Indústria japonesa está mais cautelosa quanto ao futuro, mostra tankan
TÓQUIO - Os
industriais japoneses estão se tornando mais cautelosos sobre o
futuro, apesar da queda dos preços do petróleo e de outros fatores
favoráveis, mostra a pesquisa tankan, do Banco do Japão (BoJ),
divulgada nesta segunda-feira, um lembrete oportuno do frágil estado
da economia para o primeiro-ministro Shinzo Abe, um dia depois de sua
decisiva vitória na eleição parlamentar.
O sentimento entre os grandes fabricantes manteve
praticamente otimista sobre as condições econômicas atuais e as
projeções de gastos de capital e os lucros das empresas para o ano
corrente permaneceram robustas.
Mas qualquer ascensão no humor das empresas do
Japão a partir das medidas adicionais de flexibilização do BoJ, um
iene mais fraco e os preços de combustível mais baixos parece ter
sido anulada pela preocupação com a orientação futura da
economia, enquanto elas se esforçam para superar uma depressão
induzida pela crise fiscal.
A sondagem trimestral tankan do Banco do Japão,
realizada junto a mais de 10 mil empresas, mostrou que o índice que
mede o humor de grandes fabricantes foi a +12, um ponto abaixo do
levantamento anterior, de setembro. O valor é calculado
subtraindo-se o percentual de entrevistados dizendo que as condições
de negócio são ruins daqueles dizendo que eles são bons. O
resultado foi um pouco menor do que a previsão média de +13 feita
por 16 economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. A
pesquisa demonstrou que os números para março devem cair para +9.
A tankan segue uma série de indicadores que
sugerem que a terceira maior economia do mundo não está ainda fora
de perigo depois que um aumento do imposto nacional sobre vendas em
abril provocou uma recessão por minar os gastos dos consumidores. A
queda do Japão coincide com uma desaceleração na Europa e na
China, colocando sobre os EUA a maior parte do ônus para impulsionar
o crescimento global. Os preços do petróleo mais barato, a decisão
de Abe de suspender o aperto fiscal e a surpreendente decisão do BoJ
de expandir suas medidas de estímulo ainda não demonstraram
qualquer efeito perceptível sobre o sentimento do japonês.
A grande queda na moeda japonesa provocada pela
flexibilização monetária adicional do BoJ em outubr o beneficiou
os exportadores, através do aumento do valor de ienes de seus lucros
no exterior. Mas isso tem gerado preocupação de que podem afetar
negativamente as empresas não-manufatureiras e as menores, que
dependem mais de vendas no mercado interno, elevando os preços das
importações de que necessitam.
Apesar dessas preocupações, o índice para
grandes não-fabricantes inesperadamente subiu três pontos, para
+16. Economistas esperavam +12.
As grandes empresas revisaram para cima seus
planos de investimento de capital para o ano até março para um
aumento de 8,9%, ante a projeção anterior de crescimento de 8,6%,
em um sinal encorajador de que as empresas estão dispostas a
aumentar seus investimentos no atual clima econômico.
O comportamento empresarial detém a chave para o
sucesso das estratégias de crescimento do plano Abenomics, que visam
acabar com anos de deflação e gerar inflação sustentável de 2%.
Abe está levando as empresas a utilizar melhor seus crescentes
ganhos e o enorme estoque de dinheiro em outros lugares, como o
aumento dos salários e mais investimentos.
(Dow Jones Newswires )
http://www.valor.com.br/internacional/3822516/industria-japonesa-esta-mais-cautelosa-quanto-ao-futuro-mostra-tankan
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