crescimento", disse a gerente de Contas Nacionais do
IBGE, Rebeca Palis.
Tampouco
o IBGE considera que o país estava em “recessão técnica”. O
diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, voltou a afirmar que o
instituto não usa o conceito. "Este termo é usado fora de
qualquer padrão de normatização estatística. O conceito de
recessão é complicado e envolve muitas outras variáveis",
disse.
Comparação
anual
No
confronto do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano
passado, houve queda de 0,2% no PIB. A média das estimativas
do Valor
Data apontava
recuo de 0,2%, com intervalo entre alta de 0,1% e queda de 0,5%.
A
queda na arrecadação de impostos teve uma influência negativa. Na
comparação com o terceiro trimestre de 2013, o recolhimento de
impostos sobre produtos caiu 1,3%. É o segundo consecutivo em queda
e se explica porque atividades econômicas que pagam muito imposto,
como a indústria, tiveram mau desempenho no trimestre.
O
volume dos impostos sobre produtos caíram mais do que o valor
adicionado. Segundo Rebeca Palis, o ICMS e IPI tiveram queda no
trimestre. "O recuo maior do que o registrado no valor
adicionado puxou para baixo um pouco também o PIB na comparação
interanual", explicou.
Oferta
No
lado da oferta, a indústria registrou aumento de 1,7% no terceiro
trimestre, na comparação com o trimestre anterior, resultado que
veio acima da média de alta de 0,8% apurada pelo Valor
Data.
O setor de serviços teve expansão de 0,5% no período. A
expectativa era de expansão de 0,4%.
Já
a agropecuária caiu 1,9%, resultado abaixo da projeção média de
queda de 0,6%.
Demanda
Pelo
lado da demanda, o consumo das famílias caiu 0,3% no terceiro
trimestre deste ano, ante o segundo.
Já
o consumo do governo aumentou 1,3% e a formação bruta de capital
fixo (FBCF - que representa o investimento em máquinas e
equipamentos e na construção civil) subiu 1,3% entre julho e
setembro, sobre abril a junho, feitos os ajustes sazonais.
Por
fim, a taxa de investimento atingiu 17,4% do PIB no terceiro
trimestre.
Analistas
consultados pelo Valor
Data estimaram
alta de 0,2% para o consumo das famílias, avanço de 1,2% no consumo
do governo e aumento de 1,3% na formação bruta de capital fixo.
Setor
externo
No
setor externo, as exportações cresceram 1%, segundo o IBGE,
enquanto as importações cresceram de 2,4% no terceiro trimestre,
sobre o segundo.
A
média apurada pelo Valor
Data foi
de aumento de 0,7% para as exportações e crescimento de 2,2% para
as importações.
Fonte:
http://www.valor.com.br/brasil/3797128/ibge-pib-cresce-01-no-3
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