15/12/2014
Cantareira
volta a cair e Sabesp não informa
dados sobre Alto Tietê
O
sistema Cantareira voltou a registrar queda nesta segunda-feira (15).
De acordo com dados da Sabesp, a companhia de saneamento de São
Paulo, o reservatório opera com apenas 7,2% de sua capacidade. Ontem
(14), era 7,3%. Já o Guarapiranga caiu de 44,8% para 35,8% de
domingo para segunda.
No
balanço divulgado diariamente pela Sabesp, o sistema Alto Tietê
aparece sem indicação da quantidade de chuva e da capacidade do
reservatório. Procurada, a Sabesp informou que não tem como passar
essa informação por conta de "problemas técnicos" e que
os dados estarão disponíveis somente no final do dia.
A
Sabesp informou no domingo (14) que obteve autorização do Daee
(Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) para
"captar mais 39,46 milhões de metros cúbicos da represa Ponte
Nova, representando mais 6,6% ao volume útil. Esse acréscimo de
volume não necessita de bombeamento, sendo possível a retirada
através da descarga normal", disse a estatal. No domingo,
o sistema operava com 4,1% e, como o volume adicional, estava com
10,7%. Os dados desta segunda-feira ainda não foram divulgados.
O
reservatório Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na
região leste da Grande São Paulo, está em uma situação crítica.
De acordo com especialistas, o Alto Tietê depende de chuva intensa
nas próximas semanas para não entrar em colapso em janeiro, antes
mesmo do Cantareira.
A
Sabesp diz que foi realizada uma batimetria (medição da
profundidade) que permitiu ajustar a capacidade do Alto Tietê
aproveitando a estrutura existente. Afirma ainda que bastou,
para isso, a autorização do DAEE, sem ser preciso aval de órgãos
federais, como a ANA (Agência Nacional de Águas).
Roberto
Kachel, engenheiro especialista em hidrologia e membro do Comitê da
Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, diz estranhar a utilização
desse volume morto pela Sabesp sem a realização de nenhum tipo de
obra.
Para
ele, um ajuste feito só a partir da batimetria indicaria um erro
grosseiro de cálculo sobre a real capacidade do reservatório até
então. "Não é possível um erro dessa ordem. Errar meio
metro na batimetria é um absurdo em termo de engenharia. Isso seria
uns quatro a cinco metros de erro de batimetria. Se fosse meu aluno,
faria dependência por no mínimo três anos. É algo absolutamente
impossível", diz Kachel, professor da Universidade de Mogi das
Cruzes.
Antonio
Carlos Zuffo, professor da Unicamp, afirma que, diante do atual
quadro, a Sabesp irá captar a "água que tiver".
Disponível em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário