Câmbio flexível é a primeira linha de defesa no Brasil, diz Tombini
SANTIAGO - A taxa de
câmbio flexível é a primeira linha de defesa no Brasil para um
cenário de condições monetárias globais menos amigáveis, segundo
o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Ele também
destacou que, no novo ambiente, também é fundamental ter políticas
microprudenciais corretas, para evitar problemas de descasamento de
moedas não apenas no sistema financeiro, mas na economia de modo
mais amplo.
De acordo com Tombini, a primeira linha de defesa
é a flexibilidade do câmbio. Ele notou também que política
monetária e a política fiscal são importantes para ajudar a tornar
as mudanças na taxa real de câmbio mais permanentes.
Em conferência sobre a América Latina em
Santiago, no Chile, Tombini destacou que o BC tem olhado muito
cuidadosamente para as empresas não financeiras. O endividamento
dessas companhias em moeda estrangeira tem sido motivo de discussão
em fóruns internacionais, como as reuniões anuais do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Tombini lembrou que o Brasil usou medidas
macroprudenciais quando os países emergentes receberam fluxos
pesados de recursos estrangeiros num quadro de política monetária
ultraexpansionista nos países desenvolvidos. Como a situação
mudou, o Brasil desfez a maior parte das medidas que haviam sido
adotadas e que, segundo ele, ajudaram a evitar que surgisse uma
eventual bolha de crédito.
Para ele, deverá haver alguma volatilidade
associada à normalização dos juros nos EUA. Segundo Tombini, o
movimento foi bastante antecipado pelo mercado, mas os volumes de
liquidez injetados pelos bancos centrais na economia global não têm
precedentes. Para lidar com esse quadro, é importante ter políticas
saudáveis, contando com amortecedores, como reservas internacionais
elevadas, e a taxa de câmbio flexível.
Tombini participou do painel “Em transição
para condições globais monetárias menos amigáveis”, numa
conferência em Santiago sobre a América Latina promovida pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI) e pelo Ministério da Fazen da do
Chile. O Valor é parceiro de mídia do evento.
http://www.valor.com.br/financas/3806626/cambio-flexivel-e-primeira-linha-de-defesa-no-brasil-diz-tombini
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