Brasil gastou quase R$ 260 bilhões para combater a violência nas cidades.
Valor
é de quase 5,5% do PIB e é soma de gastos gerados por
crimes. Informações foram divulgadas pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública.
Esse
valor enorme representa quase 5,5% do nosso PIB. Os R$ 258 bilhões
foram gastos com a polícia, as prisões e outros custos extras
gerados pelos crimes. Aí entram também o tratamento de feridos e
despesas com mortos, a contratação de segurança privada e de
apólices de seguros contra furtos e roubos.
''O
Brasil é um dos únicos países do mundo em que o ciclo policial é
quebrado, ou seja, metade do trabalho policial é feito pela Polícia
Militar e metade pela Polícia Civil. É o mesmo que pegar um
cirurgião no meio do centro cirúrgico e substituí-lo por
outro", aponta Danilo Ferreira, tenente da Polícia
Militar.
A
conta final é bem maior do que o dinheiro investido no orçamento
das Secretarias de Segurança Pública e do Ministério da Justiça,
que juntos representaram 1,26% do PIB no ano passado. É muito
dinheiro, mas os resultados estão longe do ideal.
Se
a gente colocar lado a lado os números de pessoas mortas pela
polícia no Brasil e nos Estados Unidos, vai perceber que eles são
semelhantes, mas só na aparência.
A
diferença brutal é que a polícia brasileira fez esse número de
vítimas (11.197 mortes) em apenas cinco anos. Para matar quase o
mesmo número de pessoas (11.090 mortes), a polícia dos Estados
Unidos levou 30 anos, seis vezes mais tempo.
Em 2013, a polícia brasileira provocou, em média, seis mortes por dia e o número total caiu muito pouco em relação a 2012.
São
Paulo é o estado onde a polícia matou mais, em números absolutos.
Já quando o critério é o número de mortos em relação à
população, o Rio de Janeiro é o primeiro do ranking.
O
Jornal da Globo ouviu especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Eles dizem que, no Brasil, se gasta de forma ineficiente, e
que as forças policiais que atuam no nosso país precisam de
integração.
"O
Brasil é um dos únicos países do mundo em que o ciclo policial é
quebrado, ou seja, metade do trabalho policial é feito pela Polícia
Militar e metade pela Polícia Civil. É o mesmo que pegar um
cirurgião no meio do centro cirúrgico e substituí-lo por outro.
Passar o bisturi para que ele termine o trabalho", aponta Danilo
Ferreira, tenente da Polícia Militar.
"Polícia
Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Guarda Municipal, todas
essas forças que deveriam estar pensadas para organizar o problema
da violência ou para responder, estão desarticuladas. O crime
funciona em tempo real. Se as polícias não estiverem preparadas
para responder ao crime também em tempo real, nós estamos perdendo
esse jogo", analisa a socióloga Silvia Ramos.
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