sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Meta de superávit primário é de 1,2% para 2015, diz Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda

Segundo o futuro ministro, é importante que o país retome a estabilidade, a fim de crescer e sustentar avanços sociais. A equipe econômica, anunciada na quinta-feira (27), inclui Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central.

O presidente do Banco Central Alexandre Tombini à direita, o novo ministro da Fazenda Joaquim Levy no centro, e o novo ministro do planejamento Nelson Barbosa à direita (Foto: AP Photo/Eraldo Peres) 
O presidente do Banco Central Alexandre Tombini à esquerda, o novo ministro da Fazenda Joaquim Levy no centro, e o novo ministro do planejamento Nelson Barbosa à direita (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)
A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta quinta-feira (27), os nomes que compõem sua nova equipe econômica. Joaquim Levy assumirá como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa como novo titular do ministério do Planejamento e Alexandre Tombini permanece no cargo de presidente do Banco Central. Segundo comunicado do Palácio do Planalto, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Mirian Belchior (Planejamento) permanecem em seus cargos até que se conclua a transição, com a formação das equipes de seus sucessores.

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Ex-secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy é conhecido por ter um perfil fiscal conservador. Ele afirmou que a prioridade do governo será melhorar as contas públicas, mas se recusou a tratar o tema como uma emergência. "A gente não está num momento de crise. É importante construir as bases para os próximos anos", afirmou. Ele disse que pretende fazer um ajuste gradual, com superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e 2%  nos dois anos seguintes. Superávit primário é o saldo positivo nas contas do governo antes do pagamento de juros da dívida pública.

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Levy acrescentou que não há nenhuma medida imediata para ser anunciada pela nova equipe econômica. "Algumas coisas estão sendo discutidas, no caminho de reduzir despesas", disse, acrescentando que não se pensa em pacotes. "Temos que olhar todas as despesas que forem possíveis. É um trabalho de reequilíbrio da economia e que envolve diversos instrumentos", afirmou.

De acordo com Levy, há um compromisso absoluto da presidente Dilma com as metas de reequilíbrio da economia e de recuperação dos resultados fiscais. Segundo ele, esse reequilíbrio é importante para que o país cresça e possa sustentar,com isso, os gastos públicos e políticas sociais do governo.  "Se não tiver crescimento, é mais difícil ter política pública", afirmou. "As escolhas serão feitas de tal maneira que os agentes econômicos e empresas possam escolher com tranquilidade, fazendo as decisões fundamentais para que a gente continue avançando na área social, para pessoas terem melhor padrão de vida e aproveitando oportunidades", afirmou. O futuro ministro da Fazenda acrescentou que o equilíbrio da economia é feito para garantir os avanços sociais.

Questionado sobre o grau de independência para conduzir a economia no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que "a autonomia está dada". "O objetivo é claro, os meios a gente conhece, e há suficiente grau de entendimento dentro da própria equipe", afirmou.
Nelson Barbosa, futuro ministro do Planejamento, manteve o mesmo tom calmo de Levy. Afirmou que trabalhará para conferir maior eficiência ao gasto público e que a continuidade da inclusão social no país depende da estabilidade econômica. "Isso (o ajuste das contas e o combate à inflação) não é contraditório com as políticas de inclusão social", disse.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que continuará à frente da instituição no segundo mandato de Dilma, salientou que a instituição trabalha para manter a inflação sob controle e para que ela retorne à trajetória de convergência para o centro da meta, de 4,5% ao ano, ao longo dos próximos dois anos. Ele admitiu que o patamar da inflação está elevado (6,6% em 12 meses até outubro). "A política monetária deve se manter especialmente vigilante para conter efeitos de segunda ordem desses efeitos relativos, para evitar que ajustes se espalhem para o resto da economia", disse. Tombini também manifestou desejo de que a política fiscal, ao conter os gastos públicos, contribua com a contenção da inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá em 2 e 3 de dezembro para definir o rumo da taxa básica de juros, a meta da Selic, atualmente em 11,25% ao ano.


http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/11/meta-de-superavit-primario-e-de-b12b-para-2015-diz-joaquim-levy-novo-ministro-da-fazenda.htm

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